Bugalho: o Galamba do PSD

A escolha de Sebastião Bugalho diz, sobretudo, muito sobre Luís Montenegro e este PSD do que sobre o candidato.A crítica de que o candidato é muito novo é uma tolice. O problema do Bugalho não é a idade e como já nos anos noventa explicava um político no activo, “é um problema que passa com o tempo”. Como a confusão com as quinas e o que isso demonstra de pouca preparação é mero “fait divers” e, certamente, o candidato saberá mais sobre História e Europa que outros que o acompanham. Nem o facto de Bugalho ser uma espécie de Paulo Portas da “Temu/Wish” me espanta.

O que me espanta na sua escolha é a impreparação de quem o convidou. Porque quem o fez certamente desconhece pontos fundamentais sobre o escolhido e que exemplarmente Ricardo Araújo Pereira demonstrou no seu programa do último domingo: o cabeça de lista indicado pelo PSD é pouco ou nada tolerante com a opinião do outro e isso é fatal em democracia. A forma como tratou a jornalista da CNN (Anabela Neves) ou a Maria João Avillez e um comentador do PS (na SICN), nesse apanhado apresentado pelo RAP, diz muito. Mesmo muito. Tanto nas linhas como nas entrelinhas. Chega a ser desconfortável e assustador. Como não o é menos a reacção dos outros convivas nos diferentes momentos. Aliás, era ver nos dias seguintes ao anúncio o desfile de jornalistas e comentadores a elogiar o “amigo” mesmo não estando confortáveis com a sua decisão. Quando o que se notou foi o desconforto de quem, de repente, se sentiu usado. Porém, sobre o candidato teremos tempo para falar.

A escolha de Montenegro não é apenas incompreensível. É, sobretudo, demonstrativa da falta de quadros (ou da disponibilidade deles) no actual PSD. O que é sintomático. Aliás, o PSD preferiu escolher um candidato que está (ou sempre esteve) ideologicamente à direita do PSD – além de ter sido candidato a deputado pelo CDS no passado, Sebastião Bugalho nunca escondeu onde estava ideologicamente e não era na social democracia. Bugalho pode ter escondido muitas coisas nestes anos mas o seu “pensamento” sobre o PSD, Montenegro, Europa ou sobre ser deputado europeu, não. Sebastião Bugalho pode ter “enganado” os telespectadores da SICN e antes os da CNN mas Montenegro não se pode sentir enganado. Pode um telespectador da SICN olhar para as horas de opinião “supostamente” independente de Bugalho nas últimas legislativas e ficar a pensar que foi enganado. Montenegro não pode. Luís Montenegro está convencido que esta sua escolha é a salvação das “suas” europeias.

Se o resultado for melhor que nas últimas (impossível não o ser pois o PSD bateu no fundo nas de 2019) cantará vitória e o seu spin dirá que ele é uma espécie de “Mourinho” da política. Se correr mal, a culpa será “do rapaz” e o spin de Montenegro se encarregará de tratar do assunto. Aliás, o “spin” do PSD já está a tratar de dar a entender de que as expectativas são baixas. Falso. A escolha, seguindo as palavras de Montenegro, “de um jovem conhecido da televisão e redes sociais” não é baixar as expectativas. Pelo contrário. A questão é saber se Montenegro sabia ou não que nem Bugalho é conhecido para além da bolha nem, independentemente da idade no cartão de cidadão, é jovem pois aquilo que debita (no conteúdo, no tom e na imagem) é mais velhinho que a Sé de Braga.

A questão não é, a meu ver, se Bugalho salva ou não salva o resultado do PSD. A questão é saber se para Montenegro vale tudo. E, se vale tudo, então estamos esclarecidos. Esta escolha, na minha opinião, completamente “destrambelhada” dá a entender que Montenegro ainda não largou o fato de líder parlamentar. Ainda não percebeu que foi eleito Primeiro Ministro de Portugal. Ainda não percebeu, ao contrário da letra de uma música de um dos seus cantores preferidos, “Criança que fui e homem que sou/ E nada mudou”, que tudo mudou. Hoje é Primeiro Ministro e isso exige ponderação nas escolhas, sangue frio no caminho a trilhar e saber ouvir. A coisa não está para precipitações ou amadorismos.

