Trabalhamos muito, mas temos pouco valor acrescentado

Este gráfico mostra o PIB por hora trabalhada. Portugal está no fim da tabela, o que significa que produzimos pouco valor acrescentado.

É este o significado da produtividade neste contexto e não se cada um de nós está a moinar ou não no local de trabalho.

Por exemplo, a Alemanha é o país da OCDE onde se trabalha menos horas por ano e, simultaneamente, é dos que têm o maior PIB por hora trabalhada.

Portugal é dos países da OCDE onde se trabalha mais horas por ano. E, como vemos, o PIB por hora trabalhada é muito baixo, o que significa que cada hora trabalhada produz pouca riqueza. Para melhorar a nossa situação, precisamos de nos concentrar em produtos que acrescentem valor. Por exemplo, não basta produzir uma boa camisa, também é preciso constituir a respectiva marca. Ou ainda, no negócio do software, não basta escrever linhas de código a metro, é preciso construir produtos que vençam no mercado. Não sendo assim, ficamos com o esforço da produção, mas vemos o grosso do lucro fugir-nos para quem fecha o ciclo do negócio.

Gráfico: página da OCDE no Facebook

OCDE: queda de custos unitários do trabalho e produtividade em Portugal

 A produtividade do trabalho é baseada no valor acrescentado e em horas ou pessoas; custos unitários do trabalho baseados na compensação do trabalho e nos resultados da produção. 

                                                                                                        (Conceitos da OCDE)

Paulo Portas, em assomo de autoridade de governante demissionário irrevogável e revogado, recorreu ao estilo demagógico em que é perito. Com virilidade e ímpeto,  foi peremptório perante a AR e os portugueses:

O governo não acredita num modelo de salários baixos… é importante que os portugueses percebam que em algumas matérias as posições do Governo são diferentes das do FMI…

Tão bem ou melhor do que o indiano do FMI, Portas sabe que o modelo económico decorrente do “plano de assistência” permitiu uma intensa, e dramática para as famílias, desvalorização de salários e de outros rendimentos (reformas e pensões).

As medidas de flexibilização da legislação laboral – facilidade e embaratecimento dos despedimentos – conjugadas com os cortes salariais na função pública e o congelamento do SMN conduziram os trabalhadores portugueses a baixos níveis de rendimento, ao desemprego e difíceis condições de vida – o desemprego de ‘longa duração’ envolve mais de 200.000 trabalhadores com idade superior a 45 anos, muitos deles sem direito a subsídio. [Read more…]

Afinal, mais sexo

é a alternativa à troika.

Ó redundante Sr. Costa 2,3% ainda é curto, upa!, upa!

carlos costaCarlos Costa, governador, apresentou o Boletim Económico da Primavera do BdP, destacando a previsão de queda de – 2,3% no PIB para este ano. O ‘Público’ adita algumas informações de pormenor, mas relevantes.

Impressiona-me observar que,  várias instituições e  os sábios líderes, apoiados por técnicos e estruturas de dimensão considerável, saiam a público para transmitir com estridência informação que já sabíamos – além da ‘troika’, Vítor Gaspar também já havia anunciado a previsão de quebra este ano de – 2,3% para o PIB.

A este  repetir de comunicação do que outro tinha comunicado chama-se redundância. No mínimo, é censurável e controverso que, de várias fontes pagas pelos contribuintes, existam diversas entidades a realizar o mesmo trabalho. O facto é ainda mais controverso, porque os líderes comunicadores, em outras ocasiões, não se fatigam de reclamar que o grande desafio a empresários e trabalhadores portugueses se centra no aumento da produtividade. [Read more…]

Produtividade

para totós. Porque é baixa a produtividade em Portugal?

Carta aberta a Pedro Passos Coelho

José-Manuel Diogo

Caro Pedro Pedro Passos Coelho, ouvi com atenção o senhor dizer que estar desempregado afinal é bom. Que é uma oportunidade. Sabe que mais? Teoricamente penso que tem toda razão mas, na prática, não sabemos de quem fala.

Li outro dia que os chineses não têm um caractere para crise. Na sua escrita, onde os sinais representam ideias em vez de letras, uma situação de crise é representada por dois símbolos: um representa oportunidade e outro ameaça.

Foi com certeza com base nisto que o senhor se exprimiu publicamente esta semana e, deixe-me que lhe diga, teoricamente, faz todo o sentido. Uma economia com baixa produtividade precisa de empreendedores não de funcionários.

