Começo pela declaração de interesses, no próximo domingo, irei votar IL no círculo eleitoral de Lisboa. Estou nos antípodas de António Costa, não acredito na geringonça, considero o PS um dos grandes responsáveis pelo crescente atraso do país e perda de competitividade no contexto da U.E., espaço político-económico que também tem vindo a perder competitividade nas últimas décadas e que previsivelmente chegará ao final deste século, em estado semelhante ao que a nobreza europeia experimentou nos finais do século XVIII, início do século XIX, agonizante, impotente para competir com potências emergentes.
Desde que o regime democrático foi restaurado em Portugal após o 25 de Abril, ou. Implantado, tenho alguma relutância em classificar a I República como democracia, apenas dois partidos alcançaram vitórias eleitorais, PS e PSD, no caso dos denominados sociais-democratas, a solo, ou coligados, como AD ou PAF. [Read more…]
“De vez em quando é preciso que algo mude, para que tudo fique na mesma”..
Rui Rio e o 25 de Abril
Rui Rio, como muita direita portuguesa, tem um problema com o 25 de Abril, o que é natural. Essa direita, também de Rio e alegadamente democrática, chega mesmo a relativizar a ditadura do Estado Novo, enveredando por preciosismos terminológicos, tentando provar que não era fascismo. Até imagino que, num acto de revisionismo analgésico, os que foram torturados pela PIDE, por exemplo, relembrem o seu passado e esqueçam as suas dores, ao descobrir que, afinal, os torturadores não eram fascistas.
Em Portugal, temos um problema com a Justiça, desde a morosidade dos processos até às custas. Espera-se que, em campanha eleitoral, os políticos falem do assunto. Rui Rio falou. Mais valia ter ficado calado.
Segundo Rio, uma das duas pessoas que poderá vir a ser primeiro-ministro, a Justiça, em Portugal, é menos eficaz desde o 25 de Abril. Deduz-se que seja o de 1974.
Disse o novel humorista e presidente do PSD: “Tirando os julgamentos políticos, em termos de eficácia, desde o 25 de Abril a justiça piorou”. Para quem mede as acções apenas pela sua eficácia, Rio está errado – os julgamentos políticos foram de uma eficácia imbatível, até porque não havia grandes demoras e até se devia poupar dinheiro.
Entretanto, com todos os defeitos que podemos e devemos identificar em muitas áreas, só quem sofre de algum défice de cognição (também) democrática é que pode dizer que Portugal está pior agora do que antes do 25 de Abril. Este Portugal cheio de defeitos é o melhor de sempre, em todas as áreas. É claro que é muito mais difícil governar em democracia e talvez Rui Rio não goste de dificuldades, o que se notou muito durante o seu consulado autárquico. [Read more…]
A (des) Graça que tivemos e o que nos espera
Tenho estado atento, como muitos portugueses, à campanha eleitoral. Naturalmente há áreas que interessarão mais a uns e menos a outros. Não fujo a essa regra. Novo aeroporto, TAP, SNS, economia, impostos, justiça, educação, etc., mas naturalmente cultura e património.
Rui Rio até pode vir a ser 1º. Ministro. No entanto, e no que diz respeito à Cultura e ao Património Cultural não tenho ilusões. A sua actuação como Presidente da Câmara do Porto fala por si.
O que fez no Rivoli? Lembram-se do Filipe La Féria? Podem sempre ler aqui, aqui e aqui.
E sobre a gestão municipal à época? É ler….
Outro mito é o da reabilitação urbana. Neste capítulo o que se passou com o modelo de gestão implementado, SRU, também é elucidativo. E o célebre Quarteirão das Cardosas?
Claro que o PS enganou o pessoal da “Cultura” ao dizer que repôs o Ministério da Cultura. Tretas, pois limitou-se a nomear um titular (uma titular, diga-se) para o cargo sem criar o Ministério. Atiraram-se à época ao Passos Coelho por ele ter passado a Cultura a Secretaria de Estado. Mas nada disso aconteceu. Não havia Secretaria de Estado, havia era Secretário de Estado (primeiro Francisco José Viegas, de má memória, e depois Barreto Xavier, idem). A CS comeu de cebolada. O BE também. Desde 1980 que não houve semelhante período sem Secretaria de Estado nem Ministério. Estamos assim desde 2011, à mercê de vontades individuais, conforme os gostos e as influências dos amigos e das amigas dos titulares.
Se lermos os programas eleitorais vemos a importância que dão ao Património Cultural. Zero.
Giram todos à volta do mesmo.
A verdade (III)

O título deste artigo poderia igualmente ter sido no sentido oposto. Por exemplo “Médicos defendem não existir evidências científicas para recomendar vacinas aos menores saudáveis.”
Além do presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica, bastaria ter também pedido um depoimento ao pediatra Olavo Gonçalves para que houvesse igual número à favor e contra.
Foi uma opção. Da série «A verdade? Primeiro vem o que as pessoas querem ouvir, depois o que elas acreditam e a seguir tudo o resto. Só depois vem a verdade.»
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