Nótula sobre a “Nota” do Presidente da República

I hope that what I have been saying has made clear why I chose “Philosophy and the Mirror of Nature” as a title. It is pictures rather than propositions, metaphors rather than statements, which determine most of our philosophical convictions.
Richard Rorty

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Como sabereis, João Galamba apresentou a demissão, o Primeiro-Ministro não a aceitou e o Presidente da República (PR) reagiu negativamente.

Mas reagiu de uma forma que, para escrever as coisas como elas são, não é nem carne, nem peixe.

Se o PR efectivamente adoptasse o AO90, o terceiro parágrafo da Nota teria factos e perceção. Seria carne portuguesa podre, com certeza, mas seria carne.

Se o Presidente da República fosse o homólogo brasileiro, esse mesmo parágrafo teria fatos e percepção. Seria peixe brasileiro com qualidade, mas o PR não é o homólogo brasileiro.

Todavia, o PR reage com uma terceira via, com a ortografia que actualmente vigora em Portugal.

Reage com isto:

Se Marcelo Rebelo de Sousa quiser escrever percepção, contará sempre com todo o meu apoio. Mas deverá escrever infra-estruturas, dar ordens aos serviços para que se grafe Maio e, mais importante do que tudo isto, assumir explicitamente e de uma vez por todas que o AO90 não existe. E terá de fazer alguma coisa. Por exemplo, mexer-se.

Nótula: Os meus sinceros agradecimentos aos competentíssimos serviços secretos do Aventar.

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Comments

  1. Nem tudo no repugnante OA90 é mau. Esse hífen de infra-estruturas é francamente inútil e eu próprio dou por mim a suprimi-lo. Diria que está para o OA90 como o Sérgio Sousa Pinto está para o PS.

  2. Anonimo says:

    Penso que percepção se manteve… tenho essa quanto ao p, tanto no AO como na grafia brasileira

  3. Manuel M. says:

    O PR mexe-se, mas não em matéria de carne podre, que ele entende ser um não-tema. Demais, confunde movimento com acção.

    • Professor B says:

      Como na Ovibeja, com o PR, embarca tudo,
      Qualquer ortografia serve. Mais consoante, menos consoante, que lhe importa isso?

  4. Paulo Marques says:

    É “infra-estrutura”? Rais parta.

  5. estevesayres says:

    Uma forma de dar a conhecer uma opinião diferente -, vou tomar a liberdade de publicar…

    «O bolo é grande! A disputa maior…
    Um computador roubado, agressões no Ministério e mentiras descaradas. Eis o governo Costa. Um autêntico putedo, como diria o camarada Arnaldo de Matos.
    Pedro Nuno Santos abandonou o cargo de ministro das Infraestruturas para acalmar os ânimos mas com João Galamba os ânimos ainda subiram mais de tom, tornaram-se até violentos. Agora sabe-se que o execrável Galamba soube da reunião com Christine Widener- reunião sobre a qual se sabe que houve um “arranjinho” entre a ex-CEO da TAP e deputados do PS. Isso mesmo foi confirmado por mensagens trocadas entre João Galamba e o seu adjunto, Frederico Pinheiro, agora demitido.
    No entanto, o episódio mais grave ainda estava por acontecer. O governo apresentou queixa-crime pelo alegado roubo de um computador do Estado, supostamente pertencente ao Ministério das Infraestruturas. Computador que teria informação confidencial. O alvo da queixa é o santinho Frederico Pinheiro, que tinha chegado ao governo pela mão de Pedro Nuno Santos.
    Nesse dia 26 de Abril, a confusão foi tal que a polícia teve que ser chamada ao Parlamento.
    João Galamba mentiu e mandou mentir. João Galamba é um arrivista e um grande pulha. João Galamba é um criminoso. Só tem um lugar: a prisão.
    Há dias veio a público que Fernando Medina escondeu, durante 5 meses, um documento que apontava várias falhas ao sistema de controlo interno dos fundos comunitários no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
    O ministro das Finanças, Fernando Medina, ocultou, durante 5 meses, um parecer da Comissão de Auditoria e Controlo (CAC) do PRR, onde constam várias falhas ao sistema de controlo interno destes fundos, com riscos de conflitos de interesses e de duplo financiamento. O Ministério das Finanças rejeitou divulgar o parecer mesmo após a Comissão de Acesso a Documentos Administrativos (CADA) ter recomendado a sua divulgação. Só depois de uma sentença do tribunal é que foi revelado.
    Em Janeiro, uma parte das críticas constantes no parecer secreto foi divulgada pelo Ministério Público. A procuradora-geral-adjunta Ana Carla Mendes de Almeida, que integra a CAC, transcreveu partes do parecer secreto num relatório onde assinala “insuficiências ao nível dos procedimentos” de “prevenção de conflito de interesses, fraude, de corrupção e duplo financiamento”.
    Fernando Medina é um crápula e um corrupto, tal como António Costa. Se bem que tudo isto não seja novidade na governação do país, é-o na sua publicidade (todos roubaram e roubam na TAP e restantes empresas públicas, seguindo o modelo do que se passa nas empresas privadas, e o bolo orçamental sempre foi disputado e partilhado de formas obscuras quase sempre sem cobertura das leis que eles próprios fabricam, mas com a cobertura de uns aos outros). A disputa interna é à medida da dimensão do bolo, e o encobrimento habitual deixou de ser “prioritário” para essa gente. E ainda bem! Assim o povo fica a saber dos meandros habituais da governação burguesa. E que não se pense que a disputa é interna ao PS em exclusivo, no final de contas e como se tem visto, é interna a toda a burguesia com o presidente a pôr-se na posição de árbitro.
    O governo Costa, com o “caso TAP”, com o “caso Medina”, com a corrupção e as “n” trapalhadas só merece cair com estrondo. E apodrecer no fim da linha. Entretanto, o povo, os operários, os trabalhadores e a juventude dão claros sinais de descontentamento nos mais diversos sectores. Mas o descontentamento não basta. É preciso que se consubstancie em insurreição. É para isso que estamos aqui, companheiras, companheiros, camaradas. Para derrubar de vez o Costa, o Marcelo, o Ventura, o fascismo, o capitalismo e o imperialismo»
    (Retirado do jornal online em »29Abr2023 APR» “Luta Popular”)

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  1. […] da recente bandarilha espetada pelo Presidente da República, temos hoje o Primeiro-Ministro a dar a a estocada final. No […]

  2. […] that characterizes the essential properties of a mental entity. — Bruce Hayes***Depois da recente bandarilha espetada pelo Presidente da República, temos hoje o Primeiro-Ministro a dar a estocada final. No […]

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