Vi também um estudo recente onde se refere que os recém licenciados portugueses preferem ter um emprego a empreender um negócio. Se a estes somarmos todos os outros desempregados da nossa sociedade o problema fica ainda mais sério pois não há empregos na nossa economia.

Temos pois que empreender. Ter ideias que se transformem em dinheiro e consequentemente em empregos.  Mas meu caro Pedro Passos Coelho, é precisamente aqui que a porca torce o rabo. [Read more…]

A produtividade dos feriados e a indústria portuguesa

Francisco Beirão Belo queixa-se, sobre os feriados:

Um feriado numa terça, quarta ou quinta, que implica a paragem de uma fábrica, significa que essa mesma fabrica tem que reiniciar as maquinas e reiniciar produções duas vezes na mesma semana. Em muitos casos, esse arranque de maquinaria é quase equivalente a um turno de produção.

Eu, que não percebo nada da indústria portuguesa, fiquei a saber que, em muitos casos, as nossas fábricas ocupam a segunda-feira a arrancar a maquinaria, ocupando nisso quase um turno de produção.

Assim não vamos lá.

Afinal I Don’t Like Mondays era um um hino empresarial português. Ainda assim as minhas desculpas, há pouco pop pior do que o dos Boomtown Rats.

O valor do salário

No actual debate público em torno das políticas económicas e financeiras, quer em Portugal quer pela Zona Euro em geral, torna-se evidente que os ditames ideológicos do pensamento económico dominante, enquadram o salário com um mero custo. Por cá, chega-se mesmo a entender que fazem parte de gorduras a eliminar tanto quanto possível.

Esquece a lógica neo-liberal – para quem o lucro é sagrado e o mercado é tudo – que a saúde de qualquer economia se afere pela distribuição da riqueza que se concretiza pelos salários e pelos impostos. Uma economia com algumas grandes fortunas à custa de muitos assalariados remediados não é economia saudável: é escravatura contemporânea. [Read more…]

Portugal agride Deus

Governo quer acabar com Corpo de Deus

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Sobre a Greve Geral de 24 de Novembro

Os números da adesão à greve, para mim, actuam como um bálsamo no espírito, ainda se pode ter esperança neste povo: parece que finalmente se começa a entender que este caminho só conduz a mais miséria

Ouvi há pouco um responsável da UE a dizer isto: os portugueses têm que sofrer, e vão ter de sofrer ainda mais, mas esse sofrimento é para terem um futuro melhor…

Isso traduzido é mais ou menos isto: hoje levas porrada mas amanhã o teu corpo todo negro irá certamente trabalhar mais e melhor..; hoje passas fome mas amanhã terás uma saúde de ferro… hoje és roubado mas amanhã terás mais dinheiro…

Mas alguém ainda consegue levar a sério o discurso político desta canalha politica que nos tem governado?
Das duas, uma: ou o discurso político dá uma reviravolta a bem ou terá que dar a mal.

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Sim e Não à Greve

Na minha opinião, é necessário protestar, reclamar, é fundamental que nos façamos ouvir. Não é possível ficar calado diante de tanta unanimidade podre, diante das soluções únicas, diante das mentiras e do descaramento de quem tem ocupado o poder. Se as pessoas decidirem que a greve é a melhor maneira de exprimir tudo isso, devem fazê-lo, em consciência, ignorando as vozes que, como de costume, consideram as greves desnecessárias, com os argumentos estafados dos prejuízos na produtividade ou da necessidade de “remarmos todos para o mesmo lado” (frase que ganha um sentido curioso, quando os que a proferem estão a empurrar tanta gente para fora do barco) ou que o exterior está a olhar para nós (e já há cassandras a relacionar a greve geral com a classificação da Fitch). Quando falar não chega, é preciso gritar.

Depois de muitas greves e de manifestações, com resultados nulos ou insignificantes, há quem se sinta desiludido, há quem não se reveja em movimentações que parecem ter-se transformado em rituais que têm como único resultado o anúncio épico de percentagens de adesão, a manutenção do que estava antes e a perda de um dia de salário, para não falar, no caso dos professores, da assinatura de acordos, no mínimo, dispensáveis. É pouco para me convencer a voltar a participar numa greve e, por isso, faltei à chamada e, enquanto sentir o mesmo, continuarei a faltar.

Por, na prática, ser amarelo e, no fundo, ser grevista, tenho consciência de que me arrisco a ser elogiado por aqueles de quem discordo absolutamente e a ser criticado por aqueles com quem concordo em grande parte, mas eu ser elogiado ou criticado não tem importância nenhuma. O que tem importância é saber que não sou o único, o que tem importância é perceber que parte do problema está na voz e que parte está no megafone.

