Resultados das eleições: Dilma Roussef, a Presidenta do Brasil

Já é oficial: Dilma Roussef sucede a Lula e é a nova Presidente do Brasil. 58 contra 42 – mais ou menos isto – será o resultado final.
Os seguidores de Lula exaltam. Será a continuidade de um trabalho que tirou da miséria milhões de brasileiros e da pobreza outros tantos. Sim, é possível conjugar o capitalismo com as causas sociais.
E com a ecologia? Esse é o próximo desafio e Marina estará à espreita. A Amazónia e o Mundo agradecem.

O golo de Nani

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/fq3k7qDuWaqc7lhiu20m/mov/1

As Redes Sociais:

Pedro Passos Coelho utiliza as Redes Sociais para divulgar um texto sobre o acordo no OE2011. Ver AQUI.

Chove e Venta, e as Telham Voam

MAU TEMPO NO MEU CANAL

.Acordo sobressaltado. Um estrondo enorme tinha sido o responsável por isso. Eram quatro da madrugada de uma noite que se transformou em pesadelo.

A chuva, imensa, entrava com o à vontade de quem se sente da casa, pelo telhado sem telhas. Eu via-a entrar, sem cerimónia. Estranho, dei por mim a pensar, entra como se o meu quarto não tivesse teto. E não tinha, fazia agora parte do chão, dos móveis, da parte esquerda da cama.
Corro a pegar em baldes, na esfregona, em toalhas e panos de cozinha, e começo a tentar tirar a água, que está por todo o lado, mais depressa do que ela entra.
Enquanto luto contra o tempo (os minutos e a intempérie), vou-me lembrando dos últimos acontecimentos.
Horas antes os “gajos”, uns senhores diga-se de passagem, chegaram a um acordo. Acordaram em nos encharcar a vida com dificuldades. [Read more…]

Teresa de Sousa, a presunçosa analista do BRASIL

O estilo da jornalista é conhecido. As presenças, na SIC Notícias, foram actos de revelação da postura presunçosa. De quem tudo sabe e pouco acerta, acentue-se. Ontem no ‘Expresso’, hoje no ‘Público’, mantém o sofisma da sabedoria sem limites, sejam temáticos ou geográficos.

No artigo intitulado ‘No país das boas notícias’, começa por decretar que o actual modelo de expansão brasileiro, baseado no consumo interno, é insustentável a longo prazo. Teresa de Sousa, ao estilo de Pandora, antecipa a abertura da caixa que derramará os males sobre o Brasil inteiro.

O comportamento é próprio da altivez ‘proto-intelectual’ de certos fazedores de opinião portugueses, em relação aos povos de África, América Latina e Ásia. Pode não ser uma patologia endógena, de âmbito nacional; mas, nos tempos que vivemos, a soberba de alguns analistas de um país arruinado é moeda corrente e anómala dos nossos ‘media’.  

No fundo, na posição assumida por Teresa de Sousa e outros comentadores da nossa praça, relativamente ao Brasil de Lula, percebe-se um sentimento de enorme frustração. Custa-lhes, e de que maneira, que a esquerda, através de um ex-metalúrgico, tenha conquistado o poder e dotado a Nação Brasileira de um processo de desenvolvimento económico e social com os resultados que o mundo inteiro reconhece – o percurso não foi um caminho imaculado, longe disso, e no caso de Dilma Rousseff ser eleita é obrigatório aperfeiçoar a obra de Lula em vários domínios e actuar drasticamente sobre o fenómeno da corrupção. Lá, como cá.

De um país pequeno e pobre, enfunada pela indiferença com que desdenha os seus compatriotas com vidas dificultadas, impõe-se a Teresa de Sousa que termine a viagem ao  “Fim da História”. Ao menos, tenha a lucidez de entender que entre o Portugal de uma Europa exaurida e um Brasil, com uma economia de abundantes recursos naturais, a diferença é abismal e favorável aos brasileiros. O que lhes falta, e não é pouco, é a continuação do combate à estrutural desigualdade social e de distribuição de rendimentos. Têm os recursos necessários para o alcance desse objectivo. Haja vontade e capacidade para cumprir. Nós, até ver, continuaremos pendurados na Europa e nos caprichos de Merkel, Sarkozy e de outros que tais. Mesmo que Teresa de Sousa e mais uns quantos se entretenham com as prédicas da desgraça brasileira.

