Legislativas 2022 – declaração de interesses

Há quem ache que todos devemos assumir publicamente o nosso sentido de voto. Eu acho uma parvoíce, até porque o voto é secreto e ninguém tem nada a ver com isso. Eu não vou revelar o meu, mas assumo, sem problemas, o que seria uma vitória para mim:

1) Nenhum partido ter maioria absoluta
2) Haver uma maioria de esquerda no Parlamento
3) Extrema-direita ter um resultado muito abaixo do esperado e ficar atrás da IL e CDS

Existe ainda um quarto ponto, que diz respeito ao caso de se verificar uma maioria de direita. A acontecer, celebrarei também uma entendimento que deixe de fora a extrema-direita. Mal por mal, que seja um mal menor.

Quanto ao pódio: quem fica à frente, para mim, é totalmente irrelevante. Não é isso que define o nosso futuro, mas a conjugação de forças no Parlamento e a solução que daí poderá sair. O resto é paleio de saco. Não elegemos, nunca elegemos, primeiros-ministros. Elegemos deputados. E é a Assembleia da República que detém o poder Legislativo. E que aprova, ou não, a constituição de um novo governo. Foi nisto que votamos hoje. E ainda bem, que não há sistema melhor.

Comments

  1. Filipe Bastos says:

    E ainda bem, que não há sistema melhor.

    Pois. E não haverá melhor enquanto houver tantos como o João.

    Os adeptos do ‘mal menor’. Os conformados da bandalheira. Os coniventes com o saque. Os viciados em ir botar o botinho, mesmo na trampa que nos chula e rouba há 40 anos.

    Os pategos da pseudo-democracia, da política-entretenimento, dos debates tipo futebol, das eleições tipo festivais da canção, das vãs promessas de quem sabe que depois fará o que lhe apetecer, sem qualquer controlo ou responsabilização.

    Os palhaços pobres do circo, os tristes pagantes do regabofe, os palermas úteis, contentes com jamais decidirem seja o que for, resignados a tudo delegar e aceitar, prontos a ir outra vez botar o botinho e rodar o tacho quando lhes mandarem.

    O rebanho da partidocracia.

  2. Joahna Quelhahs says:

    O Chega conseguiu para já 2 proezas fantásticas.
    A primeira como já disse algures, foi destruir o tabu “Socialismo” , o Chega inaugurou a liberdade de se se dizer que o Socialismo é uma ideologia sem sentido que destrói as sociedades opor onde passa.
    A segunda proza foi normalizar a IL . Caso aos Marxistas não estivessem ocupados a tentarem segurar-se dos impactos provocados pelo chega , teriam tempo para atacar o IL com as habituais técnica. Mas nesta situação não podem acorrer ás duas lutas e a IL tem assim o caminho facilitado para começar a desmantelar a falacia dos serviços públicos de qualidade ( execrável e caros) e permitir que surjam na sociedade oferta de serviços de excelência e mais baratos para todos e não apenas para os funcionalismo público.

    Joana Quelhas

    • Paulo Marques says:

      E quando é que começam? Já lá vão 4 décadas de socialismo na gaveta e liberalização do mercado, e os subsídios, desregulação, e prémios fiscais, e a única indústria que desenvolvem é de evasão fiscal. Vai ser desta, camarada!