Problemas laborais no Vaticano

Graças à crise europeia, também o Estado do Vaticano terá de tomar medidas de austeridade, por imposição da troika, uma vez que se tem verificado uma baixa de produtividade dos sacerdotes que residem no Vaticano. Segundo um estudo recente, os referidos sacerdotes têm interpretado menos passos da Bíblia por hora, embora se reconheça que os problemas da falta de vocação sacerdotal e a mais recente campanha da Benetton têm contribuído para uma sobrecarga de trabalho dos funcionários da capital mundial do catolicismo.

Para fazer face a estes problemas, e de acordo com uma fonte próxima do Papa, os sacerdotes serão obrigados a trabalhar mais meia hora por dia, o que permitirá que o dízimo dos fiéis, as receitas de Fátima e os contributos da Opus Dei acabem por sofrer uma valorização assinalável. Entretanto, representantes da Associação Sindical dos Sacerdotes (cuja sigla não é aceite em países anglófonos) já estão a queixar-se das consequências perniciosas destas medidas sobre a qualidade do trabalho, para além de que retira tempo a alguns padres para se dedicarem à perseguição dos jovens romanos.

Para além disso, e ainda por imposição exterior, será necessário acabar com alguns feriados, à semelhança do que aconteceu em Portugal: o problema está em descobrir feriados civis. Por outro lado, o Vaticano contesta, e, aparentemente, com razão, que é nos feriados religiosos que os religiosos trabalham mais, pelo que o fim dos feriados pode – isso sim – pôr em causa a produtividade sacerdotal.

Feriados, vamos lá acabar com o de Abril e o de Maio

A questão dos feriados tem sido uma batalha recorrente da direita patronal com um objectivo claro, baixar os salários, e outro oculto: tirar o 25 de Abril e o 1º de Maio do calendário. Acresce a ideologia do trabalho é que induca, com ou sem vinho que instrói, a velha glorificação típica das ditaduras. Libertem-se, dizem eles.

Como é de aritmética elementar, e sendo o salário contabilizado ao ano, retirar um feriado é muito simplesmente baixar os custos do trabalho, fazendo por isso parte da cartilha dos fundamentalistas dos salários que o ex-economista Álvaro Santos Pereira tanto criticava. Trabalhas mais e recebes o mesmo é igual a receberes menos. Sim o trabalho é uma mercadoria, não é um favor, e muito menos um dever patriótico.

Já aventei sobre o assunto, a mentira de que temos mais feriados do que os outros (sobre isto ler também este artigo e os seus comentários) ou a treta de considerar as pontes como algo mais que férias repartidas.

Neste momento o governo, e nisto Passos Coelho cumpre o que prometeu, prepara-se para tentar cortar com quatro feriados e terminar com as tolerâncias de ponto, assunto que aquando da primeira estadia da troika entre nós deu origem ao episódio caricato de António Simões, patrão dos patrões, insurgindo-se contra uma tolerância oferecida aos funcionários públicos, quando fez o mesmo na sua empresa. E pego na sua argumentação atrapalhada: [Read more…]

Outra vez a mentira dos feriados

Sendo certo que tolerância de ponto nem é feriado, volta a mentira de sermos o país da Europa com mais feriados.

Não é verdade: temos 12 feriados por ano, a média europeia é de 11,92.

Certo, não conto com as 3 tolerâncias de ponto habituais (Natal, Carnaval e Páscoa). Duvido muito é que sejam um exclusivo nacional.

Quanto ao que Pedro Passos Coelho hoje diz é de uma hipocrisia espantosa: sabe perfeitamente que se chegar ao governo fará o mesmo. Como sabe perfeitamente que o problema da produtividade tem outras causas: empresários analfabetos, por exemplo.

Mais 50 anos de paz com desenvolvimento!

Os últimos 50 anos de paz e progresso na Europa constituem um feito inigualável na história da Humanidade! Pela mão da Social-Democracia Europeia.

Hoje o que está em discussão é a possibilidade de termos mais 50 anos de paz e desenvolvimento, o que passa pelas seguintes opções:

Mais e melhor cidadania – a construção da UE não pode fazer-se ao arrepio dos cidadãos, apresentando factos consumados e sem participação na tomada de decisões que diz respeito a nós todos.

