Como comprar ouro. Sempre é melhor que notas debaixo do colchão.
O importante é vender a alface
No admirável mundo moderno do João Miranda:
produzir uma alface é mais fácil do que colocar uma alface onde eu a quero comprar, com o aspecto que eu quero, no dia e na hora a que eu quero e a um preço que eu esteja disposto a pagar.
A ideia de que o valor acrescentado pelo distribuidor é mais importante do que a mercadoria produzida é fascinante. Deixem-me incluir nesse valor acrescentado o da publicidade, que me garante ser aquela alface a verdura que eu desejo. E ter em conta que dada a mísera margem de lucro do produtor da alface numa economia com 1,2% de peso da agricultura essa percentagem se pode aproximar do zero.
Em breve atingiremos o nirvana do absolutismo do mercado: um empresário bem sucedido será aquele que coloque à venda um pacote de merda onde ele quer, com o aspecto de uma alface que ele gostaria de comer, e no dia e na hora em que lhe dê o apetite estará então disposto a pagar por uma salada de merda. Regue com óleo de urina e bom apetite João Miranda.
O dinheiro do futebol não tem cor… nem rasto…nem ética!
“Passe de João Moutinho foi vendido a empresa gerida por membro suplente do conselho superior do FC Porto e recomprada a fundo gerido por empresa em que está um ex-dirigente do Sporting.” (in Público, p.4)
O Público sugere que o dinheiro se perdeu numa rede de fundos.
Não me parece. Os estudos mais recentes mostram que existe uma distância significativa entre os recursos disponíveis para os clubes portugueses e para os seus adversários europeus. No entanto, no plano desportivo, essa diferença não é, antes pelo contrário, visível.
Com dificuldades em aceder ao crédito, os clubes Portugueses vão buscar dinheiro onde ele existe.
A transparência? A ética?
Está na Holanda! À venda no Pingo-Doce!
Pingo Doce: pague aqui, eles pagam os (poucos) impostos lá
A Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, anunciou hoje que a sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu a totalidade do capital que detinha no grupo à sua subsidiária na Holanda, mas mantém os direitos de voto.
Não se podia taxar os ricos porque eles fugiam, mas eles fogem na mesma. São estes os responsáveis pela crise. São estes os que mandam trabalhar os outros mas se piram com a massa. Esta é a gordura, é esta que temos de cortar. Uma Europa com sistemas fiscais diferentes não existe, é pura fraude.
E não se esqueça de continuar a comprar no Pingo Doce. Vá lá.
Foi você que pediu um chip?
Alguem pediu um chip? Alguem sente necessidade de ter um chip? O seu carro exige um chip? A que título teremos que comprar um chip?
Temos a “Via Verde” e as portagens tal qual as conhecemos, as coisas funcionam bem até demais, levam-nos a massa sem dor, e um belo dia vêm-nos dizer que a partir de agora precisamos de comprar um chip! Eu compreendo que é um belo negócio tornar obrigatória a compra do chip, milhares e milhares de carros vão ter que incorporar o “espião” e dormir com ele, tira-nos a privacidade, tira-nos a segurança ( quem sabe desta tecnologia diz que basta um aparelhómetro baratíssimo para tirar a fotografia e ficar com todos os dados da viatura) e tira-nos o dinheiro.
E mesmo assim somos nós que temos que comprar o chip! Porra, mas eu não preciso do chip, não preciso, não quero, não compro e não pago!
As televisões já mostram os bem comportados ou ignorantes ou bem intencionados a comprarem o chip, longas filas para comprar o maldito, duas horas à espera, então está aqui há quanto tempo? como quem diz, estás a ver ó atrasado, mexe-te ainda ficas sem chip…
E depois? Eu não preciso de chip, não quero e não tenho que o pagar. Dou cabo do negócio? óptimo, é isso mesmo!
Os sinais do empobrecimento…
Como há dez anos que o PIB não cresce e como nos próximos dez tambem não vai crescer, o empobrecimento acentua-se, inexoravelmente. Até aqui, andamos alegremente, Estado, empresas e famílias a endividarmo-nos para manter um nível de vida que é insustentável. A dívida pública cresceu desmesuradamente, e agora soam os sinais de alarme, cá dentro e lá fora.
Chegou a hora de se venderem os anéis. As grandes empresas públicas vão passando para as mãos de “centros de decisão internacionais” . A CIMPOR, talvez a mais importante empresa industrial portuguesa, está sob o ataque de uma OPA hostil da parte de uma empresa brasileira.
Os nossos amigos Angolanos têm tomado posição em grandes empresas nacionais, com grandes investimentos, na banca, na Indústria, jornais e até (diz-se) em equipas de futebol…têm capacidade financeira, e se tomam posição é porque alguem saíu, ou não querem ou não podem manter essas posições, é pois natural que quem tenha capacidade financeira o faça.
Investem, correm riscos, jogam o jogo segundo as regras do país. Bem sabemos que as mais valias não vão ficar em Portugal, mas são empresas cotadas em bolsa, há regras, assim todos as cumprissem.
Havendo reciprocidade, empresas portuguesas a tomarem posições ou a investirem em empresas Brasileiras ou Angolanas, nada a dizer, mas o que temos cada vez mais são as jóias da coroa a serem vendidas.
Nós nos últimos dez anos empobrecemos, temos que vender, quem criou riqueza e poupou, compra!
O pior é que tambem já poucos há que nos emprestem!
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