O Baú das Músicas Portuguesas – III

Sem mais comentários… uma música com mais de 30 anos.

Colo de Pito

a escola do meu insucesso

a criança experimenta saber, mas sem sucesso, como pode-se ver nos seus pés descalços

…para Darlinda Moreira, antigamente a minha discípula e amiga….

Schubert – Death and the Maiden (part 1)

First part of 1st movement. The Alban Berg Quartet. Once again, please forgive me for the way I’ve had to split this.

Luís Souta denominou-a A escola da minha saudade, em 1995; Stephen Stoer e Helena Costa: A capacidade de nos surpreender, 1993; Luiza Cortesão: Escola, Sociedade, que relação? 1998; Luiza Cortesão e Stephen Stoer: Levantando a pedra, 1999; Ricardo Vieira: Entre a Escola e o Lar 1996; Telmo Caria: A cultura profissional dos professores, 1999; Ana Benavente: Do outro lado da escola, 1987. As várias denominações, que eu desejo definir neste texto, fazem-me omitir, obrigam-me a omitir, mandam-me não lembrar o que Darlinda Moreira diz da escola. Darlinda Moreira e eu debatemos, durante anos, qual a utilidade da escola para as crianças. Especialmente para crianças descendentes de pais, avôs, ou famílias, designadas por Paulo Freire, escolas oprimida, sem alfabetização, ou, como se diz hoje, sem literacia. Referem sem literacia, entre outros, Filipe Reis, 1997: Da antropologia da escrita à literacia, na Revista Educação, Sociedade e Culturas, trimestral, Afrontamento, Porto; António Firmino da

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O Brasil em Lisboa


No verão e antes da praia, os passeios fazem-se à beira Tejo, aproveitando para conhecer melhor as magníficas perspectivas que a cidade de Lisboa apresenta quando é vista do sempre esquecido, ou desprezado rio. Para oriente, as decrépitas edificações que a gente da Câmara Municipal quer alienar em benefício do betão dos condomínios estrangulados por rodoviárias e carris de um indesejado TGV que qual charrua, arará várias léguas de terra construída há séculos. Pouco importará a liquidação de Xabregas e antigos vales pontilhados de quintas onde ainda se descobrem palácios que viram dramas familiares e festas de estalo. Para os senhores do momento, as festas são outros e os estalos, esses, merecê-los-iam nas suas luzidias faces.

Para ocidente, as antigas glórias da expansão. Dúzias e dúzias de vezes os mesmos percursos, e os mesmos edifícios onde há sempre algo de novo que pensei jamais ter visto.

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Guerra!- uma carta para os meus descendentes

a realidade que os ricos,os senhores do mundo,organizam para nós, o povo pobre

Um dia, faz já muitos anos, o meu pai escreveu-me uma carta, que eu transcrevo:

Meu querido puto,

Andas a brincar na tua bicicleta de duas rodas, pelas ruas do bairro. Ris e pareces muito feliz e contente. Até largaste as fraldas, por pensares ser adulto ao manipulares a tua bicicleta. Corres e não só ris, como atacas. Atacas qual carga de cavalaria, perante um inimigo imaginário, esse que é desenhado pela tua ideia da guerra. Para ti, a guerra passa por ser uma brincadeira. E ainda bem. Porque, meu puto, seria bom que a guerra fosse uma brincadeira e não essa realidade espantosa, dura e terrível, que vês reflectida na cara dos teus pais. Uma cara de tristeza e de depressão. Palavras que nem entendes, como não deves entender a palavra guerra.

