Drones: esperar que a casa seja roubada para lhe colocar trancas à porta

Os drones estão de volta aos aeroportos e a coisa não parece querer ficar por aqui. Depois do recente episódio no Francisco Sá Carneiro, a que se somam outros como o ocorrido no João Paulo II, em Ponta Delgada, eis que ontem a história se repetiu no Aeroporto Humberto Delgado, pela segunda vez, desta feita com um Airbus 319 a ter que efectuar manobras de emergência para evitar colidir com um drone que voava a 700 metros de altitude, na rota do voo comercial da TAP, em trajectória descendente para aterrar na Portela.

Apesar da tímida legislação em vigor, que impede que Sistemas de Aeronaves Pilotadas Remotamente voem a uma altitude superior a 120 metros, os casos sucedem-se. A lei, mais do que tímida, é quase anedótica: não é necessário registo, licença ou seguro, não existem restrições de idade para os pilotar e a Associação Nacional de Aviação Civil (ANAC) não exige qualquer tipo de autorização para a utilização de drones até 25kg, o que exclui o grosso destes perigosos brinquedos.

A ANAC impõe, contudo, um conjunto de restrições que obrigam, entre outras coisas, à autorização por requerimento para sobrevoar concentrações de 12 ou mais pessoas, órgãos de soberania, instalações militares, embaixadas e estabelecimentos prisionais, bem como voos em espaços aéreos controlados, onde se incluem os aeroportos. Porém, como temos vindo a assistir, estas restrições têm-se mostrado insuficientes, e os casos multiplicam-se nas imediações de aeroportos e não só. Talvez seja hora de regular de forma séria, objectiva e musculada, para evitar que, um dia destes, as manobras e a habilidade da tripulação se revelem insuficientes e uma desgraça aconteça. Esperar que a casa seja roubada por lhe colocar trancas à porta costuma dar mau resultado.

Foto via Pplware

Comments

  1. André says:

    A regulamentação proíbe drones em espaços aéreo adjacentes a aeroportos e sempre que acima dos 120 metros de altitude. Este drone estaria alegadamente a infringir ambas as regras. Não me parece que a introdução de regulamentação mais restrita teria algum efeito. O problema parece estar na falta de devida monitorização destes espaços aéreos e respectiva aplicação da lei em caso de infracção. A titulo de exercício, tenta ler o teu artigo substituindo as palavras: “drone” por “bicicleta”, “aeroporto” por “autoestrada” e “Airbus 319” por um qualquer modelo de autocarro á tua escolha.

    • Nascimento says:

      O exercício deve de ser assim:Se alguém da tua família estiver de cu pro ar na varanda do 4 andar qualquer ciclista ou condutor de autocarro vai de certeza conseguir filmar o teu familiar e por a peidola deste na NET😜!Lindo!Gostas do “exercício”?Considerar normal que uns meninos riquinhos andem a brincar aos papagaios” modernos” que podem vir a matar pessoas e ou violar a sua privacidade ?Mas o que é isto?Vão brincar com a puta que os pariu.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading