A União Europeia ligada ao ventilador

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Na foto: dois imbecis holandeses

António Costa esteve muito bem, mas muito bem mesmo, a chamar os bois pelos nomes: as palavras do Ministro das Finanças holandês, que pediu uma investigação à falta de margem orçamental do governo espanhol para lidar com a pandemia, são, efectivamente, repugnantes. São repugnantes, irresponsáveis, negligentes e arrogantes. São mais um prego no caixão da União, que avança, triunfante, em direcção ao abismo da dissolução, para gáudio da extrema-direita. E são tudo que a União Europeia não precisa neste momento.

Importa recordar que esta mesma Holanda, que agora exige mão pesada para a Espanha, por não se ter preparado devidamente para uma pandemia imprevisível, é a mesma Holanda que, na segunda metade da década de 40, recebeu qualquer coisa como 1127 mil milhões de dólares do Plano Marshall. É caso para perguntar se os holandeses não se prepararam orçamentalmente para os impactos da Segunda Guerra Mundial. Se não o fizeram, aos olhos dos liberais holandeses comandados por Mark Rutte, deveriam ter sido humilhados e investigados.

Os holandeses, que operam uma espécie de paraíso fiscal no seio da União Europeia, são um dos países que mais beneficiam do Euro, da livre circulação de pessoas, bens e serviços, e do comércio com a China, que destruiu a capacidade produtiva da Europa, quando o capitalismo selvagem decidiu que era preferível pagar menos aos escravos do regime totalitário sediado em Pequim do que aos operários europeus cheios de direitos, garantias e outras regalias inaceitáveis. Comércio esse que tem em Roterdão uma das principais portas de entrada, senão a maior, no mercado europeu. Não será à toa que o governo holandês prefere apontar baterias a Espanha do que à China.

O futuro da União Europeia depende, hoje como nunca, das respostas que os 27 estarão dispostos e serão capazes de dar a esta crise que atravessamos. E o presente não augura um futuro promissor. E se, no momento mais difícil desde a sua criação, aqueles que outrora sobreviveram graças à solidariedade dos seus parceiros são agora incapazes de demonstrar igual solidariedade, para que nos serve a União Europeia? Para engordar bancos, grandes grupos económicos e burocratas, continuando reféns de dívidas impagáveis, enquanto destruímos diariamente toneladas de fruta e milhões de litros de leite que não se coadunam com a legislação europeia em vigor? Se é para isso, então serei, com muita pena minha, mais um que não dará mais para esse peditório. A Europa está a morrer e não há ventilador que lhe valha.

Comments

  1. António Miguel says:

    Obrigado e….subscrevo!!!!!

  2. Andrà Tutto Bene says:

    Daqui a pouco chegarão as hienas famintas de cadáveres, desesperados por os números não subirem em sintonia com os seus desígnios, porque, verdade seja dita, parece estarmos a controlar a situação, pelo menos para já, e, na falta de alimento que lhes dê motivo para dissertarem sobre o que não sabem, alardeando a sua proverbial ignorância, masturbar-se-ão com avaliações metafóricas sobre a oratória flamenga.

  3. JgMenos says:

    Que horror!

    Pois o holandês atreveu-se a levantar dúvidas sobre um outro camelo geringonçoso que esgota as finanças para subir ao poleiro?
    Inaceitável!

    • Abaixoapadralhada says:

      Mais um vomito do inefável Sa Lazarento

    • Andrà Tutto Bene says:

      E não é que as hienas vieram!?
      E cheiram a morbidez.

      • João Mendes says:

        As hienas andam sempre por aqui. Cada um com os seus controleiros. A mim calhou-me este e outro igualmente palerma. Terras planas e cenas dessas. Enfim, vai dando para a ocasional gargalhada 🙂

      • abaixoapadralhada says:

        Essa hiena é o Sa Lazarento “de estimação” do Aventar.
        Ninguém lhe liga nenhuma, mas insiste nas cassetes Salazarentas

        • JgMenos says:

          Sempre entusiasta o Debaixodassaias!
          Só para ler as tuas pérolas retóricas vale a pena visitar o Aventar.

    • Paulo Marques says:

      Se quem cumpre os acordos com Bruxelas esgota as finanças, que fizeram Gaspar e Marilú?

  4. Fernando says:

    Eu não sou de extrema direita e desejo o fim da União Europeia…

    Eu não sou de extrema direita, considero que alguém como Trump não devia sequer ser presidente de junta, considero o caso “Russia Gate” uma fantochada inventada pelos apparatchiks do Partido “Democrata” e comunicação social fiel ao mesmo…