Obviamente, as tropas de choque de Montenegro, depois do espanto e terem corrido a apagar o que sobre Bugalho escreveram no passado, já estão na primeira fila a bater palmas e a tecer os maiores elogios. É da praxe. Nem que tivesse sido escolhido o “macaco Adriano”. Por sinal, mais conhecido que Bugalho. Os meus amigos do PSD dirão: o PS também tem o Galamba e olha! . É verdade, parabéns, conseguiram: o Bugalho é o Galamba do PSD.

Demissões

Primeiro-ministro que se demitiu das funções assume no seu governo demissionário a pasta do ministro que se demitiu do governo demissionário e que já tinha tentado demitir-se antes, mas o primeiro-ministro à altura não deixou.

O cerco aperta-se: Lacerda Machado e Vítor Escária detidos

Lacerda Machado, consultor-in-chief da nação, foi detido. Dos muitos negócios de Estado em que esteve envolvido, terão sido os do lítio e do hidrogénio que algemaram o padrinho de casamento de António Costa.

Quem foi igualmente levado pelas autoridades foi Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro. Também aqui, avança a comunicação social, negócios relacionados com o lítio e o hidrogénio estarão por trás da detenção.

A informação é ainda escassa e divulgada a conta-gotas. Sabe-se que João Galamba e Matos Fernandes serão constituídos arguidos e que decorrem buscas em São Bento e em vários ministérios.

Veremos o que sobrará no fim. Uma coisa é certa: o cerco em torno do costismo está cada vez mais apertado.

A queda do império socialista segue dentro de momentos.

CPI à TAP: uma procissão que nem no adro vai

Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Nunca, como na semana passada, assisti a tantas horas de audições de uma comissão parlamentar de inquérito. Ao todo, entre Frederico Pinheiro, Eugénia Correia e João Galamba, vi, seguramente, para cima de 10 horas de declarações, perguntas, respostas, provocações e alguma grunhisse também.

A primeira conclusão a que cheguei é a de que fiquei a saber muito pouco sobre o que se passou. E menos ainda sobre o que estas 3 audições acrescentaram ao propósito da CPI, que é o de investigar a tutela política da gestão da TAP. Reduzir as manobras por detrás de uma empresa que recebeu uma injecção de milhares de milhões de euros do erário público ao episódio do computador parece-me mais uma cortina de fumo do que outra coisa qualquer.

Fiquei igualmente com a convicção de que estão todos a mentir. Mas julgo que ainda é cedo para termos todas as respostas, se é que as vamos ter. De uma coisa tenho a certeza: quando um grupo parlamentar se reúne de forma secreta com a CEO de uma empresa que é alvo de uma CPI, para se prepararem para a audição dessa mesma CEO, algo de muito errado se passa com a república portuguesa. E o facto de Galamba garantir que estas reuniões são normais e recorrentes só agrava ainda mais o problema. Esta opacidade e o grau de manipulação que encerra são a negação de uma democracia aberta, decente e transparente. [Read more…]

Já tivemos a “outra Senhora”, agora temos “esta Senhora”

Imagem: António Cotrim/Lusa

A primeira reacção à presença ou até à existência desta Senhora, é, óbvia e compreensivelmente, de repulsa indignada. Não há ninguém, estou certo, que não tenha ficado com a sólida convicção que a Senhora ontem mentiu com “todos os dentes que tinha na boca”. Desde o registo verbal, passando pela ambiguidade que deliberadamente colocava nas respostas e até à total ausência de lógica na narrativa que tentou impingir, tudo, mas mesmo tudo, evidencia falsidade, mentira e desonestidade. Porra, até o olhar denunciava a trafulhice. Para não falar do tique “pokeriano” de quase sempre levar o dedo à sua orelha esquerda sempre que a mentira era objectiva.

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Frederico Pinheiro, a CPI e a propaganda

A comissão parlamentar de inquérito à TAP, agora convertida em comissão parlamentar de inquérito ao GalambaGate, é a prova viva de que, ao contrário daquilo que garantem alguns, as nossas instituições funcionam. Não funcionam nordicamente, mas funcionam.

Ficou ontem também provado que António Costa não tem a imprensa no bolso. Se tivesse, os canais noticiosos, na rádio e na TV, não passariam toda a tarde a cobrir, em directo ininterrupto, as audições de Frederico Pinheiro e Eugénia Cabaço. Toda a tarde e pela noite dentro.

