DEM: privacidade versus segurança

Se alguém se aproximar de uma janela e espreitar o interior de uma casa estaremos perante um problema de privacidade. Mas será um problema de segurança se por aí entrarem para a assaltar.

Vem este exemplo a propósito ter lido por aí alguns argumentos em defesa do DEM (Dispositivo Electrónico de Matrícula, vulgo chip) afirmando que não existem problemas de privacidade com os DEM porque o alcance destes dispositivos é de apenas alguns metros (cerca de 5) e que, além disso, não existem equipamentos de leitura disponíveis no mercado.

Ora quem opta por esta linha de argumentação está a confundir problemas de privacidade com problemas de segurança.

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O chip tem que se lhe diga…

É um negócio e tanto e, para além disso, está muito para além das portagens, tanto que já há uma petição a correr na blogoesfera a colher assinaturas para impedir as malfeitorias do sistema.

Isto vai dar tudo numa daquelas parcerias público/privadas com o risco todo do lado do estado e os lucros todos do lado dos privados. Numa altura em que o país enfrenta tantos problemas é no mínimo curioso a ansiedade e a pressa desta gente em gastar o nosso dinheiro numa questão não essencial.

Como já se disse aqui no aventar, isto é um negócio que vai movimentar muito dinheiro, com mercado certo, sem concorrência, com muitas possibilidades de crescimento. São as seguradoras, os bancos , as empresas privadas de fornecimentos de serviços, tudo vai comer num negócio que tem como único objectivo sacar dinheiro aos cidadãos e que não acrescenta nada à riqueza do país. Sai dos nossos bolsos directamente para os bolsos de uns quantos senhores , trata-se de uma transferência não se trata de criar riqueza.

Calcula-se que o montante do negócio possa chegar aos 150ME!

Diga não, assine a petição!

Foi você que pediu um chip?

Alguem pediu um chip? Alguem sente necessidade de ter um chip? O seu carro exige um chip? A que título teremos que comprar um chip?

Temos a “Via Verde” e as portagens tal qual as conhecemos, as coisas funcionam bem até demais, levam-nos a massa sem dor, e um belo dia vêm-nos dizer que a partir de agora precisamos de comprar um chip! Eu compreendo que é um belo negócio tornar obrigatória a compra do chip, milhares e milhares de carros vão ter que incorporar o “espião” e dormir com ele, tira-nos a privacidade, tira-nos a segurança ( quem sabe desta tecnologia diz que basta um aparelhómetro baratíssimo para tirar a fotografia e ficar com todos os dados da viatura) e tira-nos o dinheiro.

E mesmo assim somos nós que temos que comprar o chip! Porra, mas eu não preciso do chip, não preciso, não quero, não compro e não pago!

As televisões já mostram os bem comportados ou ignorantes ou bem intencionados a comprarem o chip, longas filas para comprar o maldito, duas horas à espera, então está aqui há quanto tempo? como quem diz, estás a ver ó atrasado, mexe-te ainda ficas sem chip…

E depois? Eu não preciso de chip, não quero e não tenho que o pagar. Dou cabo do negócio? óptimo, é isso mesmo!

Só Custam Uns Tostões (SCUT), mas não são poucos

Encargos dos Estado com as concessões SCUT  
Fonte: Auditoria às concessões rodoviárias em regime de portagem SCUT, Tribunal de Contas, Maio 2003

Este gráfico evidencia o aumento brutal da despesa com as SCUT em 2005, num retrato feito pelo Tribunal de Contas em 2003, apenas 3 anos após o lançamento das SCUT. Um problema com barbas, de  700 milhões de euros anuais, criado pelo governo de António Guterres.

"Portugal está a viver o período mais significativo de lançamento de obras públicas da sua história", afirmou Guterres a 20 de Maio de 2000 em Aveiro por ocasião do cerimónia de assinatura do contrato de concessão ao consórcio Lusoscut da construção, financiamento, conservação e exploração de 109 quilómetros de lanços do Itinerário Complementar nº1.  Acrescentou que "a colaboração entre o Estado e a iniciativa privada é um modelo de desenvolvimento que tenderá a generalizar-se na Europa, pois permite mais eficácia e rapidez a custos controlados".

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