Cavaco Silva, um moralista com pés de barro

CS

Imagem via Expresso

Sempre moralista, sempre igual a si próprio, Cavaco Silva tentou cavalgar a onda de indignação que vem incendiando o país, à medida que as revelações sobre a monarquia governamental socialista se foram avolumando.

Na senda moralista, Cavaco aproveitou um evento público para se tentar elevar sobre o comum dos mortais. A “pratica de jobs for the boys é muito negativa“, afirmou o homem que, enquanto primeiro-ministro, permitiu que os gabinetes do seu executivo fossem preenchidos pelas esposas dos seus ministros.  O homem que, “por curiosidade“, recuou no tempo para verificar a composição dos governos a que presidiu e não encontrou qualquer ligação familiar, fossem os irmãos Miguel e Leonor Beleza, fosse Diamantino Durão e o seu sobrinho, Durão Barroso.

Pois bem, como um tiro no pé nunca vem só, sabemos agora que Cavaco, o moralista com pés de barro, nomeou a cunhada para assessora da esposa no Palácio de Belém. No meio da pouca vergonha socialista, cirurgicamente encomendada pela direita para aperitivo pré-eleitoral, mas não menos vergonhosa por isso, Cavaco Silva acaba por fazer mais um favor a António Costa. No governo portou-se como Costa, na presidência, onde Costa ainda não chegou, reincidiu. A prática de jobs for the boys é, de facto, muito negativa. E Cavaco usou e abusou dela.

 

Comments

  1. Maria Rita do Espírito Santo says:

    “eu não disse o que disse” (BES)
    “eu não fiz o que fiz” (parentesco)
    “eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas” (presunção e água benta cada um toma a que quer”

    • Paulo Campos says:

      As citações (BES, parentesco), não são realmente do cavaque, mas retratam bem as justificações dele, e tem um piadão.

  2. Alexandre Barreira says:

    …..nham….nham…..o bolo rei……”está óptimo”……!!!!!

  3. Rui Naldinho says:

    A ideia de que Cavaco Silva é um homem honesto, acima de qualquer suspeita, é manifestamente exagerada.
    Até porque ninguém nasce duas vezes!

  4. ZE LOPES says:

    Resta alguma coisa do suposto “capital político” desta personagem? Dos seus “consulados históricos”? Fora o que se vai sabendo, o próprio tem zelado para deixar tudo em…cavacos!

  5. Anonimus says:

    Vozes de Cavaco não chegam ao céu.

    Por vezes pergunto-me se o Anibal quer ajudar o PSD, ou o seu contrário.

  6. Nuno M. P. Abreu says:

    Sinceramente, continuo a afirmar ser para mim patético estar aqui a discutir quem teve ou tem mais ou menos ética governativa. Continuar a insistir no tema revela mas interesse pelo passado que pelo presente, uma espécie de discussão futebolística entre o Apito Dourado ou o E Toupeira.
    Sobretudo quando, por cima, se insiste em erros de facto. O tema de momento sobre a mesa não é se há famílias que produzem mais ou menos dirigentes políticos. O tema que se discute é se NO MESMO GOVERNO devem coabitar familiares próximos. Voltar a falar em Leonor Beleza e Miguel Beleza, Em Diamantino Durão e Durão Barroso é querer falsear conscientemente os dados do problema e isso retira qualquer credibilidade ao texto. Estamos não no plano dos conceitos mas antes dos preconceitos.
    O facto de Cavaco Silva ter, contrariamente ao que disse, nomeado, ou ter permitido que nomeassem, familiares de governantes para os gabinetes políticos, retira um grama que seja à gravidade da realidade que se vive? Um crime tem perdão se alguém, anteriormente, cometeu crime pior? O fanatismo partidário não ajuda em nada o aventar do debate politico.