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Mel do Cacém

Todos gostam do “mundo rural”…

Parabéns D10S

João Paulo Seara Cardoso (1956 – 2010) e o Teatro de Marionetas do Porto


João Paulo Seara Cardoso era um dos portuenses mais ilustres da actualidade. Num Porto que despreza a cultura e que puxa a máquina de calcular sempre que se fala do assunto, o seu Teatro de Marionetas é um dos poucos oásis neste deserto que teima em não mudar.
Com o Teatro de Marionetas do Porto, vivi alguns dos mais bonitos momentos de que me lembro. O «Exit», por exemplo (vejam o video acima), ou o «Vai no Batalha». Em relação a esta, como dizia Manuel João Gomes no Público de 9 de Julho de 1993, é o verdadeiro teatro de revista – «a linguagem forte, com mais obscenidades por minuto do que todas as revistas do Parque Mayer tiveram nos últimos seis anos».
Que o Teatro de Marionetas do Porto saiba continuar a obra do seu fundador é o que se pode desejar agora.

Os melhores golos e jogadas de Diego Armando Maradona

Aos cinquenta anos a obra do jogador está mais do que feita e arquivada. Só que a de Diego Armando Maradona nunca repousa muito tempo nos arquivos, está sempre a ser solicitada.

Diego celebra hoje cinquenta anos. É uma oportunidade para celebrarmos Diego.

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David Borges, o Porco da Bola (a propósito do Académica – FC do Porto)

Há duas semanas, o Fc do Porto foi a Istambul vencer o Besiktas por 3-1. Um jogo difícil, num Estádio difícil, que detém o record do mundo de ruído durante um jogo (132 decibéis numa visita do Liverpool em 2007).
No final de um jogo em que o FC do Porto teve dois jogadores expulsos e mesmo assim venceu facilmente, o jornalista David Borges, que comentava o jogo para a SIC, proclamou: a defesa do FC do Porto não tem classe.
Não é de espantar. Todos nos lembramos muito bem de David Borges, o apresentador do mítico «Os Porcos da Bola», o mais fanático porgrama anti-portista da história da televisão portuguesa.
Secundado por Jorge Schnitzer e pelo vendedor de sabonetes, o assanhado David Borges, coberto por um manto de seriedade (expressão eufemística para os «caras de pau»), destilou um infindável ódio contra o FC do Porto numa série de programas que teve o seu apogeu no célebre «Caso Paula». Como todos devem estar recordados, a certa altura, em Maio de 1997, apareceu no programa uma puta brasileira a acusar cirurgicamente apenas os jogadores do FC do Porto de terem usado os seus serviços, revelando, ao mesmo tempo, que Secretário não passava de um «pila mole». E até o Presidente da República de então, o inefável Jorge Sampaio, pediu uma investigação profunda aos acontecimentos desse dia.  Luis Figo, por seu lado, fez justiça por conta própria e despejou, alguns tempos depois, um saco de urina em cima do jornalista Nuno Luz.
Valha a verdade que já nem me lembrava da existência do apresentador dos Porcos da Bola. A sua nulidade no panorama do actual jornalismo português é mais do que evidente. Seja pela tentativa de ressuscitar o cadáver do bom jornalista radiofónico (que o foi nos anos 80), seja porque o FC do Porto desta época está a incomodar demasiado, David Borges abriu a latrina e pôs a nu o seu próprio fedor. Insuportável, intolerável, repugnante.
É por isso que o Académica de Coimbra – FC do Porto será apenas um joguito. O segundo melhor ataque da prova, o da Académica, terá pela frente uma defesa sem classe, a do FC do Porto, que por acaso é a menos batida de todas. Porque a classe defensiva, essa, está toda noutras bandas. No Porto, claro, nunca poderia estar para um verdadeiro Porco da Bola.

ADENDA: David Borges devia referir-se ao que se passou hoje no Académica – FC do Porto. Tem toda a razão. Uma defesa sem classe, a do FC do Porto. Não sofreu golos, mas jogou aos repelões, pontapé para a frente, sem qualquer técnica. É isto o FC do Porto. Uma equipa sem classe.