A RTP, que é estatal, ainda estava a transmitir quando escrevi isto, já passava da meia-noite. Não me lembro de tal coisa. É, seguramente, uma das audições mais acompanhadas e televisionadas de sempre. Que Costa deve estar a adorar.

E hoje vai bater todos os recordes, quando for a vez de João Galamba.

Dito isto, o que resta do costismo já não é um governo. É uma sitcom. E João Galamba ainda ser ministro uma piada de mau gosto.

Portugal é um milagre.

O influencer de Belém

António Costa para aqui, Marcelo Rebelo de Sousa para acolá, João Galamba (ainda) nas Infraestruturas, a comissão da TAP a arder e ninguém faz a pergunta que falta fazer:

Aquilo que Marcelo andou a fazer com a Santini conta como product placement?

Embaixador da marca não pode ser. O presidente pode ser o influencer mais famoso do país, a par do Ronaldo e da Cristina Ferreira, mas de certeza que há ali uma incompatibilidade qualquer. Em princípio não dá para acumular com Belém. Mas também não surpreenderia se desse. Seria só o Portugal as usual do costume.

Nótula sobre a “Nota” do Presidente da República

I hope that what I have been saying has made clear why I chose “Philosophy and the Mirror of Nature” as a title. It is pictures rather than propositions, metaphors rather than statements, which determine most of our philosophical convictions.
Richard Rorty

***

Como sabereis, João Galamba apresentou a demissão, o Primeiro-Ministro não a aceitou e o Presidente da República (PR) reagiu negativamente.

Mas reagiu de uma forma que, para escrever as coisas como elas são, não é nem carne, nem peixe.

Se o PR efectivamente adoptasse o AO90, o terceiro parágrafo da Nota teria factos e perceção. Seria carne portuguesa podre, com certeza, mas seria carne.

Se o Presidente da República fosse o homólogo brasileiro, esse mesmo parágrafo teria fatos e percepção. Seria peixe brasileiro com qualidade, mas o PR não é o homólogo brasileiro.

Todavia, o PR reage com uma terceira via, com a ortografia que actualmente vigora em Portugal.

Reage com isto:

Se Marcelo Rebelo de Sousa quiser escrever percepção, contará sempre com todo o meu apoio. Mas deverá escrever infra-estruturas, dar ordens aos serviços para que se grafe Maio e, mais importante do que tudo isto, assumir explicitamente e de uma vez por todas que o AO90 não existe. E terá de fazer alguma coisa. Por exemplo, mexer-se.

Nótula: Os meus sinceros agradecimentos aos competentíssimos serviços secretos do Aventar.

***

Galamba bem!

Todas as condições?
Galamba é PERFEITO para participar neste governo.

À chapada

Já tivemos populares a bater em gajos do PS. Já tivemos gajos do PS a ameaçar bater em populares. Parece-me óbvio que, mais tarde ou mais cedo, iríamos ver gajos do PS a bater em gajos do PS.

Parece que o ditado sempre fez sentido: quem se mete com o PS, (dá ou) leva!

João Galamba e Marques Mendes: a mesma luta

No tempo do socialista Cavaco Silva, “xuxas” como Luís Marques Mendes, Dias Loureiro, Arlindo Cunha e Fernando Nogueira, entre muitos outros, conseguiram bons empregos para as suas esposas nos ministérios dos seus camaradas.

O que mudou de lá para cá?

Nada.

E continuará a não mudar. Porque a nossa classe política, a que realmente governa e manda, não é mais que o reflexo daquilo que somos como povo. E dos subterfúgios que sempre encontramos quando a bola do esquema, da trafulhice ou da corrupção é conduzida por jogadores da nossa equipa.

Saímos das colónias, mas nunca saímos do terceiro mundo. Nem do universo salazarista do medo e da apatia.

Poema do Rato

Fazem-se acordos e demissões.
Não há dinheiro para as Habitações.

O Pedro Nuno já ninguém atura,
Metam o Galamba na Infra-estrutura.

Há para o menino e para a menina,
Mas quem é esta Marina?

Mas que o socialismo é esse?
É o caciquismo do PS.

Divide-se o ministério em dois
e há mais jobs para os boys.

