Sócrates, Chávez e Kadafi

Desaumentos salariais

Uma nova moda: depois do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde pegou agora na Câmara de Elvas.

O objectivo é conseguir, a médio prazo, que os trabalhadores paguem para ocupar o seu posto de trabalho, sem fazer nenhum. Se trabalharem serão imediatamente despedidos.

O Diário do Professor Arnaldo (2 de Novembro)


Hoje fiquei boquiaberto. Numa turma de 7.º ano, uma aluna estava a enviar bilhetinhos, através de uma colega, para um rapaz. Não é uma aluna brilhante, mas geralmente porta-se bem e é muito educada.
Como é óbvio, interceptei o bilhetinho e fiquei com ele. Por mera curiosidade, abri para ver o que estava escrito. Fiquei tão espantado, tão sem palavras, que rapidamente o meti ao bolso. Devo ter corado, porque um dos putos da frente perguntou logo:
– O que diz, setor?
Mudei de assunto e tentei fingir que nada tinha acontecido. Reparem: era uma turma de 7.º ano e uma miúda de 12 anos, educada e bem comportada. E sai-me aquilo que nunca esperei ler. Antes de o entregar à Directora de Turma, tirei uma fotocópia.
Sinceramente, estou escandalizado. Nunca pensei que as coisas tivessem chegado a este ponto. Com crianças de 12 anos e numa terra de província. Felizmente, não tenho filhas…

o elefante ou o quebra-nozes para as crianças?

bailado escrito por Piotr Illich Tchaikowsky, entre Fevereiro de 1891 e Março de 1892

Tchaikovsky – Dança Russa (Ballet “Quebra-Nozes”) – Maestro Paulo de Tarso.

Para nossa neta Maira Rose, filha de Cristan van Emden e Paula (née Iturra)

Foi comentado neste sítio de debate no mês de Dezembro de 2009, que Natal era quando o marketing quiser. Comentário que me leva a pensar a relação dos adultos e das crianças. Essa relação, hoje, de distância e, antigamente, de larga intimidade, ambas com muito imaginário e certa afectividade. Imaginário, como é natural, que varia no tempo e no espaço. Como Pyotr Ilyich Thcaikosky e Gus van Sant. Como a água do óleo. Qual, a verdadeira? Qual, a conveniente? Qual, a da História? Não é o acaso que me leva a pensar no Elefante e no Quebra-nozes. [Read more…]

Drogas, álcool, preconceitos e realidades

No dia em que na Califórnia se vota a legalização da cannabis é notícia uma reavaliação da perigosidade das drogas legais e ilegais que coloca o álcool onde sempre deveria ter estado, no topo, e o tabaco onde nunca na realidade deixou de estar, a meio da tabela.

O ranking não é novo, mas só agora foi publicado na Lancet, uma vez validado inter-pares. David Nutt, o seu autor, já foi entretanto corrido pelo governo britânico das suas funções de conselheiro; as heresias pagam-se caro, e é disso que falamos, de religião.

Foi por motivos moralistas e religiosos que os antecessores do Tea Party norte-americano impuseram a proibição da marijuana em 1937, na sequência da lei seca e seu falhanço. Por outro lado o álcool continua a vender-se sem grandes restrições, porque “beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses“, já se dizia no tempo da outra senhora.

Não deixa de ser curioso constatar que nesta matéria o islamismo leva um bom avanço científico em relação aos cristianismos, que desenvergonhadamente erguem o cálice nas suas cerimónias religiosas.

Gráfico roubado ao Público.

Os mercados estão em todo o lado

Os mercados estão em todo o lado. De repente somos submergidos por eles, os mercados. Sim, parecem ser um novo deus. Aos Católicos ouço dizer que Deus está em todo o lado. Para os políticos, comentadores, analistas e jornalistas, os mercados estão em todo o lado. Tal e qual aquele fulano que não nos larga. Enfim, um perseguidor.

Os mercados duvidam, os mercados estão atentos, os mercados desconfiam, os mercados isto e os mercados aquilo. Querem ver que os mercados são o ‘sistema’ do futebol, o ‘vocês sabem de quem estou a falar’ do Óctávio, o Brutos que também esfaqueou Júlio César, o ‘Adamastor’ que fez tremer os navegadores lusos?

Olha, mercado, se te posso tratar assim, vai dar uma volta ao bilhar grande e leva contigo os políticos, os comentadores, os analistas e os jornalistas que te vêm em todo o lado e que, acima de tudo, te dão demasiada importância. Não fossem eles, e tu não existias.

A "concertação estratégica"


O sr. Cavaco Silva decidiu enviar as felicitações da praxe à folgada vencedora das presidenciais brasileiras. Tudo dentro das convencionais normas da diplomacia entre países soberanos, notando-se o facto de um deles ser mais soberano que o outro, precisamente aquele que esteve durante séculos sob a soberania do “parabenizador à cata de negócio.”
Preocupante para o staff do Palácio do Planalto, deverá ser uma passagem do inquilino de Belém, pois promete-lhe …“uma renovada oportunidade de aprofundamento do nosso relacionamento e da nossa concertação estratégica. Pode, Vossa Excelência, contar com o meu firme empenho pessoal nesse sentido.”
Por experiência própria, os primos portugueses conhecem bem o significado deste tipo de “concertação”: se enveredar por “grandes desígnios”, “oportunidades”, “parcerias” e outras figuras de retórica, a Sra. Dª Dilma bem poderá ir contactando o FMI, pois dele necessitará dentro de quatro anos. Pergunte ao Sr. Cavaco Silva.