  5. Paulek says:

    Caro Sr João Mendes: quero que saiba que tenho apreciado bastante as suas publicações no Aventar, esta desilude um bocadinho.
    Um amigomeu dizia-me: Paulo, com o que os outros deitam para o lixo, governavamo-nos nós. É verdade sim senhor, Sr. João Mendes. Os imbecis da foto são lixo humano, fazem a mesma política que sempre fizeram. Os holandeses são nacionalistas. Claro que preferem os seus produtos aos chineses, lembra-se da campanha “compro o que é português?”. Pois é – mais uma vez fomos a reboque. O porto de Roterdão é dos maiores do mundo há séculos, então o negócio é assim como a água, procura sempre o caminho mais fácil para passar, e esta é a vantagem dos países da europa central: mais rápida a distribuição dos produtos. Estive algum tempo em Roterdão, no mercado vende-se sardinha e petinga. Vivi um mês no Luxemburgo e vi fábricas da L’Oréal, dos pneus Goodyear com operários com 1 salário de € 3.500 mês, tal como um fabricante mundial de aço – Arcelor – com idênticos ordenados. É a economia global a funcionar, mas também é evidente que “galegos” como os da foto não sabem a pia onde comem. Se os emigrantes desandassem de lá iam à falência, é óbvio.
    Quanto ao país preferido do Sr. João Mendes, ouça por favor a versão cantada por António Morão de ” Que povo é este, que povo / Que vende os rios que tem / Que compra a terra pequena / E não sabe donde vem”.
    Tenha calma, deixe lá, por favor não desanime: as concessões do lítio vão encher os cofres do governo mais uns tempitos, mas como de costume não haverá de servir para grande coisa em benefício dos cidadãos portugueses. Cada um com a sua história; lembra-se das concessões de partes do Brasil? Pois é!, já lá vai tanto tempo…
    Mas se calhar os holandeses inda se lembram…
    E sabia que Portugal, não tendo participado na II GG, também foi contemplado pelo plano Marshall? Daí que a sua analogia – sem ofensa – é algo caricata.
    Sabia que relativamente à população, a Holanda tem 4 x menos polícias?
    Não devemos exacerbar nem as declarações dos idiotas da foto nem as de António Costa, que apesar de tudo me parece mesmo estadista para fazer frente a estes e outros energúmenos fascistas que aí andam pela Europa.

  6. Ana Franco says:

    NEM A PANDEMIA LHES ABRE OS OLHOS . JÁ HÁ MUITO QUE A EUROPA ESTA VELHA !INFELIZMENTE.AS CIVILIZAÇÕES EGÍPCIA E GREGA TAMBÉM CAIRAM …

    • A educação é muito linda says:

      Não somos surdos. Escrever em maiúsculas denota “falta de educação”
      Se não sabe, pergunte

  7. Parabéns! Creio que dificilmente alguém conseguirá chegar mais baixo do que comparar esta gripe, e o dano económico por ela causado, com uma guerra que manteve a Holanda 5 anos ocupado e saqueada pelos nazis, e 2 anos na linha da frente entre estes e os aliados; que matou 250 mil holandeses (6 vezes mais do que este vírus matou em todo o mundo), muitos deles à fome, outros gaseados; que destruiu por completo Roterdão e, parcialmente, quase todas as outras grandes cidades holandesas (bombardeadas, primeiro pelos nazis e depois pelos aliados), e que deixou poucas pontes intactas num país de rios. Dir-lhe-ia para ter vergonha ou juízo, mas, para quem defende que “o futuro da Europa” depende de a Europa do Norte atirar dinheiro para o poço sem fundo do Sul (que, no caso português, depende de fundos europeus há 35 – trinta e cinco – anos) isso seria inútil.

  8. JgMenos says:

    Façam-se à vida coirões – o pensamento não verbalizado dos opositores aos eurobonds.

    Pois não é que os coirões acharam oportuno reduzir o horário da função pública?
    Pois não é que os coirões com uma dívida monstruosa não fazem investimentos para darem benesses à manada?
    Pois não é que os coirões povoam o governo de ministros e gabinetes para apascentarem a matilha?

    E depois, querem que lhes deem dinheiro para as crises!

    E o palerma do Rio a querer partilhar responsabilidades na austeridade que estes coirões sempre repudiarem.

    Entre coirões e idiotas se povoa todo o país político!

    • Paulo Marques says:

      Porque é que invés de deixarem o dinheiro sair não impoem controlo de capitais e acabam com as isenções? Dúvidas há muitas.

    • abaixoapadralhada says:

      “Entre coirões e idiotas se povoa todo o país político” diz o Sa Lazarento repugnante.

      Para este esterco humano, todos os outros são coirões e idiotas.

      Passaram 50 anos e não te deste conta.? Deves ter estado a hibernar como os ursos, repugnante coisa

  9. JgMenos says:

    E sim, estou a pensar apoiar a saída da UE.

    Importa recomeçar a tratar o remendo de 1975 que deixou subsistir toda a imbecilidade que nos assombra até hoje!

    • POIS! says:

      Pois sim!

      E como este ano não há Páscoa, em vez do ritual habitual, talvez ressuscitem árvores: a Oliveira de Santa Comba.e a Cerejeira de Fátima.

  10. Pedro Vaz (Nacionalista) says:

    Mendigos patéticos mas cheios de razão e moral! lol…que existencia miserável que levam aqueles que são mendigos e com orgulho.

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