“Costa nomeia João Galamba para ministro das Infraestruturas e Marina Gonçalves para ministra da Habitação”

Querido!…

Sugiro a substituição do programa “Sexta às 9”, por um “spin-off” de um conhecido “reality show”, mas agora apresentado por João Galamba, chamado “Querido, apaguei o tweet”.

 

O melhor de João Galamba (nisto ele é muito bom)

 

 

A Operação Marquês e os obcecados pelas selfies

Fonte: Rui Rocha.

Os cifrões, ai os cifrões…

“Ao contrário do que foi dito, o ministro Matos Fernandes e o secretário de Estado João Galamba não começaram a ser investigados pelo DCIAP na sequência de uma denúncia anónima.

Os dois governantes já eram alvo de suspeitas de corrupção e tráfico de influências desde 2019, altura em que abriram caminho a uma concessão de lítio em Montalegre, um caso que foi revelado em primeira mão pelo Sexta às 9.”

“Como julgo que já toda a gente percebeu, o personagem que, entre nós, responde actualmente pela alcunha de ministro do Ambiente não é homem para essa função.”

“esta semana, a propósito da iminente aprovação de um projecto de construção turística no Mouchão do Lombo do Tejo, pondo em risco a preservação ambiental do estuário do Tejo, um grupo de 11 reputados especialistas no assunto, todos com responsabilidades passadas nessa área, vieram acusar o actual ministro de “envergonhar a sua missão, em pleno século XXI, num país da União Europeia”

“É Matos Fernandes no seu melhor, no seu habitual: há sempre um serviço que atrapalha, um departamento que complica, uma lei que não é clara, um parecer que não esclarece, um grão de areia que o deixa de mãos atadas, na impossibilidade funcional de ser outra coisa que não inútil.”

Hoje, fico-me pelas citações.

Mais espertalhice

“Em vésperas de aprovar a anunciada regulamentação que vai apertar as condicionantes ambientais e dar mais poder aos municípios, a Direcção-Geral de Energia e Geologia assinou nove contratos de prospecção e sete de exploração a dar direitos aos promotores.”

Questionado pelo PÚBLICO sobre quem são os promotores destes contratos, e a que minerais se referem, a mesma fonte secundou a resposta que já havia sido dada pela DGEG, quando confrontada pelo PÚBLICO: o site da DGEG está a ser actualizado, pelo que só em meados de Julho ou Agosto deverá ser possível consultar toda a informação destes contratos que, por lei, terão de ser publicados.

Desculpa mais esfarrapada. Nem sequer podemos saber se são contratos protegidos pelo mecanismo ISDS (Investor-State Dispute Settlement), que nos condena ao pagamento de montantes exorbitantes caso os futuros lucros de investidores estrangeiros venham a ser prejudicados.

E não nos iludamos: Sobre a questão da contestação feita pelos movimentos cívicos, e depois de admitir que essa luta não tem sido “agradável”, Galamba diz que não se sentiu politicamente prejudicado. “Quando se tem confiança no trabalho que se está a fazer não nos podemos deixar abalar por minudências”, afirmou.

Somos, pois, minudências.

O que isto revela.

Odorico Paraguaçu é o Secretário de Estado da Energia

Odorico Paraguaçu é uma personagem aparentemente ficcional (porque é a realidade que, de tão absurda, parece verdadeira ficção). Odorico ganhou as eleições para a prefeitura de Sucupira, graças ao seu verbo e à promessa de criar um cemitério. Este espaço, depois de inaugurado, ficou às moscas, porque as pessoas insistiam em não morrer, para raiva e desgosto do prefeito.

João Galamba, uma criação socrática reciclada por António Costa, deslocou-se ao concelho da Guarda, na qualidade de Secretário de Estado da Energia, e, anunciando investimentos na região de uma empresa chinesa conhecida por EDP, levantou o queixo na direcção dos munícipes, exigindo-lhes que consumam mais, quase anunciando que, caso não o façam, serão mal agradecidos. Se coubesse ao Estado abrir bordéis, sendo Galamba secretário de Estado da prostituição, imagino o que estaria a exigir, neste momento, aos habitantes da Guarda.

