Ordem dos Advogados: Marinho e Pinto Vencedor Destacado*

Segundo informações que nos chegam, Marinho e Pinto, actual Bastonário da Ordem dos Advogados e candidato a novo mandato, lidera  a contagem de votos no Porto, Coimbra e Açores com grande vantagem. Resultados até agora.

O Aventar estará atento e actualizará os resultados sempre que possível.

* Contagem de votos a decorrer, resultados provisórios.

Falsidade ideológica

image Segundo o Público, Tiririca corre o risco de prisão por falsidade ideológica. Se fosse por cá havia um certo partido de esquerda que ia dentro por parecer de direita.

Engraxadores do Porto


Foto: Maria Monteiro
(Texto de Marcos Cruz)

Não vão muitos anos, a Praça da Liberdade no Porto exibia um brilho próprio, único, e não era apenas o dos sapatos de quem não prescindia da sua engraxadela. Era o que lhe emprestavam os próprios engraxadores, tripeiros retintos, línguas soltas, peças típicas de um ‘puzzle’ hoje a desfazer-se

“Estado civil: mouro!”, antecipou, em passo apressado, um habitué da Praça da Liberdade, quando José Almeida, engraxador surdo-mudo, mostrava à reportagem do DN o seu bilhete de identidade, substituto possível da voz sumida. Em breve, não será a única. O barulho das escovas, dos panos e, sobretudo, das apimentadas cavaqueiras dos abrilhantadores de sapatos, autênticas bandeiras do mais retinto espírito tripeiro, corre sério risco – não de ir para o olho da rua, que aí já ele está há alguns anos – de desaparecer de uma vez por todas do quotidiano público do Porto. [Read more…]

Belmiro apoia Cavaco… A Bem da Nação!

 

Perturbada, a democracia portuguesa é como a ‘Fénix’. Renasce, sempre esperançosa, após momentos de moribundo sofrimento.

Sou dos que confiam em milagreiros e curandeiros. Flutuo no limbo da tranquilidade. Ao contrário de Rui Veloso, acredito que há estrelas no céu. E ainda em mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. E os sentimentos de convicto crente, em inesperada aurora, acabam por ser gratificantes.

Com a alma impregnada de certeza e esperança, registo que o Engenheiro Belmiro de Azevedo acaba de declarar  apoio à recandidatura de Cavaco Silva. É um político, diz ele, que tem as “competências certas” – eu que andei uma vida inteira com as minhas horas e competências atrasadas ou adiantadas, compreendo e admiro a genial precisão do Dr. Cavaco, reconhecida por Belmiro. Sempre com registo certeiro e ‘A Bem da Nação’.

Diz o engenheiro que, depois de 1985 com Mário Soares, é a segunda vez que torna público o apoio a um  candidato a PR. E ainda acrescenta: a situação económica e financeira do País, no presente, é tão ou mais grave do que em 1975. Argumento rigorosamente calendarizado pelo empresário.

Porém, por instantes, fico a refletir: “Porque será que Belmiro não recua a 1973 para relembrar o que ele e o País eram nessa altura?”. Pergunta inconveniente, sujeita à abrupta reação de que isso não interessa? Também não preciso da resposta. Sabendo dos nós da complexa teia, a inquietação desvanece-se. Tudo ‘A Bem da Nação’!

Fora o árbitro! gatuno! filhodaputa!

Refiro-me a João Ferreira (AF Setúbal) e Cosme Machado (AF Braga). Os dois mete-nojo foram para a Escócia furar uma greve dos seus colegas escoceses.

É certo que João Ferreira quando chegou à Escócia desistiu da ideia, tal como o seu colega. Dizem que não tinham percebido ao que iam. O que se pode dizer de um árbitro que não viu ao que ia?

No mínimo que não vê nada à frente dos olhos. Dentro e fora do campo. No caso do amarelo da foto já sabíamos. Bem podia ter ficado na Escócia até terminar a carreira.

o debate desencontrado da greve de 24 de Novembro

a greve do 24 foi a maior dos últimos tempos

Como sabemos, as duas centrais sindicais de Portugal uniram-se para o protesto contra as felonias dos nossos legisladores. O Orçamento de Estado continua a levantar dúvidas entre os que querem aumentar os impostos e os que procuram na Assembleia alternativas para não ser a maior parte de Portugal a pagar as dívidas do Estado.
A intenção dos legisladores é conhecida por todos, leia-se um jornal num quiosque qualquer (quem pode comprar jornais hoje em dia?) e, de imediato, fica-se a saber quais os aumentos que estão projectados para os bens alimentar, para os fármacos, os impostos extras por escalão, a redução dos ordenados, o despedimento de trabalhadores da função pública e todas as outras doenças que aguardam a nossa estabilidade e divertimento fora de horas de trabalho.

