O silêncio também fala

A vida é feita de acasos.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Cotrim de Figueiredo dirá sempre que “não cospe no prato onde comeu”, o que poder-se-ia considerar uma atenuante, moralmente aceitável, só que em política as coisas não se passam assim. Se não formos coerentes com aquilo que defendemos e prometemos, tornamo-nos falaciosos. Não podemos ser contra o Sócrates, e acharmos tudo isto uma coisa insignificante.
    Aliás, a IL é ela mesma uma falácia em termos ideológicos. Uma das muitas variantes do velho PSD, com conceitos ultra liberais na economia, ainda que preservando alguns valores democráticos, pelo menos na retórica. Convém no entanto dizer que nunca foram postos à prova. No Chile estes liberais apoiaram incondicionalmente Pinochet. Ou seja, são liberais até ao dia em que um ditador de índole fascista saltar para o poder, e aí cai-lhes o liberalismo.
    A fuga de Rendeiro deu-se no início da pretérita semana, e o normal seria um coro de protestos e indignação de todos os quadrantes políticos e nos média, em especial aquela direita moralista, cheia de regras sobre a ética, sobre a corrupção, sobre a dívida e a contenção salarial, promotora da parcimónia das classes médias. Não, com algumas excepções, essa mesma direita ignorou por completo o assunto, limitando-se a meia dúzia de lamentações.
    Cotrim é mais um desses surdos mudos, que um dia destes virá grunhir contra a falta de lisura um qualquer presidente de junta de freguesia, de um Arroios qualquer que por aí aparecer.

  2. POIS! says:

    Vem muito a propósito.

    Até porque hoje se falou muito dos “Pandora Papers”. (embora o que veio a público relativo á malta de cá seja, mais uma vez, assuntos de “arraia miúda”…)

    As práticas do sector bancário-financeiro e as dos seus homens de mão no poder político constituem o maior rombo no casco da tão limpinha ideologia liberalesca, representada por cá pelo Dr. Cotrimtim. Cada vez mais se prova que se trata de atividades intrinsecamente desonestas. A que o poder não põe cobro por razões óbvias.

    Basta constatar um facto: os “off-shores” e quejandos só subsistem porque existe comunicação com o sistema bancário legal. De outro modo seriam poços de extinção de ativos.