Já se imagina, entretanto, nos lares egitanienses, as reprimendas que os pais passarão a dirigir aos filhos: “Então tu, minha besta quadrada, vens para a sala e apagas a luz da cozinha? Tu queres a ruína da Three Gorges, queres que o senhor Mexia tenha menos uma gravata  e que o senhor Galamba receba um puxão de orelhas do senhor primeiro-ministro? Vá lá acender a luz e aproveita e liga dois aquecedores, já! O que é que disseste?! Estamos no Verão? Ó rapaz, tu até me tiras do sério, pá! Vais já de castigo para o teu quarto e ligas o computador, a televisão e a playstation! Eu que veja que está escuro, meu animal!”

Dias Gomes está às voltas na tumba, triste por descobrir que, afinal, a realidade é um guionista verdadeiramente genial: Galamba será menos tétrico, mas não fica atrás de Odorico.

A poderosa arma da EDP

Cartoon por: Letícia Carmo

O Tratado da Carta da Energia (TCE) é um daqueles bombardeamentos perpetrados por Estados contra os interesses dos cidadãos, para servirem magnanimamente os dos investidores transnacionais; ocorrem tipicamente sem conhecimento da esmagadora maioria dos cidadãos e os seus efeitos tóxicos mantêm-se por muitas e muitas décadas.

O TCE entrou em vigor em 1998; actualmente fazem parte dele cerca de 50 Estados, incluindo Portugal, e continua em expansão. Descreve-o a legislação da UE nos seguintes termos:

O Tratado tem por objectivo estabelecer um quadro jurídico que permita promover a cooperação a longo prazo no domínio da energia, com base nos princípios enunciados na Carta Europeia da Energia. As disposições mais importantes do Tratado referem-se à protecção dos investimentos, ao comércio dos materiais e produtos energéticos, ao trânsito e à resolução dos litígios.“ (…)

E concretizando o que já deixava adivinhar: “Em caso de diferendo entre um investidor e um Estado, o investidor pode decidir submetê-lo a um processo de arbitragem internacional.”

Ora cá está ele, o tristemente famoso ISDS (sigla em inglês de Investor-State Dispute Settlement) que, de tão escandaloso, até pelo Parlamento Europeu foi recusado, assim como por mais de uma centena de juristas académicos internacionalmente reconhecidos e por numerosas organizações da sociedade civil europeia. [Read more…]

A primeira medida de João Galamba como Secretário de Estado da Energia

Pedir humildemente uma reunião a António Mexia na 24 de Julho. Magnânimo, Mexia vai consultar a sua agenda para ver se pode ser.

João Galamba: O jovem turco chegou ao Governo


Típica construção artificial da tralha socratista, o João Galamba lá chegou ao Governo. Para já, como Secretário de Estado da Energia, que a titularidade de um qualquer ministério não tardará.
Se bem me lembro, começou a sua labuta no 5 Dias, mítico blogue das Esquerdas a sério, pela mão da Fernanda Câncio, que depois o levou para o falecido Jugular – blogue criado e mantido para apoiar José Sócrates enquanto primeiro-ministro.
Há que dizer que cumpriu sempre a sua missão a preceito. Nos seus escritos e nos dos outros. Como quando me chamou canalha, em 2009, por eu comparar Sócrates a Vale e Azevedo.
No Simplex, de onde saiu a foto deste post, esculpiu a sua chegada a deputado. Duas legislaturas depois, está no Governo. Mesmo que, pelo meio, tenha precisado de atraiçoar José Sócrates – ou como a criatura apunhalou o criador sem quaisquer remorsos com o beneplácito de António Costa, cuja aleivosia lhe está também na massa do sangue.
Algum mérito João Galamba há-de ter, embora eu não saiba muito bem qual. Assim como assim, não há-de fazer mais nem menos do que o restante putedo socialista que por lá anda. Toda a gente sabe que quem manda na Energia é a EDP.

O conselheiro Acácio

Foi nomeado secretário de Estado da energia no actual governo…

Isabel Moreira comentou a nomeação de João Galamba

Perceber a relevância enorme de João Galamba ser o primeiro secretário de Estado com brinco fora da mesa-de-cabeceira em Portugal. Um óptimo trabalho, agora na energia, querido João Galamba.

Abriu a caça ao funcionário público!

O portuguesinho tem um odiozinho pelo funcionário público, mesmo que goste da ideia de ter uma administração pública com qualidade (de preferência, sem funcionários públicos, gente desprezível e vil). Esse odiozinho nasce da ideia de que o funcionário público trabalha pouco (tem um horário de trabalho), ganha acima da média (na administração pública, há uma enorme percentagem de trabalhadores com formação superior) e tem demasiados direitos (e o portuguesinho prefere que os outros percam direitos a lutar por ter os mesmos).

