Bernardo Ferrão e Ângela Silva…

…são consultores de campanha de Rui Rio. No comentário do debate entre Rui Rio e Catarina Martins, limitaram-se a explicar quais foram os erros de Rio e o que deverá fazer a seguir. Espero que o PSD lhe pague bem.

Não ser social-democrata, mas ser o Partido Social-Democrata

Em 1989, o realizador João César Monteiro lança “Recordações da Casa Amarela”, o primeiro filme de uma trilogia, em que o autor interpreta um seu alter-ego. Hoje, Rui Rio exaltou em mim, a propósito do debate com Catarina Martins, várias recordações da casa laranja. Lembrou-me, também, de que demagogia é feito o PSD: um partido chamado “social-democrata” sem um único social-democrata nas suas fileiras.

Recordemos um outro alter-ego.

 

Isto/Aquilo

Não sou a favor da prisão perpétua, mas sou a favor do Chega.

uma frase que poderia ser de Rui Rio

Rui Rio, porta-voz do Chega

No debate com Catarina Martins, Rio esteve a explicar a posição do Chega sobre prisão perpétua.

Está aberta a época de caça ao voto docente!

O governo de António Costa, durante os últimos seis anos, não reverteu as várias malfeitorias perpetradas por Maria de Lurdes Rodrigues e por Nuno Crato e conseguiu acrescentar algumas da sua responsabilidade, incluindo o roubo de tempo de serviço.

Como há eleições, cá está a prometer fazer o que não quis fazer e deveria ter feito enquanto foi primeiro-ministro.

Note-se que não é possível discordar do ainda chefe do governo quando afirma que é preciso acabar “de uma vez por todas com este absurdo que é [a carreira docente] ser a única carreira no conjunto do Estado em que durante décadas as pessoas têm de obrigatoriamente se apresentar a concursos e andar com a casa às costas e andar de escola em escola de quatro em quatro anos”.

O problema é que “este absurdo” é antigo, não apareceu a semana passada – no mínimo, António Costa teria de explicar por que razão não resolveu este problema, mas o que interessa agora é o soundbite da promessa, sequioso de votinhos. Do lado dos professores, se houver sensatez, só pode haver desconfiança e votos contra. Basta lembrarmo-nos das maiorias absolutas de sócrates e de passos para sabermos do que as casas gastam.

Costa ainda faz uma ligação vazia, fazendo depender a vinculação de mais professores aos quadros de uma alteração do modelo de concurso. Não se percebe (ou talvez se perceba, mas já lá vamos), uma vez que é perfeitamente possível vincular mais professores mantendo o modelo.

O modelo é centralista, é verdade, e cego, é certo, fazendo depender a colocação de uma nota. As injustiças que advêm deste modelo, no entanto, são também a garantia de que não há possibilidade de cunhas. Costa, tal como o resto do arco da governação, sonha entregar as escolas às câmaras municipais, incluindo no embrulho a escolha dos professores.

A municipalização da Educação, tal como a regionalização, é uma ideia maravilhosa no papel e terrível em Portugal. Diante do caciquismo endémico que transforma tantos presidentes da câmara em pequenos ditadores que distribuem favores e dinheiros, as escolas ficariam entregues a caprichos e cunhas.

Costa, amigo, não contes comigo!

Gouveia e Melo, Ricardo Araújo Pereira, Salvador Sobral e Éder entram num bar

Imagem: @rtp

Álcacer Quibir, 1578. D. Sebastião desaparece em combate, depois de, alegadamente, ter proferido as suas últimas palavras, perante um cenário de possível rendição: a liberdade real só há de perder-se com a vida.

Com isto, criou-se um mito que perdurou vários séculos, até aos dias de hoje, e que está enraizado na identidade do povo português, se é que é possível deslindar características concretas de um povo, enquanto massa social mais ou menos homogénea.

Esta característica em particular é, no meu entender, um dos bloqueios funcionais que impedem que Portugal possa dar um passo seguinte, numa evolução de identidade e identificação, numa subida de nível cultural, na forma como nos vemos e como nos apresentamos aos outros.

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A paixão assolapada do governo português pelos ricos

No que toca à paixão pelos ricos – como aliás a muito mais – PS e PSD são areia do mesmo saco. A prová-lo, mais uma vez, o estudo do Observatório Fiscal Europeu “New Forms of Tax Competition in the European Union: an Empirical Investigation“,  publicado em Novembro passado.

Esse estudo sobre o dumping fiscal na UE mostra claramente como os estados europeus promovem uma concorrência fiscal ruinosa entre si, com reduções e isenções de impostos sobre os rendimentos de capital (empresas), bem como do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS): o número de esquemas de evasão fiscal para os super-ricos mais do que quintuplicou nos últimos anos (de 5 para 28). De acordo com o estudo, os regimes especiais mais prejudiciais foram criados pela Itália, Grécia, Chipre e Portugal. Segundo estimativas conservadoras, este tratamento preferencial fiscal proporcionado aos mais ricos causa na UE uma perda fiscal de 4,5 mil milhões de euros por ano aos cidadãos de rendimento médio e baixo. [Read more…]