Paulo Varela Gomes:Tentar sair disto

Para meu absoluto espanto, nenhuma das cartas que publiquei aqui, sejam aquelas que enviei da Índia sejam estas, teve o eco da “Declaração” de 23 de Outubro último. Nunca tinha vindo tanta gente falar comigo e nunca recebi tantas mensagens. Quase todos os meus correspondentes, pessoas da chamada classe média como eu próprio, estão muito zangados e dispostos a resistir à política que o Governo vai impor. Percebem que a situação financeira é grave mas sentem que a solução governamental é mal-intencionada ou está errada e que as suas vidas e a economia portuguesa vão ficar destroçadas para coisa nenhuma.

Estas pessoas não sabem o que fazer. Desde logo, não se revêem nos sindicatos ou nos partidos e não confiam neles. “É tudo a mesma coisa”, dizem. Não vêem outras alternativas. Desesperam. Vejo também muita gente que ainda não percebeu o que vai suceder ou gente que, percebendo, não acredita que “eles”, os governantes, sendo preguiçosos, corruptos e incompetentes, consigam levar a sua avante. Vejo finalmente pessoas que pensam que escaparão mais uma vez às dívidas e ao fisco, enganarão o Estado e os patrões, com ou sem “arranjinhos”, um 3.º ou 4.º empregos, recibos não passados, declarações falsas. Também esta gente não vê como sair disto, limita-se a vergar a espinha e aguentar o melhor que pode e sabe.

Impressiona-me, mas não me espanta, que a oposição à maioria PS/PSD seja metida no mesmo saco que esta. De facto, o que é a oposição? O CDS já esteve no poder algumas vezes. A esquerda parlamentar tornou-se a esquerda mansa e respeitável das “alternativas” e das “propostas”, talvez convencida de que, parecendo ter “soluções”, ganha votos, e de que esses votos a aproximam um centímetro que seja do poder. É uma esquerda que acabou por ficar tão identificada com o regime que parece ter-se esquecido de que o seu lugar tradicional é na rua, e a sua atitude histórica é a do confronto. Ao pensar nisto tudo, lembro-me do bloqueio, em 1994, da Ponte 25 de Abril, que nenhum partido organizou e contribuiu decisivamente para fazer cair o segundo governo maioritário de Cavaco Silva. Vejo na televisão a luta que se desenrola nas ruas, estradas e fábricas de França e recordo que em Maio de 1968 os operários entraram a certa altura na refrega desencadeada pelos estudantes e que, com o país inteiro a ferro e fogo, o Presidente De Gaulle se refugiou numa base militar a partir da qual foi obrigado a negociar verdadeiros compromissos, percebendo que tinha pela frente a França de 1789 ou de 1848, a França que gosta de demonstrar de vez em quando que a democracia também pode exercer-se pela desobediência cívica.

Sou um cidadão tão zangado como muitos outros. Sei que só colectivamente, por meios que têm que ser inventados por todos, se pode tentar impedir os governos da União Europeia de darem cabo do que resta da economia portuguesa e das nossas vidas. No que a estas Cartas diz respeito, regresso na próxima semana ao género de assuntos para os quais foram inventadas.

Paulo Varela Gomes no Público

Reformados e pensionistas: Vasco Franco

3.035 euros

APESAR de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado. A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 euros, um valor bastante acima do seu vencimento como vereador. A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado – técnico superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» – apesar de as suas habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade. A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio raro, num país em que a idade de reforma (para os que são menos iguais) é de 68 anos, para evitar a ruptura da Segurança Social… O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro.Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro. Triplicar o salário. Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de 4000 euros mensais. Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril.

Nos-sela

lembranças de mãe

entró na eternidade nos seus 90 anos. O mei imaginário de filho mimado, a mantém sempre viva.

