O ano acabou mal, com a Comissão Europeia a classificar os investimentos em energia nuclear e gás como sustentáveis no processo de transição ecológica. A taxonomia é um sistema de classificação de produtos financeiros à escala da UE, destinado a orientar capital directo para a transformação verde da produção de energia e da economia.
E como os lobbies falam mais alto, a CE, na sua habitual incoerência entre o palavreado e a prática, apresentou aos 27 Estados-membros, na sexta-feira, uma proposta de rotulagem verde para centrais nucleares e a gás, abrindo assim as portas a que milhares de milhões continuem a fluir rumo a tecnologias nocivas e ultrapassadas – ao invés de serem aplicados em energias renováveis.
Além das consequências ambientais devastadoras destas formas de energia, hoje os sistemas energéticos baseados em energias renováveis são já mais baratos do que o nuclear e os combustíveis fósseis, criam mais empregos e possibilitam a criação descentralizada de valor, em vez de concentrar o poder económico em algumas grandes empresas.
Mas não há maneira de a responsabilidade e a sensatez falarem mais alto do que o dinheiro.
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