Controlo das contas nacionais – os déficites soberanos são passíveis de serem atacados pela especulação financeira com prejuízos de uma dimensão ainda não totalmente percepcionada. Há que acabar de vez com o “casino”, com os riscos não controlados, com as off – shores, com os edge funds….

Desenvolvimento – mas tudo isso tem que ser feito sem matar o desenvolvimento, sem abafar a criação de riqueza, que na Europa passa por uma economia apoiada na inovação, na investigação e no conhecimento.

Como quem está de boa fé pode constactar, nas outras partes do mundo, apesar do crescimento a dois dígitos, a miséria atinge a esmagadora maioria da população, porque a sua economia assenta nos baixos salários e na inexistência de apoios sociais. Os níveis de produtividade são fundamentais para que as pessoas vivam melhor num mundo globalisado e onde os mercados são cada vez mais competitivos.

Não se progride nem se mantem a paz com a miséria e a exploração, os apoios sociais e um salário digno são ingredientes fundamentais sem os quais as sociedades não progridem. Longe de serem custos, são antes alavancas essenciais à paz e ao progresso. Sem justiça social criamos sociedades violentas ou ditaduras como é exemplo  tudo o que não passa por uma democracia, um estado de Direito e uma economia social de mercado.

É do que se trata hoje nos areópagos de Bruxelas, o que vejo com apreensão, pois os líderes actuais são medíocres .

Economia Portuguesa (II) – Produtividade e Competitividade

Prestigiados economistas prescrevem o combate à crise através do aumento da produtividade e competitividade e a opção por investimentos na produção de bens e serviços transaccionáveis. Desta vez, debruçamo-nos sobre a primeira das questões.

A optimização de resultados de produtividade e competitividade apenas pode ocorrer em unidades de produção de bens e serviços activas. Em função do desafio de urgência, e sem investidores e recursos de investimento, Portugal está condenado, no curto prazo, a contentar-se com a dimensão do tecido económico actual, ou seja, a economia real de hoje.

De facto, a teoria é óptima; mas a aplicação prática está limitada. O País, desde o 1.º Governo do Prof. Cavaco Silva 1986, e incluindo obviamente os consulados de Guterres e Sócrates, optou por um modelo de desenvolvimento vocacionado para as grandes obras públicas: auto-estradas, Centro de Cultural de Belém, Mercados Abastecedores, Expo e Estádios de Futebol. Ignorou, pois, o imperativo de definir uma estratégia conducente ao aumento da actividade económica, através de investimentos na agricultura, nas pescas ou na indústria. Sucedeu até o inverso; na agricultura e pescas a diminuição de actividade foi subsidiada.

Em jeito de síntese, invocamos a denúncia feita há alguns anos pelo falecido Eng.º José Manuel de Mello, em entrevista a Nicolau Santos do ‘Expresso’. Com efeito, referindo-se ao Prof. Cavaco Silva, afirmava, então, o empresário ter o governo português privilegiado o encaixe financeiro nas privatizações à alternativa de relançar a indústria com portugueses.

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Presente e futuro da Advocacia: uma questão de República (10)

Continuando o que escrevi aqui.

Temos de saber o que queremos: ou investimos em equipamentos ou transportes de rentabilidade duvidosa, ou nas instituições republicanas. Ou pomos o Estado a funcionar ao serviço da cidadania e pelo cumprimento da Lei, ou, definitivamente, dedicamo-nos aos investimentos sem retorno.

Investir na Justiça é investir em algo com retorno: transmite confiança aos agentes económicos – principalmente a quem é de fora quer investir cá -, assegura a paz social e, ainda, promove o regresso ao investimento – por exemplo, daqueles que deixaram de investir no imobiliário para arrendar, pois não estão para correr o risco de terem de recorrer aos tribunais para uma acção de despejo e a mesma arrastar-se por anos.

Atente-se, ainda, para um facto que há muito denucio e que nos últimos tempos tenho visto alguma gente a defender o mesmo: todos os dias milhares de pessoas perdem manhãs ou mesmo um dia completo de trabalho pelos corredores dos tribunais sem qualquer proveito para a causa. Milhares de pssoas não convocadas, perdem horas nos tribunais, para depois virem embora sem terem sido ouvidas.

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Médicos querem salários por objectivos

Há um grupo de médicos do SNS que está a preparar um documento para propor à Ministra da Saúde, serem pagos segundo os objectivos acordados com o ministério. Face à hemorragia de médicos do SNS para os privados, só há uma maneira de segurar os técnicos mais competentes. Pagar-lhes segundo o mérito e a produtividade!

São os próprios médicos que se sentem incomodados com o facto de toda a gente ser paga segundo a antiguidade, como se todos fossem iguais, quando todos reconhecem que não são. Os mais impacientes já sairam para os privados, mas quem gosta do SNS considera que há lugar ao mérito e à produtividade. É a única forma de manter o SNS.

Objectivos que levem em conta a quantidade mas também a qualidade e as exigências técnicas requeridas! A não ser assim, a privada vai ganhar terreno, vai ser mais competitiva, vai ter os melhores, ter melhores resultados, crescer…

Eu sou pelo Serviço Nacional de Saúde, saúdo com alegria esta iniciativa!

rapidinha – emprego "girl"

A Derovo vai colocar em “postura” 1 000 000 de galinhas que vão produzir 800 000 ovos/dia.

Numa fábrica nova em Proença-a-Nova no distrito de Castelo Branco. As 200 000 que não produzem estão em formação nas Novas Oportunidades ?

Nuvens negras

O desemprego continua a subir na maioria dos países da zona euro, há cada vez menos postos de trabalho a serem criados e a actividade das empresas continua aos solavancos.

A retoma dos países europeus, sobretudo das economias mais frágeis e endividadas, como é o caso de Portugal, Grécia e Espanha, pode ter uma recaída severa caso os cortes nos apoios públicos à economia e ao emprego sejam retirados de forma precipitada, avisa a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Falta o mais dificil, que a economia reaja à retoma o que ainda não se verifica. No entanto, os países mais frágeis estão a ser pressionados pelas empresas de “rating” e pelos mercados e ainda pela Comissão Europeia, para retirarem os apoios públicos.

A saída da crise tem que ser global, países com saldos comerciais elevados como a Alemanha deveriam aumentar a capacidade de procura dos seus cidadãos e, desta forma, abrir mais mercado para os países menos preparados e que dependem em absoluto das exportações.

Portugal é um desses países com baixa produtividade, especializado em actividades pouco diferenciadas que hoje enfrentam a concorrência feroz dos países de baixos custos de mão-de-obra.

Voltar ao escudo? Humilhação para Sócrates!

Dois economistas, no “Financial Times” de ontem, assinam um artigo em que  colocam a hipótese de Portugal voltar ao escudo nas transacções internas, mantendo o Euro como moeda de troca com o exterior.

A situação de Portugal é de tal forma dificil que já serve de cobaia para uns quantos, ávidos de protagonismo, avançarem com medidas que humilham o país, no mínimo!

A ideia, para além de “espatafurdia”, nada tem de original. Basicamente,o que se pretende é que, desvalorizando os factores de produção, a nossa economia se torne mais competitiva.Era o que se fazia quando a moeda era nacional, desvalorizava-se e já está, os nossos produtos tornavam-se competitivos. O que eles não dizem é que essa é a forma mais eficaz de nos tornarmos cada vez mais pobres.

Foi assim que, em vez de aumentarmos a produtividade, racionalizando meios, investindo em novos equipamentos, em inovação, em formação do pessoal, fomos desvalorizando o escudo até nos tornarmos nos mais pobres da UE!

Mas escolhendo entre os ” PIGS ” ( Portugal, Itália, Grécia e Espanha) o nosso país para cobaia, mostram o que pensam da situação a que chegamos, enquanto cá dentro temos um governo que diz que fomos o primeiro país a sair da crise.

O esquema até já tem nome ” IOU – I owe you –  Eu devo-te !

O Sócrates, com o seu inglês técnico, é que não deve perceber os sinais que constantemente nos estão a mandar.

Talvez sinais de fumo resultem!

Manifesto pelo fim da divisão na carreira III

Boas, se me permite car@ leitor@, vou insistir na minha tese de que não faz sentido haver qualquer divisão na carreira docente. E volto ao tema tendo como ponto de partida o texto do Luís (Trabalho igual, salário igual). Numa resposta a dois tempos:

 

 

Karl Marx

 

E o primeiro comentário vai no sentido de rebater um pré-conceito menos declarado, mas sempre muito presente, contra "O" sindicalista, como se os problemas do nosso país fossem estes e não outros. Sem qualquer tipo de Pré-conceito afirmo que a culpa dos problemas estruturais do nosso país está nas elites dirigentes e não nos trabalhadores. Temos patrões a mais e empresários a menos. Temos gatunos a mais e governantes a menos. Temos uma minoria dirigente interesseira, nada interessada nos interesses da maioria dirigida.