Para Flora Redondo de Iturra, no dia do seu 92º Aniversário.

http://www.youtube.com/results?search_query=beethoven+moonlight&aq=4

The Piano Sonata No. 14 in C♯ minor “Quasi una fantasia”, op. 27, No. 2, by Ludwig van Beethoven, popularly known as the Moonlight Sonata

Nós, adultos, esquecemos que a mãe é pessoa e vemo-la como processo. Além do carinho e emotividade que unem uma criança com a sua progenitora, existem, de forma igualmente importante, os diversos estágios que atravessa uma mulher que acaba no seu caminho de mãe. O primeiro, é ser mulher, até aos nossos dias, não se inventou um ser que a substitua na estrutura hormonal e na configuração biológica necessária para dar vida a um bebé, amá-lo e amamentá-lo. Muito menos, a invenção da leveza do ser que caracteriza a relação mãe/criança. Não consigo esquecer a frase de um amigo ao me confidenciar a tristeza que tinha pela sua mãe ter ficado inválida: não sei o que fazer…apenas consigo chorar. A minha resposta foi rápida e directa: o que o meu amigo chora não é a doença da sua mãe, o que chora é a falta do mimo embelezado dos carinhos dela. Doravante, será o contrário: é a mãe que vai precisar dos cuidados do filho! Ele, incapaz de devolver essa elegância de mimos que na sua infância, a sua mãe

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Orçamento consumado e apaixonado

E assim continuam a viver felizes para sempre.

Coragem!

Os meus companheiros do Aventar (boa parte) serão parte substancial daqueles que vão ficar “podres” com o facto de o PSD não ter chumbado o OE2011.

Os meus companheiros do Aventar (boa parte) fazem parte daquela maioria que considerou um erro a proposta de revisão constitucional.

Os meus companheiros do Aventar (boa parte) pertencem ao grupo daqueles a quem os cabelos se arrepiaram quando ouviram Passos Coelho afirmar “A ideia de que não se pode mexer em direitos adquiridos é uma ideia que cai no dia que for preciso“, ou seja, quando faltar o pão…

Só vos peço que pensem no seguinte: era ou não bem melhor para Passos Coelho, após a vitória nas directas, estar caladinho e quietinho esperando, apenas e tão só, que o poder lhe caísse no colo, como era previsível e hoje perfeitamente notório? Não foi assim com Durão? Não foi assim com Sócrates? Idem com Guterres? Foi, não foi? E deu no que deu, não deu?

Pois com Passos Coelho é diferente. A coragem de ser diferente, de dizer, desde já, ao que vem e para onde quer ir. É tão diferente do habitual na política caseira, não é? Não estamos habituados à verdade.

Não mudei de opinião sobre o OE2011, considero-o, por aquilo que dele conheço, um desastre – que nem tão poico será cumprido por estes senhores que, ainda, nos governam. Não tenho dúvidas que Passos Coelho também não gosta, até por não ser o seu orçamento. Mas preferiu o caminho, popularmente, mais difícil e vai abster-se.

Ele prefere seguir as suas convicções. No caso são diferentes das minhas mas a sua coragem em trilhar o caminho mais difícil faz-me acreditar que pode ser ele a estar certo e eu errado.

Sinceramente, estou cada vez mais convencido que fiz muito bem em largar o distanciamento político a que me tinha imposto nos últimos anos e voltar a acreditar. Estou certo que temos Homem.

Eu admiro a coragem, eu prefiro aqueles que não se amedrontam e trilham o caminho mais difícil, contra ventos e marés. Eu acredito na mudança e não estou arrependido.

antropologia da criança

crianças Picunche, ornamentadas, estudadas por mim ao longo de anos

http://www.youtube.com/results?search_query=beethoven+fur+elise&aq=3

Beethoven – Fur elise

«Losotros haulamos dohs idiomas» (não é gralha, é a pronúncia da letra s, sempre aspirada, jamais falada. É a língua huasa).

1. É o que diz Marcelo Castro Morales, o puto de dez anos, uma das quinze crianças a quem a escola C 40 de Pencahue permite pesquisar, comigo, no frio Inverno chileno.