    • Rui Naldinho says:

      Presumo que ninguém de bom senso faz aqui a apologia da endogamia de que partido for, nos altos quadros da administração pública. Portanto, não é disso que aqui se trata. Trata-se sim, de descodificar aquela mensagem moralista da direita, de que o PS é diferente do PSD e do CDS, no que à endogamia diz respeito, ou mesmo dos outros três partidos mais pequenos da Geringonça, e que nunca ocuparam lugares de governação.
      A direita neste país, e nisto deve incluir-se o PSD, PS e CDS, traficam há décadas todo o tipo de influências, em negócios ruinosos para o erário público, incluindo fundos comunitários mal aplicados, cuja “renda” está a ser paga por todos nós, mas nunca pelos beneficiários directos desses negócios, que se respaldam logo no início, atrás de um muro de clausulas indemnizatórias.
      Veja por exemplo, o que se passa agora com o Joe Berardo, e o espectáculo deplorável para lhe conseguirem caçar um cêntimo do que deve. Isto poderia replicar-se com Ricardo Salgado e dezenas de outros figurões da nossa Praça.
      Temos assistido no último ano àquele discurso moralista da direita, sobre o genro do Jerónimo de Sousa, ou sobre o Ricardo Robles, que sendo casos pouco dignificantes para ambos os partidos, comparados com a imensidão de traficantes, amigos de Cavaco, Durão, Sócrates, Santana ou Passos Coelho, arruinadores mores da Pátria, sem que a comunicação social avençada se pronuncie com o mesmo fulgor, que o faz agora.
      Eu sei que a cartada dos Passes Sociais, mesmo podendo enquadrar-se como uma medida eleitoralista, os deixou furiosos e sem argumentos. Sem argumentos, nada melhor do que discutir a endogamia do regime, como se neste país o factor “cunha”, não fizesse ele mesmo parte da História Social deste povo.
      Também sei que o PS se pôs a jeito, mas é preciso ter muita lata, ver um homem como Cavaco Silva pronunciar-se sobre o assunto. O homem não se enxerga, mesmo!


      • Muito bem, expôs aqui o essencial, Rui Naldinho !

        Sendo que nesta patética mesa redonda de cozido à portuguesa, Cavaco Silva acaba por fazer mais um favor a António Costa !

        …e assim vai o circo “les uns et les autres” : (

      • Nuno M. P. Abreu says:

        Caro Nandinho:
        Vamos tentar ser dialecticamente honestos. Não verdade, não estamos aqui à procura de alguém que tenha a endogamia governamental por lema. Eu, pelo menos, estou aqui para “arejar, expor ao vento”, ideias que eventualmente concorram para encontrar soluções para um pais melhor. Não defendo partidos, não defendo ideologias – que por definição são estáticas – não defendo famílias políticas, apesar de procurar servir a causa pública.
        É todavia para mim objecto de censura quem sistematicamente argumenta suportado em factos falsos ou inverdadeiros apenas para derrotar quem odeia e não na busca da construção de um pais melhor. A denúncia da endogamia governamental deve ser um dever de cidadania e não precisa de descodificação. Ela é pratica corrente de um poder sem ética e é transversal aos partidos no poder em países culturalmente atrasados. O discurso do “eu fiz, mas tu também fizeste” é deprimente, não tem nada de construtivo.
        Conheço bem a corrupção por dentro. Conheci Joe Berardo no inicio dos anos oitenta no consulado de Joanesburgo onde angariava empresas para ali se instalarem recebendo “simpáticos” proveitos em troca. Conheci José Guilherme o homem que deu 14 milhões de presente a Ricardo Salgado e a sua grande “mobilidade” na Câmara de Sintra, nos mesmos anos oitenta. Eu próprio, em representação de uma empresa, fui aliciado com a concessão de fogos a mais dos definidos no Plano, contra a entrega de uma contribuição a um partido. Mas não pense que eram só de direita. Um vereador eleito pelo PCP, pediu-me para pagar um anúncio no jornal que editava, contra o seu voto favorável numa decisão sobre a autorização de uma unidade industrial. Para votar favoravelmente a mesma decisão um vereador do PS pediu-me para lhe pagar as loiças da casa de banho de uma casa que estava a construir.
        Caro Nandinho:
        Temos de ser honestos. Quando olha e vejo as estruturas de um partido a eleger como sua figura nº 1, alguém com o perfilde José Sócrates, fico assustado e a pensar a que ponto chegou este pais.
        Mas o PCP para além de uma ideologia que ficou cristalizada no manifesto comunista de 1848, é também um partido sem ética politica. No primeiro congresso do PCP, em liberdade, em Outubro de 1974,para poder participar em eleições democráticas teve de alterar os estatutos retirando de lá a expressão ditadura do proletariado. Mas como descaradamente dá conta o Avante deixou de usar a formulação mas manteve o conceito.
        Álvaro Cunhal escreveu um livro com o título “O Partido com Paredes de Vidro”. Li.-o e trata-se apenas de um panfleto propagandistico que, hoje mesmo, Jerónimo de Sousa confirmou. Interrogado sobre a expulsão de um militante disse: “Conhece aquele ditado do nosso povo? Do convento só sabe quem está dentro”.
        Pois é. Estaline ainda tem o seu retrato pendurado na parede, por trás da cadeira da secretária de Jerónimo, na Soeiro Pereira Gomes!