O liberaloidismo socrático-passista, descendente directo dos cavaquismos, conseguiu impor a ideia de que o salário de um funcionário público é crime de lesa-pátria, quanto mais a recuperação de congelamentos sobrepostos. A opinião pública, influenciada por muita publicada, revolta-se. Os padres do regime, estrategicamente colocados nas televisões, falam em “reformas estruturais”, eufemismo que corresponde ao despedimento de funcionários públicos, à privatização de recursos públicos e ao cultivo de baixos salários em nome de défices e em benefício do poder financeiro e empresarial. Hoje, tudo isso está entranhado em consciências e em inconsciências. [Read more…]

António Costa tem de explicar

Completamente de acordo com a grande Mariana Mortágua e com essa criaturinha adorável que dá pelo nome de João Galamba. As provisões do Banco de Portugal devem estar ao serviço das políticas públicas.
Agora que o Grupo de Trabalho fez o seu (excelente) trabalho, cabe ao primeiro-ministro António Costa explicar se concorda ou não com as suas conclusões: as provisões, a reestruturação da dívida, etc.
É que, se não concordar, tem de explicar por que razão é contra um conjunto de soluções que reduz a dívida pública para cerca de 90% do PIB. E se for contra, terá de arcar com as responsabilidades da sua decisão.

Secretário de Estado do Turismo assume integrar um governo a prazo

Adolfo Mesquita Nunes, secretario de estado do turismo, Lx.

É um daqueles episódios caricatos que, não fossem os intrometidos dos jornalistas, não teria passado de um momento de confraternização entre o hoje reconduzido Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e o deputado socialista João Galamba. Mas, lá está, a RTP apanhou-o a jeito e a declaração fica para a história, com uma nota de honra e coragem para o centrista, que teve a capacidade de assumir que o governo hoje empossado não passa de uma mera formalidade e que se encontra literalmente a prazo. Isto, claro, caso o PS pretenda sobreviver enquanto partido. Porque se depois de todos os esforços para despachar este governo de volta para a São Caetano à Lapa e para o Caldas se lembrasse agora de recuar, suspeito que assistiríamos ao nascimento do PASOK português.

Voltando à frase do dia, disse Mesquita Nunes ao colega Galamba:

Daqui a 15 dias és tu que subirás esta escadaria.

Fonte do CDS ainda tentou dar a volta ao contexto e convencer os jornalistas de que se tratava de uma pergunta e não de uma afirmação. Em todo o caso, pergunta ou afirmação, a intervenção de Adolfo Mesquita Nunes é muito clara e ilustrativa do sentimento que se vive entre os membros do novo governo: a sua situação é precária e a queda do governo uma questão de dias. Haja alguém com consciência no meio de tantos contadores de contos para crianças.

Este orçamento não liberta!

João Galamba diz na cara daqueles tipos o que eu lhes diria:

Ou há eleições no país ou há eleições no PS

Não é meu costume concordar com o João Galamba, mas desta vez parece-me que tem toda a razão. Assinar um entendimento com PSD e CDS-PP, neste momento, seria o suicídio político de António José Seguro. Seja qual for o entendimento de que estamos a falar.
A verdade é que neste momento não há grandes sinais sobre a decisão a tomar por Seguro, que neste momento está a comportar-se como uma verdadeira puta política. Deita-se com o PSD e com o CDS-PP, deita-se com o Bloco de Esquerda e, na 5ª Feira, vai deitar-se com Heloísa Apolónia.
Uma coisa é certa: Seguro só não será o próximo primeiro-ministro se não quiser. E outra coisa: se não houver eleições no país por Seguro decidir assinar seja o que for, vai haver de certeza eleições no Partido.
Pelas afirmações de hoje do João Galamba, parece que já encontrámos o Marco António do PS…

Joãozinho Turco Galamba

Não é o Euro que é insustentável. O Joãozinho Turco Galamba, ou Robin, é que é, sempre a falar em revolta. Por que não se revolta com os luxos, megalomanias e abusos do seu Batman?!

Batman e Robin

Sócrates mata Cavaco todos os Domingos e Galamba esfola-o à primeira oportunidade: «Discurso miserável de um miserável presidente. Que vergonha»