Falamos duas línguas, o castelhano e a huasa. Uma viva polémica se levanta, desenvolvida entre elas, dentro da pequena sala que nos cederam para os trabalhos. Trabalho, que leva o Director do Complejo Educacional de Pencahue (Escola C40 no jargão oficial) a interrogar-se sobre a sua natureza: ensinar o-não-sabe-o-quê desse estrangeiro, sábio Doutor, às 15 crianças escolhidas entre o melhor dos 1.600 estudantes do pré-primário à opção pré-universitária, da população de 9.000 habitantes dos seis sítios rurais e industriais que a comunidade chilena – picunche, clã da Nação Mapuche habita entre o Chile e a Argentina, território que se estende ao longo de 1.000 km2 de [Read more…]

Cheias de Lisboa: As fotos

Lisboa, Outubro de 2010.
Como diz o Tiago Mota Saraiva, a culpa não é do mau tempo. A culpa é da forma como o País continua a ser planeado. Impermeabilização dos solos – uma prática criminosa. Nada que preocupe demasiado, claro, os senhores do poder. [Read more…]

Nenhum comunista no Conselho de Estado

O Conselho de Estado é um órgão político de consulta do Presidente da República. O Presidente da República é o Presidente de todos os portugueses. Não há nenhum comunista, nem sequer alguém à Esquerda do PS, no Conselho de Estado.
Há aqui alguma coisa que não bate certo. Se a função do Conselho de Estado é aconselhar o Presidente da República e ele é o Presidente de todos os portugueses, não deveria o Presidente da República querer ouvir todos os portugueses através dos Conselheiros de Estado?
É que, para além daqueles que têm lugar por inerência ou porque ocuparam cargos no passado, há «cinco cidadãos designados pelo Presidente da República». E sendo assim, repito a pergunta: Se a função do Conselho de Estado é aconselhar o Presidente da República e ele é o Presidente de todos os portugueses, não deveria o Presidente da República querer ouvir todos os portugueses através dos Conselheiros de Estado?
Se calhar não. Porque aquilo que um comunista ou um bloquista teriam para dizer não é conveniente para o poder instalado. Não é conveniente para o «centrão». Não interessa a quem desgoverna o país. Não interessa a Cavaco.

Para fazer uma coisa, é necessário fazer o seu contrário

O leitor habitual do Aventar já deve ter reparado que levamos a efeito uma sondagem intitulada “Como vai votar nas Presidenciais?“, visível no topo da barra lateral direita do blogue.

A própria sondagem (aparte os nomes que a compõem e a sua posição relativa) mostra bem a dificuldade de coerência e a disfuncionalidade mental com que se vive cá no burgo.

Imagine que o leitor escolhe a opção “Não voto” (por acaso a que vai à frente na sondagem) e quer validá-la. Pois bem, primeiro clica “não voto” e, imediatamente a seguir, clica “vote“.

Se não vota, não pode dizer que não vota. E, para o dizer, é obrigado a contradizer-se perante o imperativo: Vote.

Não sei se é um retrato fiel do país. Mas que é muito aproximado, é.

Desabafo

(desenho de manel cruz)

Eu gosto muito do meu Porto e penso que seria capaz de escrever lindos textos sobre o Porto. Mas não me apetece. Apetece-me escrever um texto feio. Como me apetece escrever só textos feios sobre este miserável e corrupto país. Este país, vítima da maior bandalheira da sua história. Este país que tem como Presidente o seu coveiro, e como portadores do caixão, os seus incorruptíveis boys. E o pior é que todos se preparam para a exumação do cadáver. [Read more…]

Embuste… vergonha!

A ACOP – ASSOCIAÇÃO DE CONSUMIDORES DE PORTUGAL -, sediada em Coimbra, instaurou contra a VIMÁGUA, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, ACÇÃO POPULAR pela cobrança indevida dos ramais de ligação.
 
Não houve AINDA decisão judicial sobre o mérito da causa.
 
A VIMÁGUA, instada pelos consumidores, diz despudoradamente aos seus consumidores o que vem na carta infra:
 
“Assunto: tarifa de ligação de saneamento – pedido de suspensão do procedimento de facturação.
Na sequência do pedido de condicionamento do pagamento da tarifa de ligação de saneamento ao resultado de uma acção judicial interposta contra a Vimágua, cumpre-nos esclarecer V. Exª que, não obstante a aludida acção ter sido julgada improcedente pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, não poderia a Vimágua suspender um procedimento em prática, com fundamento numa qualquer acção judicial.
Como é evidente, a actividade da empresa é pública e está sujeita ao escrutínio das mais diferentes entidades, a quem está acometido o dever de fiscalização e de regulação.
Temos absoluta convicção nas nossas práticas, na sua justiça e na sua legalidade, pelo que se indefere a pretensão.”
 
