A Rússia de Putin está no centro das atenções. E bem. Porém, está na hora de começar a olhar para a China. Sim, a China. Aquele país que não se coíbe de praticar os maiores atentados à liberdade. Que não se importa com os direitos dos trabalhadores. Que trabalha, diariamente, no genocídio do Povo Uigur. Sim, a China a quem a “minha” direita e a “vossa” esquerda entregou a sua dignidade, prestando vassalagem a troco de um punhado de euros.
E como vamos tratar da China se os nossos lideres só de ouvir falar em contrariar o Império do Sol se borram pelas calças abaixo? Não comprando produtos “Made in China”. Obrigando os nossos líderes a reindustrializar a Europa e o mundo ocidental. Mantendo a pressão nas redes sociais e nas ruas, se necessário for, da mesma forma que o estamos a fazer agora com a Rússia. E sim, vamos ter mesmo que mudar de vida. Se queremos manter a nossa vida, a nossa liberdade. É isso que está em jogo.
Subscrevo o seu comentário.
Está na altura dos nossos líderes não estarem só preocupados com a sua ambição desmedida, e se preocuparem com a democracia. A democracia plena. Aquela que respeita os direitos humanos.
O Ocidente deslocalizou a produção industrial para a China, Vietname, Camboja, Paquistão, Índia, Filipinas, Bangladesh,… quase tudo ditaduras ou sociedades estratificadas por castas, apenas para ter lucros fáceis à custa da miséria alheia.
Hoje a Europa depende do trigo vindo da Rússia e da Ucrania. Com o país dos cossacos destruído, sem poder exportar, resta-nos a Rússia e da China.
Tudo o que é componentes para a indústria automóvel e electrónica é fabricado na China. Fábricas de medicamentos, nomeadamente os genéricos, fabricados na Índia.
Eu só compreendo a globalização, se os países para onde deslocalizámos essa produção acompanharem os nossos valores ocidentais. Para isso tem de ter democracias consolidadas criando uma melhoria de nível de vida dos seus cidadãos.
Se não for para isso, então que se lixe a globalização.
Ah, a China atenta contra as liberdades? Certo! E os EUA não atentam? O Canadá também não? O Reino Unido idem ou não? São países ditos muito democráticos onde a liberdade sindical quase não existe, o direito à greve é uma miragem, os direitos laborais idem e viva a democracia liberal. Claro que a Inglaterra é um pouco mais democrática, mas é só uma questão de tempo.
Giro, metem ao bolso, culpam os outros, e ainda esperam que se acredite que é desta que voltam à produção se lhes pedirmos. Como, sequer, se fosse possível porque, mais uma vez, nem fazem ideia do que exportam e de quem depende de quem, graças a quem.
Dá para rir que nunca ninguém aprenda nada, ao menos.