O departamento de marketing do grupo [Pingo Doce] está de parabéns: a maioria das lojas ficou em estado de sítio com a horda de zombies consumistas que esvaziaram prateleiras e lutaram por um pedaço do sonho proporcionado pelo magnânimo Alexandre Soares dos Santos, um dos pais da pátria. Sérgio Lavos
Este post repugna-me. Pessoas que aproveitaram para fazer render os seus escassos euros nestes tempos difíceis são uma «horda de zombies consumistas» para o autor. É mais do que sabido que o Pingo Doce é um local onde se compram luxos como margarina, leite e fraldas. Ah!, e papel higiénico, como alguém lá referia no post. Que escândalo, os pobres ainda não usam os dedos, onde é que já se viu?
Se bem me recordo, 3/4 da área destas lojas são luxos como bebidas, fruta e outros produtos alimentares, extravagâncias que só deviam existir, naturalmente, em locais selectos do Bairro Alto. Portanto, se houve stocks em ruptura e sem reposição, isso tanto aconteceu com a parte alimentar como com os detergentes e com o incontornável papel higiénico. Aliás, até pouco me surpreenderia se os lojista de esquina não se tivessem ido lá abastecer, o que até explica bem certos exageros de compras.
Depois há a tese do dumping. Se o fosse, também os saldos também o seriam. Dumping implica que o preço normal do produto esteja abaixo do seu custo.
E a «provocação aos sindicatos que convocaram uma greve»? Até já estou a ver a administração do Pingo Doce, com um esgar maquiavélico a dizer «fazemos desconto mas lixamos a manif desses comunas sacanas». Enfim!
Confesso que pouco me importa o sucesso ou fracasso do Pingo Doce. Até porque as grandes cadeias de distribuição são antros de terríveis práticas com os trabalhadores e com os fornecedores. Apesar de o fazerem com cobertura legal, note-se! Mas daí a saltar para cima dos que aproveitaram o desconto vai um considerável passo que eu não dou.
Ah, pois, um dos PD ter fechado precisamente quando o desfile do 1.o de Maio se estava a aproximar e ter aberto só depois desse passar é só coincidência. Pois claro, foi para repor o stock.
No “povo” não se toca nem com uma flor. Isso sim, é que é ser politicamente correcto!
Você achar que quem gasta 500€, 400€ ou 300€ em compras é pobre? e esta lá para fazer render os seu parcos euros?. você só pode estar deslocado da realidade, quem fez aquelas tristes figuras não era pobre, era sim pobre de espírito, aquelas tristes figuras não tem desculpa mostram o pior que há de nós, não é defensável nem a direita nem a esquerda nem ao meio, é triste e só temos que nos lamentar da nossa ignorância e pequenez, eu não culpo o Pingo Doce que fez o promoção ( e que de certeza já se arrependeu) culpo as pessoas que não sabem marcar um limite para a sua dignidade, sim porque toda a gente tem que ter dignidade seja pobre rico ou outra coisa qualquer. Há limites que não devem ser ultrapassados.
Continua a santa inocência e a análise ao lado do verdadeiro motivo desta “campanha” do Alexandre dos Santinhos Esmoleiros.
Meus caros, deixem de lado a questão legal, a questão comercial(dumpings etc) e de juízo de valor moral das pessoas que lá acorreram(questões sociólogicas muito interessantes mas muito preocupantes e que já foram bem analizadas noutros blogs, etc).
A questão principal é esta:
-abertura das lojas com uma promoção super-agressiva(e, ao contrário do que a maioria pensa, o PD já estaria à espera de uma afluência anormal visto que o fluxo de reposições foi mais elevado nos últimos dias) num dia simbólico como o 1º de Maio;
Quando o Alexandre fala, abertamente ou nas entrelinhas, está lá todo o discurso ideológico. E o que ele pensa acerca do estado de coisas e de como ele adoraria que o Estado passasse a ser coisas e o deixasse de ser. Este foi mais um passo na marcação de terreno. E é essa a principal questão. Esta gente já passou a fase de angariação de lucros. Agora querem respeito e querem-se sentir uns kridos.
Quanto ao artigo do Sérgio Lavos é totalmente deplorante. Schivezza pura!
Quanto ao comportamento das multidões, lembro-me das sexta-feiras negras do Corte Inglês e de pessoal a comprar coisas sem saber qual era o preço fora da promoção. Isto para dizer que há muita irracionalidade. Mas daí até se achar que tudo é uma carneirada vai um passo grande. Até porque as adjectivações variam em função do magote em que se participa. Por exemplo,se for uma manif já é civismo.
E ter havido pequenos comerciantes a aproveitar para comprar a metade do preço para depois revenderem é tese que me parece muito plausível. Isso explicaria certos volumes de compras. E as câmaras apontaram para quem tinha mais compras… Mas essas mesmas câmaras também mostraram pessoas que gastaram 100 euros em coisas básicas.
Ter sido neste dia foi marketing, acho. Ninguém duvidará que o impacto é maior porque 1) as pessoas estão livres, 2) gera controvérsia. É de recordar as campanhas da Benetton.
Se fizeram bem? Acho que foram sacanas. Mas também acho o 1º de Maio um pouco paradoxal porque há profissões onde, ó escândalo, se alguém trabalha as acusações sobem de tom. Outras nem por isso. Por exemplo, as profissões ligadas à comunicação social (jornalistas, fotógrafos, operadores de câmara, …) também não deviam ter direito a este dia? Seguramente que não são serviços críticos como os da saúde ou da polícia. Mas gostava de ver as reacções caso a manif não tivesse cobertura jornalística…
Não gosto do Pingo-Doce. Talvez pela sua publicidade que me parece mais um martelo que tenta meter o nome “Pingo-Doce” na minha cabeça, com músicas irritantes e publicidades de 5 em 5 minutos.