Como qualificar esta insólita situação?
 
Para onde terá emigrado o pudor, a vergonha, a verdade?
Será que uma empresa que a seu cargo tem a exploração de um serviço público essencial pode adoptar estes procedimentos impunemente, que nem sequer se sabe ou quer qualificar?
Para onde terá emigrado, afinal, o Estado de Direito?

O Sócrates lá do sítio

A Europa e a nossa incompetência

As peripécias das negociações orçamentais entre os proprietários do regime, PS e PSD, não passam de novas manifestações de incompetência de políticos do arco do poder; aliás, o que se repete ao longo de mais três décadas. Agora, ao que tudo indica por pressão do par Merkel – Sarkozi, Sócrates prepara nova proposta para favorecer o acordo e, das hostes do PSD, Nogueira Leite vem a terreiro afirmar categoricamente “a direcção nacional do PSD vai deixar passar o Orçamento”.

A falta de sentido de Estado é fenómeno corrente, com a subsequente degradação da imagem do País no exterior, em especial na UE e na ‘Zona do Euro’. De resto, desta ‘comédia de vaudeville’, já houvera a representação do 1.º acto por Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga. Afastaram o acordo por cerca de 230 milhões, num orçamento que envolve de 80 mil milhões de euros. Contabilizemos prejuízos decorrentes para a economia portuguesa, entre os quais a subida imediata das taxas de juros de empréstimos públicos em mais de 0,5%. Isto em cima de um péssimo orçamento.

Como a crise é grande, o dinheiro e o juízo não abundam e a dependência externa, relativamente à Europa em particular, é imensa, a nebulosidade que nos conduz às trevas intensifica-se a cada passo. Merkel e Sarkozy não desistem do objectivo de impor a reformulação do Tratado de Lisboa – já de si é consabida manta de remendos – com vista a punir com avultadas multas e perda do direito de voto os países incumpridores em termos de objectivos do Pacto Estabilidade, nomeadamente a ultrapassagem do deficit público.

A Portugal e a outros estados-membros da ‘Zona Euro’ está a valer, na circunstância, a posição de Jean-Claude Juncker, presidente do ‘Eurogrupo’. O político luxemburguês, em entrevista ao ‘Die Welt’, considerou inaceitável o projecto de revisão que Merkel e Sarkozy combinaram, em encontro bilateral de há dias, em Deauville, França.

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Reformados e pensionistas: Mira Amaral

18.156 euros

(…)apesar da reforma de 18.156 euros mensais que lhe é paga pelo Estado, desde 2004, aos 56 anos de idade, por ter estado 18 meses na CGD, para onde foi a convite do Governo do PSD que aceitou pagar-lhe a reforma de luxo.

Puxapalavra

Mira Amaral veio hoje a público dizer que a pensão que vai receber por sair da Caixa Geral de Depósitos foi combinada antes da sua entrada para a instituição. Num comunicado, diz ainda que há já um mês que pediu para deixar a CGD.

TSF

a criança velha.Para um estatuto da regressão da vida

nascemos, crescemos,criamos,esquecemos e,finalmente, falecemos

Ensaio de Etnopsicologia da Infância

1 A criança em contexto.

O nosso hábito é falar de criança. É pensar que falamos duma infância que se espalha entre o nascimento e a puberdade. No melhor dos casos. Na forma modelar dos casos baseada nos Códigos Canónico e Civil. Criança, esse ser inocente e exemplo de responsabilidade penal ou civil até aos sete anos ou até aos catorze anos. Conforme a matéria de que trate o seu afazer. Criança inocente por não entender o mundo enquanto forma a sua epistemologia. Criança que não tem memória social,  não conhece o mundo, não tem contacto com a interacção social, nem conhece as hierarquias nem percebe a responsabilidade. Excepto, a sua própria que lhe é incutida pelos adultos, esses que [Read more…]