A ciência ou a vida

Por outras razões, insurgi-me, recentemente, contra tudo o que faça de nós egoístas ou bairristas. A ideia de que os meus são sempre melhores do que os outros e que, portanto, merecem mais e melhor é simplesmente repugnante. Somos todos tendencialmente egoístas, bairristas e nacionalistas, mas só gente abjecta é que permite que essa tendência se transforme numa perversão que desumaniza. Ser humano é outra coisa; espezinhar o Outro é só ser selvagem.

A ciência, tal como o ar ou a água, é património da humanidade e todos os estados têm de zelar para que assim seja, sob pena de serem só uma confederação de criminosos. Uma vacina, por exemplo, não pode estar apenas ao alcance de quem tiver dinheiro para a comprar. O mundo ainda é demasiado desigual e sabemos que uma vacina comum no mundo ocidental é, muitas vezes, uma miragem nos países subdesenvolvidos.

Segundo parece, Donald Trump tentou comprar o exclusivo de uma vacina para os Estados Unidos a um laboratório alemão. Se o negócio fosse avante, Trump reclamaria mais uma vitória, festejando o facto de que os americanos sobreviveriam, enquanto os outros poderiam morrer.

É claro que a única diferença entre Trump e o laboratório estará no descaramento do primeiro, porque tudo é negócio, mal escondido debaixo de palavras desgastadas como “meritocracia” e outras que servem para fingir que há argumentos a favor dos mais fortes, que, de qualquer modo, não precisam de argumentos.

A crise que vivemos servirá, também, para reavivar um debate que não desapareceu: quem deve controlar a investigação científica? O Estado ou os privados? Nalguns países, como Portugal, esta distinção faz pouco sentido, tendo em conta que o Estado está, demasiadas vezes, ao serviço dos privados, mas há actividades que não podem estar sujeitas à vertigem do lucro, porque isso desumaniza. E mata.

Vender a ciência a meia dúzia de privilegiados é um crime. Cabe a um Estado forte e independente controlar a investigação científica e garantir que um património que é de todos não fique nas mãos de vendedores e de vendidos.

Comments

  1. Pedro Vaz says:

    “Segundo parece, Donald Trump tentou comprar o exclusivo de uma vacina para os Estados Unidos a um laboratório alemão. Se o negócio fosse avante, Trump reclamaria mais uma vitória, festejando o facto de que os americanos sobreviveriam, enquanto os outros poderiam morrer.”

    Fake news já negada pela a impresa em questão e pelos médias fake news que espalharam inicialmente a notícia.

    “Somos todos tendencialmente egoístas, bairristas e nacionalistas”

    Nem mais, logo um sistema que tenha como pilares fundamentais o altruismo e internacionalismo/universalismo é um sistema anti-Humano que foi criado e é mantido por pessoas que sabem EXACTAMENTE o que estão a fazer…destruir a sociedade para a recriaram á sua imagem.

    “Nacionalismo para nós…Internacionalismo para o Gado” – Lema Nº1 do Sionismo

    “mas só gente abjecta é que permite que essa tendência se transforme numa perversão que desumaniza.”

    Absolutamente, daí os Sionistas terem criado Hitler e a Segunda Guerra Mundial para dár mau nome ao Nacionalismo, a UNICA ideologia que lhes faz frente.

    • António Fernando Nabais says:

      Cuidado com o vírus: não o contamines. Vai para dentro e liga o aquecedor, que o Chega paga a conta.

      • Pedro Vaz says:

        Não, eu pago a conta depois de deixar 35% para um Estado que na verdade é um instrumento da elite financeira Globali$ta e que quer substituir o nosso Povo.

        • António Fernando Nabais says:

          Médias rebeubeu rebeubeu internacionalismo/universalismo rebeubeu rebeubeu sionismo rebeubeu rebeubeu globalismo rebeubeu rebeubeu. Já fica aqui para os próximos.
          Escreve-se os “media”, assim mesmo, em latim. Mas o latim deve ser uma língua universalista, sionista, globalista e coiso.

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