Entre as k-7′ mais repetidas contra as greves está o clássico “não querem é trabalhar“. Faz parte do álbum “A minha política é o trabalho“, música habitual com que se dança a lógica do deixar a política aos outros, e cada um que trate da sua vidinha.
A política não é dos políticos, é nossa. É monopólio dos que vivem da política, para os seus negócios, os seus favorecimentos, as suas aldrabices, porque deixamos.
Fazer greve é muito mais que um direito. Não é um acto de preguiça, quem faz greve (e todos, sindicalizados ou não, a podem fazer) prescinde de um dia de salário para falar. Para dizer que chega, que estamos fartos dos roubos, dos bancos que mandam na economia e aumentam os seus lucros, das grandes empresas que fogem dos impostos, dos que à custa do trabalho alheio acumulam fortunas.
Quando fazemos greve ao menos eles reparam numa coisa: fazemos falta. É com o nosso trabalho que eles ganham a vida. Vamos deixá-los engarrafados, sem almoço, sem as ruas limpas, sem o “muito obrigado senhor doutor” com que lhes alimentamos a vaidade. Vamos fazer-lhes a vida negra, nem que seja só num dia. É pouco, mas é melhor que nada.
É assim mesmo J.J. Cardoso. E gritar bem alto que nós estamos na merda não por causa da crise, estamos na merda porque eles, os super-ladrões, os criminosos, os assaltantes, os corruptos, os podres, os bandalhos, assaltaram os cofres do país e meteram a massa no bolso. E ainda cantam de galo. Ainda aparecem em público sem ponta de vergonha na cara, a exigir ao povo a obrigação de tapar os rombos que eles deixaram. E a justiça assobia para o ar e cospe desavergonhadamente na nossa cara, em vez de os Julgar a sério, prendê-los com largos anos de cadeia, confiscar-lhes todos os bens e obrigá-los a indemnizações severas. Não há outra forma de moralizar o país.
afinal o que fez concretamente pelos outros (povo)?
gritou?
apenas?
Resultados concretos?
portugal cada vez mais terceiro mundo ou subdesenvolvido, qual a diferença?
E a frase mais usada nestes dias:
“Não vale a pena porque não vai dar a nada”
“Não vale a pena porque não vai dar a nada”
é o espírito do resignado. quem não ousa não avança. enquanto o português pensar dessa maneira então é que não vai dar nada mesmo.