Vamos aproveitar e olhar para a China? #1

A Rússia de Putin está no centro das atenções. E bem. Porém, está na hora de começar a olhar para a China. Sim, a China. Aquele país que não se coíbe de praticar os maiores atentados à liberdade. Que não se importa com os direitos dos trabalhadores. Que trabalha, diariamente, no genocídio do Povo Uigur. Sim, a China a quem a “minha” direita e a “vossa” esquerda entregou a sua dignidade, prestando vassalagem a troco de um punhado de euros.

E como vamos tratar da China se os nossos lideres só de ouvir falar em contrariar o Império do Sol se borram pelas calças abaixo? Não comprando produtos “Made in China”. Obrigando os nossos líderes a reindustrializar a Europa e o mundo ocidental. Mantendo a pressão nas redes sociais e nas ruas, se necessário for, da mesma forma que o estamos a fazer agora com a Rússia. E sim, vamos ter mesmo que mudar de vida. Se queremos manter a nossa vida, a nossa liberdade. É isso que está em jogo.

Peng Shuai, o Partido Comunista Chinês e o Capitalismo entram num bar…

Ao longo dos últimos dias, um pouco por todo o mundo, personalidades de diferentes quadrantes exprimiram a sua revolta. Escreveram-se editoriais, artigos de opinião e milhões de publicações nas várias redes sociais, emocionadas e repletas de indignação. Alguns responsáveis políticos, lideres de organizações internacionais e de instituições de renome juntaram a sua voz ao protesto. E todos, sem excepção, fizeram a mesma pergunta:

  • Onde está Peng Shuai?

Ao que tudo indica, Peng Shuai está onde sempre esteve: na China. E aquilo que lhe aconteceu, após denunciar o “alegado” abuso sexual de que foi vítima, por parte do antigo vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, sendo imediatamente censurada e desaparecendo da vida pública chinesa, é aquilo que se espera de um regime totalitário como o chinês, que monitoriza a sua população como o partido do Grande Irmão monitorizava a Oceania imaginada por Orwell. Chegarmos a esta fase e isto ainda surpreender alguém só torna toda esta situação mais preocupante. Andarão alheados da realidade? Estavam à espera de quê? De um movimento #metoo nas ruas de Pequim?

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