A questão dos feriados tem sido uma batalha recorrente da direita patronal com um objectivo claro, baixar os salários, e outro oculto: tirar o 25 de Abril e o 1º de Maio do calendário. Acresce a ideologia do trabalho é que induca, com ou sem vinho que instrói, a velha glorificação típica das ditaduras. Libertem-se, dizem eles.
Como é de aritmética elementar, e sendo o salário contabilizado ao ano, retirar um feriado é muito simplesmente baixar os custos do trabalho, fazendo por isso parte da cartilha dos fundamentalistas dos salários que o ex-economista Álvaro Santos Pereira tanto criticava. Trabalhas mais e recebes o mesmo é igual a receberes menos. Sim o trabalho é uma mercadoria, não é um favor, e muito menos um dever patriótico.
Já aventei sobre o assunto, a mentira de que temos mais feriados do que os outros (sobre isto ler também este artigo e os seus comentários) ou a treta de considerar as pontes como algo mais que férias repartidas.
Neste momento o governo, e nisto Passos Coelho cumpre o que prometeu, prepara-se para tentar cortar com quatro feriados e terminar com as tolerâncias de ponto, assunto que aquando da primeira estadia da troika entre nós deu origem ao episódio caricato de António Simões, patrão dos patrões, insurgindo-se contra uma tolerância oferecida aos funcionários públicos, quando fez o mesmo na sua empresa. E pego na sua argumentação atrapalhada: [Read more…]
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