Sobre os 4 mil imigrantes a sub-viver em três casas de Lisboa

Segundo notícias que surgiram em jornais como o Expresso e o Público, existem três casas numa rua de Lisboa onde vivem 4 mil migrantes.

Viver não será o termo correcto. Trata-se de uma prática de partilha de camas, o que mesmo assim parece de dificílima execução. Isto não é viver. É, quando muito, sub-viver. Não confundir com sobreviver. Há quem neste país sobreviva em muito melhores condições.

É aqui que as democracias abrem o flanco à extrema-direita. Ao não controlar o processo de entrada de imigrantes no país com mínimos de organização, decência ou dignidade, geram-se casos extremos que não são a regra, mas que acabam por ser amplificados e abafam os casos bem sucedidos de integração. [Read more…]

Prós e contras

 

Ontem liguei a televisão mesmo a tempo de apanhar, no “Prós e Contras” dedicado ao caso BES, a Fátima Campos Ferreira a lançar a pergunta “Acha que os portugueses estão muitos entretidos a sobreviver?”

E de repente pareceu-me obsceno que alguém que junta na mesma frase entretenimento e sobrevivência possa conduzir um programa informativo.

Mas nenhum dos presentes pareceu ficar incomodado com a pergunta e eu, vencida pelo dia ou pelo sono ou pela impotência, desliguei a televisão e fiquei a remoer o sentimento de que este país já não é para pessoas.