        • Rui Naldinho says:

          O PCP é conhecido pala suas posições ortodoxas, mas ainda assim, muito longe dos comunistas de outrora. É certo que o PCP toma posições em matérias de política internacional, que não lembram ao diabo, como por exemplo, não condenar a Coreia do Norte, uma ditadura feroz.
          Mas, o que dizer do PSD que expulsou o ex Presidente da Câmara de Cascais, António Capucho? O ex candidato à Câmara de Sintra, Março Almeida, como independente, que era o Vice, de Fernando Seara, mas que o PSD não quis, para apoiar Pedro Pinto? E a tentativa de expulsarem o Pacheco Pereira?
          Nessa matéria, o PSD nos últimos anos, faz lembrar mais o PCP do tempo em que Vital Moreira, Zita Seabra, José Magalhães entre muitos outros, foram expulsos do partido.

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Inteiramente de acordo. Só um pequeno senão. Os motivos por que foi expulso, António Capucho, são conhecidos. Os processos referentes aos militantes do PCP são segredos dos deuses. O partido é um convento, só sabem os que estão dentro. Aliás como afirmou um membro do PCP em tribunal os próprios estatutos do partido sobrepõem-se se ao código de trabalho!!!
            A corrupção autárquica é muito complicada. Temos nela uma figura do PSD emblemática quase ao nível de Sócrates: Isaltino Morais. No entanto, figuras . icónicas do país, tecem-lhe elogios. A população conhecedora do seu carácter, reelegeu-o. Ontem, fui a Leiria festejar os anos de uma tia minha que fez 91 anos. Foi superior de um colégio em Linda a Pastora. Foi medalhada por ele pelos serviços prestados ao município. Pode ser um grande corrupto, diz-me ela, mas que fez um grande trabalho em Oeiras fez.
            Como lutar contra isto, quando a consciência ética anda pelas ruas da amargura?

          • Nuno M. P. Abreu says:

            Desculpe só o erro que cometi ao mencionar erradamente o seu nome.Às vezes sou um pouco “taralhacouco” tão preocupando com o conteúdo, esqueço a forma. Mil perdões.

    • Julio Rolo Santos says:

      Sr. Nuno. Condenar o presente e fazer por esquecer o passado é um acto de passo de magia que interessa a muito boa gente , mas não é assim. Quem se pôs a jeito foi o Sr. Silva ao condenar o presente julgando-se imune ao seu passado. Enganou-se pensando que nos enganava.