O debate é aceso. Há a versão das centrais sindicais que diz que três milhões de trabalhadores aderiram à greve; há a conveniente do Governo, que fala em 28%. Mas, os que

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À Mesa com…

…Pedro Passos Coelho

Pr’á veia

estado viciado em impostos 

OE 2011 aprovado pelo PS e com a abstenção do PSD. Um Estado viciado em impostos vai receber ainda mais impostos. Diz que é para baixar o défice, ou seja para reduzir a quantidade de dinheiro que o Estado gasta. Faz sentido.

Hospital de S. João: As enfermeiras eróticas


Vivemos tempos de crise e de austeridade no Orçamento do Sistema Nacional de Saúde, mas a Administração do Hospital de S. João não quer saber: acaba de encomendar ao estilista Nuno Gama novas fardas para os seus funcionários, num processo que deverá custar aos confres do Hospital mais de um milhão de euros.
O Aventar está em condições de apresentar em primeira mão, hoje, as novas fardas das enfermeiras do Hospital de S. João, desenhadas pelo genial lápis de Nuno Gama.
Devemos agradecer a Nuno Gama e, em última instância, à inteligente Administração do Hospital de S. João. Com estas novas fardas, não vai haver doente que não arribe de imediato, com as consequentes poupanças a nível de hospitalização. Ou não…
– Senhora enfermeira, senhora enfermeira, as minhas lentes de contacto cairam ao chão. Não se importa de apanhar por favor?(…)

Como Se Fora Um Conto – As Francesinhas na Revolução Francesa

I

Vivia-se no ano da graça de 1809 e o mês de Junho.

Soult, General e mais tarde Marechal, regressava a casa triste, acabrunhado e abalado com a derrota. A bem da verdade não tinham sido os Portugueses a vencê-lo, tinham sido os Ingleses, mas isso era ainda uma desonra maior. Perdera fama, prestígio e muita gente nesta campanha. E só fora ‘dono’ da cidade pouco mais de dois meses.

Era de noite e o General tinha fome. Apesar de a Galiza estar ocupada pelas suas tropas e no trono espanhol estar o irmão de Napoleão, José Bonaparte, há dois dias que só comia fruta dos pomares por onde passava e um caldo horroroso que Pascal, seu novo escudeiro, lhe preparava com o que ia encontrando pelo caminho. Estava a ser difícil o regresso por terras espanholas, os Galegos também lutavam contra o invasor, e os seus mais dedicados criados tinham desaparecido. E que falta lhe faziam, já que um era o seu cozinheiro particular que sabia segredos culinários que mais ninguém sabia e o outro o padeiro cujas mãos para amassar pão de diversas qualidades o levara ao seu serviço. Há já alguns anos, a bem dizer muitos, que esses dois homens o acompanhavam. Teriam morrido? Teriam sido capturados pelas gentes do Porto? Não sabia e não tinha hipóteses de os ir procurar. Que maçada! [Read more…]

Espero que na Ordem dos Advogados o bastonário não mude

Conheço o Marinho da Anop vai para mais de 30 anos. A despeito de profissionalmente os nossos caminhos se terem cruzado numa experiência para esquecer, sobre o homem testemunho a honestidade, a frontalidade e uma militância de homem de esquerda, da minha esquerda.

Enquanto bastonário da Ordem dos Advogados passou para fora uma imagem de socratista, como aqui em baixo se queixa o Ricardo. Não me meto em questões jurídicas mas nem tudo o que parece é. E no que toca à justiça pela primeira vez apareceu alguém a atacar quem impunemente dela usa e abusa, a explicar com clareza que a justiça que temos não é igual para todos, que em Portugal os ricos nunca cumprem penas e todos os dias um pobre é condenado sendo inocente, porque não teve posses para se defender, e também muito simplesmente por ser pobre. 

Achar que o Marinho ambiciona um escritório de advogados de topo está totalmente fora da realidade. O homem pode ser ingénuo, sempre foi voluntarioso, e sem dúvida que tem ambições políticas. Mas essa é outra conversa.

Espero que o resultado das eleições de hoje para a Ordem dos Advogados lhe seja favorável. Duvido muito, quem tocou nos poderes dos donos da advocacia tem tudo a concorrer contra si, mas era um excelente sinal para o país. Significaria que temos advogados livres em Portugal, e bem precisamos.

