Histórias reais – Os assassinos cinéfilos

Catherine Lorre tinha 24 anos quando conheceu dois assassinos em série. Eles eram Angelo J. Buono e Kenneth A. Bianchi, dois primos que ficariam conhecidos como os “Estranguladores de Hillside”. De Outubro de 1977 a Fevereiro de 1978, raptaram, violaram e assassinaram dez jovens mulheres, em Los Angeles.

Certa noite, cruzaram-se com Catherine. Ela ia a pé, eles pararam o carro e abordaram-na. Mostraram-lhe distintivos falsos da polícia, quiseram ver a identificação dela. Catherine trazia na carteira uma foto sua, em criança, com o pai. Como os assassinos viriam a confessar à polícia, quando viram que a rapariga era filha de Peter Lorre, o assassino de crianças de “M”, o clássico de Fritz Lang, o vilão perturbado e perturbador de tantas histórias, deixaram-na ir. Admiravam tanto o pai que não conseguiram matar a filha. Tanto quanto se sabe, foi a única mulher a escapar aos assassinos. [Read more…]

“Amarás Peter Lorre”


Um retrato  – enamorado – de um dos maiores actores que o cinema conheceu (texto em espanhol).

The Maltese Falcon

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The Maltese Falcon, uma aventura do detective Sam Spade com os elementos certos de drama, traição e intriga internacional. Na posição 173 do top 250 do IMDB. Página IMDB.

Hoje dá na net: M

M, filme de Fritz Lang, quando a polícia se mostra incapaz de apanhar um assassino de crianças, os próprios criminosos juntam-se à caça ao homem. Um filme inesquecível que ocupa a 50ª posição no TOP 250 do IMDB. Página do IMDB.

Em alemão, com legendas em inglês.

There’s no business like show business

Peter Lorre (1904-1964) foi um grande actor, embora nunca tenha conseguido dar o salto para os papéis principais.

Depois de uma longa carreira em Hollywood, que era, já por essa altura, o centro da indústria cinematográfica, ressentiu-se do facto de não lhe concederem mais protagonismo, e decidiu voltar à sua Alemanha natal, onde esperava que a indústria de cinema local, consideravelmente mais pequena mas também mais criteriosa, reconhecesse o seu valor.

Mas o filme que co-escreveu e realizou na Alemanha, e que pretendia fosse o trampolim para uma nova fase da sua carreira, foi considerado demasiado depressivo e ultrapassado pelo público alemão. E a Lorre não restou outra alternativa senão regressar ao star system de Hollywood, devorador e ingrato, do qual se queixara e quisera abandonar, mas o único que lhe permitia ganhar a vida. Isto é, cumprir a sua arte.

Hollywood castigou-o com papéis ainda menores, deixando claro que não lhe perdoava.

Os mecanismos da memória têm coisas do arco-da-velha, não é preciso ser neurocientista para saber isso. A que propósito me haveria eu de lembrar do Peter Lorre quando lia o anúncio da candidatura de Manuel Alegre, não me dirão?