      • Nuno M. P. Abreu says:

        Caro Sr. Júlio:
        Há algo de incongruente no seu comentário. Eu não penso nem disse que se deve esquecer o passado. Eu penso mesmo que é fundamental ter bem presente os erros cometidos no passado para evitar repeti-los.
        Eu condeno apenas quem tenta branquear o presente falando em erros do passado.
        Eu não estou a defender o Sr. Silva, como refere. Não estou a dizer que ele não foi estúpido ao vir a terreiro acusar outros das práticas que ele próprio utilizou. Estou apenas a relembrar que insistir com isso e fazendo-o tal e qual fez o articulista arrolando factos falsos, em nada concorre para construirmos uma sociedade melhor mas apenas para vulgarizar e tornar tolerável a javardice.
        Se não entende isso, nada posso fazer.

    • José Peralta says:

      Nuno M.P.Abreu

      “O facto de Cavaco Silva ter, contrariamente ao que disse, nomeado, ou ter permitido que nomeassem, familiares de governantes para os gabinetes políticos, retira um grama que seja à gravidade da realidade que se vive? Um crime tem perdão se alguém, anteriormente, cometeu crime pior?”

      Em minha opinião, permita-me, não é o “retirar gramas” ou justificar, desculpabilizar, os erros de hoje com os do passado, que deve ser passível de crítica.

      O que, para mim, repito, é censurável, é a desfaçatez, o descaramento, a indignidade de um farsante, uma “múmia” cujas apariçõs só provam que “há vida para além da morte !!!”, e cujas “partacoadas”, prontamente desmentidas, só revelam a sua abjecta falta de moral, para criticar a endogamia da “geringonça”…

      E foi esse o tema do “post” que eu aplaudo : Desmentir o “pedregulho”, pô-lo a nú !

  7. JgMenos says:

    Uma assessoria para chás e scones serve de exemplo para a matilha socialista?!?!?

    • Chega Europa says:

      Já acabaste de colar todos os cartazes do “Chega”?

    • ZE LOPES says:

      Ainda bem que existem tipos bem informados, como é o caso notório de V. Exa! Afinal sabemos que era só funcionava ao lanche! Mais um escândalo! O que fazia o resto do dia? A Nação exige ser informada! Sobre isso e outros escândalos, como o ópio de Salazar!

    • José Peralta says:

      Jgmenos

      “Uma assessoria para chás e scones serve de exemplo para a matilha socialista?!?!?”

      Ó “menos” ! Já estava preocupado com a tua ausência ! Desta vez a “terçar armas”, em defesa da múmia…

      E omitiste, com a tua esperteza saloia, que não é só “uma assessoria”… Isso foi no Palácio de Belém !

      Como 1.º sinistro, foram 13 ministros familiares entre si, e 2 secretários de Estado !

      Mas, se queres falar em assessorias, lê o livro-vingança do Fernando Lima .

  8. estevesayres says:

    Para todos aqueles que continuam apoiar esta politica desta canalha, peço desculpa destes senhores: junto texto que me foi enviado por e mel e respectivo vídeo (…)”O ALGARVIO MANHOSO (Ver antes que seja retirado)”(…)
    “É bom ver este vídeo… porque o anterior foi apagado do Youtube, e o Editor resolveu refazê-lo com outro grafismo. Mas não duvido que também vai desaparecer do youtube”!

  9. Julio Rolo Santos says:

    Expliquem-me como é que um reputado ( ? ) economista e na posição de Presidente da República não conseguiu
    detectar os sinais de pré bancarrota no governo de José Socrates que levou á entrada da troika no nosso país com as consequências de todos conhecidas? Não sei tão pouco como é que Cavaco Silva tem o currículo que tem no governo e na Presidência da República em anos consecutivos. Sinceramente, eu não encontro explicação.

    • Paulo Marques says:

      Não tem nada a ver com ser um políticos reles, intriguista e manipulador a seguir o consenso de Washington, com certeza.