A carta anónima da RTP

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A carta que hoje apresentamos anda a circular pelos corredores da RTP. Pelo conteúdo, vê-se claramente que foi escrita por um funcionário da empresa, revoltado pela sua situação laboral e, a par disso, pelas injustiças, ilegalidades e imoralidades do seu empregador.
Não é que haja propriamente novidades no que ali está escrito. Há muito que se fala da maior parte daquelas acusações e do tipo de comportamentos que a carta revela. A novidade, aqui, é essas acusações partirem de dentro, ou seja, de alguém que está claramente bem informado.
Ou seja, que há muito trabalho entregue a produtoras externas porque é preciso dar a ganhar a alguém, já se sabia; que há promiscuidade entre a Administração e o Poder, também já – acontece com todos os Governos e ainda mais com este. Agora, temos interessantes pormenores sobre a propriedade das empresas externas a quem é entregue trabalho (veja-se o caso de Paula Moura Pinheiro) e sobre as «viagens de trabalho» de alguns membros da Administração, incluindo as viagens a Moçambique do «senhor Presidente».
Curiosa é a forma como a carta se refere às «estrelas» da companhia. A par da descrição dos pornográficos vencimentos que auferem e de referências pouco abonatórias a José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, uma interessante frase sobre José Rodrigues dos Santos: «Passa por cá no intervalo dos livros que está a escrever».
Para os autores do texto, privatizar não é solução. Bastaria trabalhar com os recursos internos em vez de dar a ganhar ao exterior. Bastaria vender a publicidade a preços normais em vez de vender ao desbarato. Bastaria fazer realmente serviço público e ser realmente independente. Bastaria deixar de querer concorrer a todo o custo com as privadas.
No final, um «prato» bem apetecível, o caso TVI. Segundo os autores da carta, já havia nomes apalavrados em trânsito da RTP para a TVI se se concretizasse o negócio PT. E não é por acaso que neste trecho aparecem as referências a José Fragoso e ao seu mentor, o homem do berbequim Emídio Rangel.
Quem assina a carta? «Muitos profissionais de televisão e rádio que querem uma RTP digna dos portugueses».
Como escrevi antes, nesta carta não há realmente grandes novidades. No fundo, o que se passa na RTP é o que se passa nas outras empresas públicas. E o mais trágico, neste país a fingir, é que toda a gente sabe mas ninguém quer saber.

Comments

  1. carlos fonseca says:

    Ricardo, bem a oportuna a denúncia que fazes do que se passa na RTP. Uma verdadeira vergonha de uma casa, sustentada com dinheiros públicos, onde José Alberto Carvalho, Judite de Sousa, José Rodrigues dos Santos e mais meia-dúzia são remunerados principescamente. A menina Judite é bem o paradigma da casa. Esteja quem estiver no poder, está sempre na crista da onda.
    Como se pode impor aos trabalhadores da FP um corte de salários, com ordenados e negociatas destas numa empresa pública? Falta de respeito do Governo (PS) pelos cidadãos em geral (contribuintes) e pelos trabalhadores do Estado. Há que saber se quem vem a seguir elimina esta podridão. Espero que sim.


  2. gostei de ficar a saber. e obrigado, claro.

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