Quanto aos pobres… Não duvido que tenham ido pessoas que realmente necessitam destes euros. Só não sabia que era que haviam assim tantos pobres. Em muitos hoje só se deve comer iogurtes. Antes que estraguem.
Não és tão inocente pois não Jorge?
” Por exemplo, as profissões ligadas à comunicação social (jornalistas, fotógrafos, operadores de câmara, …) também não deviam ter direito a este dia? Seguramente que não são serviços críticos como os da saúde ou da polícia. Mas gostava de ver as reacções caso a manif não tivesse cobertura jornalística…”
A lei diz que so podem trabalhar aos Feriados Obrigatorios, estas grandes superfícies podem abrir em todos os dias do ano, tal como qualquer empresa que seja permitida a laboração de todas as actividades ao domingo. Não ficava suprendido que todos os feriados até ao ano de 2010, Continentes, pingo doce, jumbo etc estivessem a abrir ilegalmente, pois até entao nao era premita a laboraçao de todas as actividades ao domingo ( fechavam ás 13h ), dependendo da leitura do artigo dos ” feriados” podesse concluir isso. Mas apartir do momento que tem autorizaçao para laborar normalmente ao domingo, podem abrir aos feriados ( e senao me engano muito, se fecharem estao a cometer uma infracção ) por isso nao me admiro muito que nos proximos anos vamos ver este espetaculo no Natal e no dia de ano novo….
Ora na minha opinião no caso da distribuição em grandes superfícies, nao acho que seja necessario estarem abertos aos domingos, por isso devia ser totalmente proibida a laboração ao domingo, e assim legalmente estava resolvido este problema, e principalmente iria contribuir para a saúde mental de muitos portugueses que tem como hobbies passear em família a ver montras quando ao mesmo tempo existe sítios com grande qualidade para se ir passear ao domingo.
Ps: existe um interessante alínea no artigo dos Feriados no código do trabalho, “ Mediante Legislação especifica, determinados feriados obrigatórios podem ser observados na segunda-feira da semana subsequente” – Há pelo menos um país que tem Leis muito parecidas com as nossas, não fosse uma ex-colónia, que fazem uso dessa aliena, em que é entendido que quando um feriado é ao domingo o mesmo é gozado na 2ªf seguinte.
Mas para a opiniao publica , o pessoal aqui nao quer é trabalhar….
“devia ser totalmente proibida a laboração ao domingo”
Concordo completamente. Mas para que esta disposição faça ainda mais sentido, a desorganização na sociedade portuguesa precisa de ser eliminada. As pessoas perdem horas nas deslocações para o trabalho, há quem confunda número de horas trabalhadas com produtividade (há espaço para melhoria quanto a planeamento), os transportes públicos só em casos específicos são alternativa ao transporte privado (por causa da deficiente cobertura), … Isto para que as pessoas possam terminar o dia de trabalho a horas compatíveis com a realização das compras.
Pesquisem uma coisa: “guerra de preços”.
É isso que está em curso neste momento, NADA foi dado ontem aos “consumidores”.
Nenhum artigo ficaria por vender quando os hipermercados encerravam aos feriados e domingos de tarde, simplesmente porque havia dinheiro e tempo suficiente nos outros dias.
Se o pão e papel higiénico se vendeu ontem, não será vendido noutro dia e NOUTRO LOCAL e por isso o PD fez o que fez ontem.
Já antes houveram guerras de preços, raramente os consumidores lucram alguma coisa com isso. Mas muitos nos vão tentar convencer do contrário!
Pesquisem, leiam e depois reflictam.
já antes houveram ————- não – já antes HOUVE – o portugu~es é uma linda lingua se bem escrita
nem houveram nem “hadem” como diz a ministra da agricultura -houve e hão-de é que é correcto – não avacalhem a lingua – já basta o brasilês
Li “montanhas” de comentários, neste e noutros blogues, acerca da promoção do Pingo Doce. Fiquei algo atónita: o problema foi visto, na total maioria dos comentários, de uma forma assaz superficial.
O que está em causa, o que realmente deve ser ponderado, analisado e profundamente refutado, não é uma promoção que leva um povo, quase todo pouco culto e pouco esclarecido, a comportamentos básicos, mas sim o facto real de que há décadas todos nós pagamos os artigos de primeira necessidades a preços exorbitantes, permitindo às grandes superfícies lucros milionários que lesam desde o produtor até ao consumidor. Ou, por acaso, alguém achará que o Pingo Doce teve prejuízo com este golpe de marketing?
Esta promoção foi um autêntico fogo-fátuo! E os incautos caíram na esparrela como “patinhos”! Quando esta promoção for esquecida, os preços subirão nas prateleiras, mas nessa altura ninguém refilará porque albergará a “esperança” de que um dia destes a coisa se repita! E os lucros exorbitantes continuarão a encher os bolsos daqueles que tão bem sabem manipular o povinho! Sim, porque estes manipuladores não são Madres Teresa de Calcutá, são os fundamentalistas veneradores da divindade dos tempos modernos: o dinheiro!
A alimentação, necessidade básica não dispensável para a sobrevivência do Homem é, actualmente, única e exclusivamente um negócio, tal como a saúde, por exemplo…