Está em curso o Processo Reaccionário de Equivalência a Calimero (PREC), seguido pela Direita portuguesa, na esteira de um Trump que não aceita perder eleições e de polacos e de húngaros que se queixam desse empecilho que é o Estado de Direito.
A Direita portuguesa, que era tão nação valente e imortal, tão heróis do mar (preferindo, contudo, o povo pobre ao nobre povo), tão Chaimite, tão peito ilustre lusitano, anda, agora, combalida de tantas queixinhas, sempre tão desgostosa com a democracia ou por causa da democracia. Ainda recentemente, em 2015, lacrimejou e fez beicinho porque o funcionamento democrático ditou uma maioria parlamentar muito feia, de barbas e camisas aos quadrados, com seringas para velhinhos e caninos afiados para as criancinhas.
Um dos aspectos mais curiosos na Direita queixinhas reside na ideia de que a Esquerda tem a mania que as opiniões da Esquerda é que são boas e sérias. Realmente, não há nada mais espantoso do que acreditar que as opiniões que defendemos são melhores do que as contrárias. Para a Direita do PREC, a Esquerda deveria admitir que as opiniões da Direita também são boas, talvez mesmo melhores – como não o faz, a Esquerda é só má. Resultado: a Direita é obrigada a argumentar.
Nos últimos tempos, a Direita, como anda sem heróis, procura mártires, atribuindo à Esquerda a exclusividade ditatorial, censória, inquisitorial e o abuso do molho de escabeche, com nódoas difíceis de tirar.
Ainda anteontem, Sofia Vala Rocha, a vereadora entertainer, via claramente visto como um sinal do apocalipse o facto de não estar a ver a crónica de João Miguel Tavares, acorrentado já na solitária a pão e água, mandado para os calabouços da Sonae, pobre rapaz, emudecido e silenciado por comunas agressivos, com direito a escrever apenas num dos mais importantes jornais diários do país e com presença semanal num programa televisivo. Se isto não é uma prova do silenciamento da Direita, não sei o que será! Além disso, nos comentários televisivos em prime-time, o regime coreano só nos deixa ouvir Paulo Portas, Marques Mendes ou José Miguel Júdice.
Há pouco tempo, Alberto Gonçalves notou a habitual falta de likes numa das suas crónicas, entrevendo aí a possibilidade de isso se dever a “não ser extraordinariamente simpática para com o Poderoso Líder” – vale a pena ouvir o comentário do cronista, que, talvez na sua própria opinião, tritura completamente as pessoas quase todas da Esquerda. Entretanto, também houve a salvífica possibilidade de José Gomes Ferreira ter sido afastado da SIC, o que, infelizmente para a sede martirológica da Direita, não tinha acontecido. Um azar nunca vem só e a Direita anda sem sorte nesta busca por um messias que, no mínimo, fique com um olho negro, já que a crucificação está difícil.
Satírico e mordaz, Mr Nabais.
Estou com tanta pena deles, que estou a pensar assinar a versão papel, do Correio da Manhã.
Aquilo é excelente para limpar vidros ou colocar no fundo do recipiente do lixo, para absorver o escorrimento líquido dos restos alimentares.
Como os sacos do lixo agora são quase todos feitos pelos chineses, de duvidosa qualidade, diga-se, um exemplar do CM na base do mesmo, é a melhor garantia de que na viagem de casa até ao contentor aquilo não se rompe.
“Vão por mim que eu sou como o Jacques:
Já que estás aqui, leva o lixo lá abaixo,
Já que estás aqui, arruma a mesa,
Já que estás aqui, aspira sala de jantar,
Já que estás aqui, …
Como todo o esquerdalho da análise à parvoeira a rota é segura e inevitável!
Ufanos de terem singrado com base em dívida e donativos, logo se veem como dignos de mérito e, indiferentes ao tempo e modo, a quem outros caminhos advogue logo os têm por idiotas.
Os que se seguem que se amanhem, que os chicos-espertos, por definição, medem o tempo pelo seu tempo.
Passado e Futuro são terra de alienígenas que nada têm a ver com o glorioso presente dessa raça de oportunistas presumidos.
Chamam democracia a um império de medíocres e corruptos, sem outro ideal ou projecto que não o encher a pança e clamar que esse é o destino que faz deles nação.
Ora cá está o Alberto Gonçalves de gama baixa.
Pois sim. De gama baixa, mas de considerável cilindrada. Quando engata a quarta sentem-se os cavalos a resfolegar à medida que acelera a salazaresca verborreia. Ou talvez seja, simplesmente, um ataque de catarro do próprio. .
A aumentar a dívida é um apanágio de governos conservadores desde Reagan, mas só para aumentar rendas; outros que se portarem bem que vivam de dádivas a que chamam caridade. Para nosso mal, é mesmo o centro esquerda que acha que é um legado importante, e não pontes podres, falta de médicos, ou um planeta a arder, por causa de algo que até o BCE já se juntou ao coro de bancos centrais a dizer que não acaba.
Pois não há palavras!
Que poética mais transcendente! Que exaltação patriótica! Que delírio!
Receio bem é que a Sofia Vala Rocha não saia do poster que V. Exa. tem pendurado no quarto para lhe apaziguar o tormento que o inquieta. Desgraçadamente, só lhe resta continuar a dissipá-lo de forma solitária.
Citando o célebre filósofo existencialista francês JêgêMoins “l’illusion est belle, l’existence est que donne cap d’elle”.
As miudezas dos afilhados de S.Comba.
De facto, é horripilante que uma pessoa com dificuldades mentais tenha que usar a rodinha para chegar ao vazio ideológico de Tavares. É de uma horrível censura de uma entidade privada na frente da revolução pela ditadura do proletariado.
Não há uns perfis falsos que os ajudem na luta pela desigualdade?
Pois é.
A D.Sofia Rocha até comprou o jornal em papel para tentar ultrapassar a dificuldade. Mas veja lá, ó Paulo: reduziram a crónica do Zé Tavares a cinco linhas no meio dos anúncios de campas ao abandono nos cemitérios de Lisboa!
Ao quisto Chegou!
O que vale é que até o Trump demorou menos tempo a definir a sua saída do que Gore a sua derrota,