Eleições da Ordem dos Advogados: José Sócrates apoia Marinho e Pinto

Só pode. Era uma injustiça que assim não fosse.
Afinal, estamos em presença de uma pessoa que era radicalmente contra o(s) Governo(s) e os políticos enquanto simples jornalista e advogado (quando chamou arrogante, pesporrento e malcriado a Mário Soares) e, a partir do momento em que foi Bastonário, se tornou incrivelmente dócil. É a pesosa ideal para presidir à Ordem dos Advogados.
Quem não se lembra da forma calorosa e vigorosa como Marinho e Pinto defendeu José Sócrates no Jornal de Sexta da TVI? Quem não se lembra que só 3 ou 4 escritórios de advogados é que têm acesso às mordomias do poder? E por que não o meu, terá pensado Marinho e Pinto algures no tempo?
Quanto a mim, espero sinceramente que Marinho e Pinto sofra uma derrota estrondosa. É que, farsola por farsola, ao menos os seus antecessores nunca escondiam ao que iam e por que razão estavam naquele cargo.

Difícil é educá-los

POr SANTANA CASTILHO

A epígrafe é título de livro. Simples, como o são todas as coisas importantes. O livro que David Justino escreveu não será suficiente para catalisar um debate e um compromisso social sem os quais continuaremos a estragá-los. Mas é mais um passo nesse percurso meritório a que a Fundação Francisco Manuel dos Santos se entregou. O livro é um contributo sério para que algum dia comecemos a educá-los. Recomendo a sua leitura a todos os que se interessam por eles. Eles são os nossos estudantes.
A amizade que me liga a David Justino foi construída, era ele ministro da Educação, sobre discussões longas e francas que tivemos a propósito das medidas de política que ia lançando. Muitas vezes fiquei perplexo, e assim lho dizia com frontal franqueza, face à dissonância que encontrava entre o pensamento dele e as medidas que acabavam por ganhar forma. A resposta era invariavelmente a mesma: os constrangimentos de contexto político e os estranhos equilíbrios, que nunca entendi, de que o ministro não podia dispensar o professor. Que pena tenho que David Justino, ministro, não tenha feito aquilo que David Justino, professor, hoje defende no seu livro. Estaríamos, sem qualquer dúvida, a educá-los melhor.
Na apresentação do livro, David Justino afirma haver uma pergunta decisiva por responder em Portugal: o que queremos do sistema educativo? [Read more…]

Just Wave and Smile

O ensino privado religioso e a liberdade de escolha

Ainda sobre o ensino privado, e a liberdade de cada um educar os seus filhos de acordo com as respectivas convicções religiosas, no que dizem ser um exercício de liberdade e por vezes me parece ser mais um exercício de propriedade, recordo o velho princípio de que a liberdade de cada um acaba onde começa a dos outros. Neste caso a dos filhos, que são pessoas e não uma espécie de cãezinhos para amestrar.

De uma crónica de Manuel António Pina:

A notícia revelada na passada segunda-feira pela BBC de que em dezenas de escolas inglesas se ensina hoje que a homossexualidade deve ser punida com a morte por apedrejamento (ou lançando fogo ao “criminoso”, ou atirando-o de um penhasco) e os ladrões punidos cortando-se-lhes mãos e pés (com figura junta a explicar como se faz) tem que ser antecedida do mesmo “Acredite se quiser”.
A coisa passa-se numa rede de 40 escolas privadas onde as liberais e multiculturais leis britânicas permitem que sejam ministrados os curricula escolares sauditas. Segundo a BBC, além de na homofobia, os 5 mil jovens, crianças e adolescentes entre os 6 e os 18 anos, na sua grande maioria provavelmente de nacionalidade inglesa, que frequentam tais escolas, são igualmente educados no anti-semitismo (lê-se-lhes “Os protocolos dos sábios do Sião” e ensina-se-lhes que os judeus pretendem dominar o Mundo) e na intolerância religiosa (num manual destinado a alunos de 6 anos condena-se ao “fogo do Inferno” quem não acredita no Islão).

Uma casinha caiada

casinha

Era uma vez uma casinha, trabalhadora mas com a pintura desbotada pela intempérie. Levantava-se quase às nove, já em plena hora de ponta da rotunda de Massamá, apesar do despertador diariamente fazer tiriri-tiriri-tiriri com uma antecedência suficiente para evitar correrias. Mas o Malato, depois o Espírito indomável e por fim o CSI empurram a leitura da Margarida Rebelo Pinto para tão tarde que as manhãs se colam às costas da noite.

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