Há sindicalistas conservadores? Com visões do passado? Claro…

 

Mas, quando me dizem que hoje é preciso voltar a jornadas de trabalho de 60h / semana, quando me dizem que talvez seja preciso voltar a trabalhar mais do que oito horas por dia por causa da competitividade… quem é que é reaccionário e conservador?

Será moderno o incompetente Albino Almeida, o pai de todos os pais, vir dizer que quer as creches e escolas das 7h30 às 19h30?

E seria conservador, se por exemplo, exigisse dos empresários um maior apoio aos trabalhadores com filhos em idade escolar, para que estes podessem ajudar os filhos?

 

Nunca na história da humanidade houve tanto dinheiro disponível, nunca como hoje Portugal e os Portgueses foram capazes de gerar tanto dinheiro – porque é que alguns têm que ficar com "ele todo" e outros com nada?

 

Porque é que os lucros de uma empresa, pública ou privada não importa, são para os accionistas na sua totalidade? Porque é que o trabalho é visto como um custo de produção e não como parte essencial ao lucro? Porque é que as empresas não dividem por exemplo, parte dos seus lucros, numa proporção igual, entre accionistas e trabalhadores?

 

Já sei, isto é ser conservador e ter uma visão do passado. O que é moderno é ter gente a ganhar milhões quando temos portugueses a passar fome.

 

Repito – a questão central é mesmo a da distribuição da riqueza.

 

E com isto me perdi no que queria escrever, mas certamente vão ter a paciência de me acompanhar no próximo post…

 

Trabalho igual, salário igual?

O poste do aventador João Paulo fez-me lembrar o momento em que a frase que faz  título a este texto, apareceu na luta sindical.

 

A questão, para quem tinha que tomar decisões, passava por determinar o verdadeiro significado de "trabalho".

 

"Trabalho" é a "função ? Conjunto de actividades e processos que um determinado trabalhador tem que executar? A ser assim, este conceito vertido para as tabelas de acordos de empresas ou de actividades, queria dizer, por exemplo, que todos os 3ºs oficiais administrativos passariam a ganhar o mesmo.

 

Ou "trabalho" quer dizer " produtividade", "resultados", capacidade de produzir melhor e maior números de actos? A ser assim, é necessário que se faça uma avaliação isenta e o mais objectiva possível. Nas mesmas condições quem produz mais e melhor? E havendo quem trabalhe mais e melhor o salário deve ser igual?

 

Claro, que quem mais produz deve ganhar mais, sob pena de estarmos a beneficiar a preguiça e a incompetência. Mais, estar a igualizar pela medíocridade leva qualquer organismo para a falência , ou para o descrédito, o que quer dizer que, a prazo, fecham.

 

O "igualitarismo" é profundamente injusto e, leva as organizações para a pobreza, mesmo que alguns acreditem que pelo facto de serem pagos pelo Estado, nunca ficarão sem emprego. E porquê? Porque esquece o mérito de quem se interessa, de quem está motivado, de quem quer fazer bem. Ora, sem estas qualidades, nenhuma organização avança, nenhuma sociedade melhora , nenhum sistema sobrevive.

 

Estranhamente, os sindicalistas andam a vender esta ideia, a do "igualitarismo", a uma classe que, até pelas qualificações académicas, jamais a aceitará. Os professores toda a vida foram estudantes, foram avaliados, uns são licenciados, outros mestres, ainda outros doutorados, com médias muito diferentes entre si, desde o aluno excepcional ao aluno medíocre.

 

 

Agora são todos professores, o "doutor" não deve ganhar mais por ser doutorado, deve ganhar mais por apresentar melhores resultados, porque as suas qualificações lhe dão, em principio, meios para ser melhor. Se não for melhor, (e isso vê-se pela avaliação) não deve progredir mais rapidamente, nem ganhar mais.

 

Mas, se o licenciado, por mérito, por trabalho, por determinação, fizer melhor que o "doutorado" ou por quem tem mais anos de carreira, deve progredir mais rapidamente na carreira e ser melhor remunerado. 

 

Só pela soma dos méritos e da produtividade individual se alcançam melhores resultados globais. Chegarem todos ao topo da carreira, é uma quimera que dura, enquanto o resto da sociedade não reivindicar o mesmo. Nessa altura, verificaremos todos que não é possível!

 

Na falta de avaliação aceite por todos, aparecem formas não aceites e não democráticas de se favorecer uns quantos, como é o caso da criação dos "professores titulares", evidente discricionaridade. Mas de quem é a culpa? Não querem ser todos iguais?