António Costa, o bom aluno

Tenho aqui uma reflexão para partilhar convosco.

É o seguinte:

O governo anunciou um excedente orçamental de 0,8%. Qualquer coisa como 2.190.000.000€.

Há quem olhe para isto e veja o copo meio-cheio.

Eu vejo um governo que optou por andar mais rápido do que aquilo que se propôs, para mostrar a Bruxelas que é o “bom aluno”, prejudicando, para o efeito, o funcionamento dos serviços do Estado.

Prejudicando as condições dos profissionais da Educação, da Saúde, da Justiça e da generalidade da Administração Pública.
Com as consequências que se conhecem: greves, escolas disfuncionais, urgências encerradas e processos adiados e prescritos.

E porquê?

Porque António Costa, como Passos Coelho, quis ir além da Troika.

Com a diferença que a Troika já cá não está.

Puxou o cobertor, que é curto, para aquecer os pés dos burocratas de Bruxelas e deixou os portugueses ao frio.
Interessante, como o Costa da Geringonça é o mesmo Costa que esvaziou a agenda das “contas certas”, outrora património do PSD.

Em princípio, porém, a culpa já não dá para ser do Passos.

E agora?

Comments

  1. É o Putin e o Hamas, e o futuro e as sondagens de opinião a valorizar o seguimento acéfalo do que nos mandam.
    O país do complexo de Édipo mal resolvido concordará, como sempre.

  2. balio says:

    vejo um governo que optou por andar mais rápido do que aquilo que se propôs, para mostrar a Bruxelas que é o “bom aluno”, prejudicando, para o efeito, o funcionamento dos serviços do Estado.

    Discordo.

    O governo fez isto, não para mostrar seja o que fôr a Bruxelas, mas para permitir ao Estado português desendividar-se, isto é, não ter que ir aos mercados pedir emprestado dinheiro tantas vezes.

    Bruxelas não obriga o governo português a ter excedente orçamental. De facto, há montes de países europeus que terão em 2023 défices, e Bruxelas não os punirá por isso.

    Além disso, não é claro que os serviços do Estado sejam prejudicados por este facto. Grande parte da degradação dos serviços do Estado deve-se ou a desorganização, ou (sobretudo) à inexistência de trabalhadores disponíveis. Por exemplo, as dificuldades no setor da Saúde também existem no setor privado (não existem somente no SNS) e devem-se fundamentalmente a não haver suficientes trabalhadores especializados disponíveis.

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