Não me surpreenderia se aquilo de que Carlos Costa acusa António Costa fosse verdade. Acredito até tratar-se de um standard procedure, inclusive para filhas de ditadores menos influentes na política e na economia do nosso país. E tenho um palpite que Costa, o governador, terá provas factuais das suas acusações. O que faria de Costa, o governante, um player menor, vergado aos interesses de Luanda. Como o foram todos os seus antecessores. Um caso interessante para acompanhar nas próximas semanas.
Passos Coelho, refém da ideologia de género quando a ideologia de género ainda não fazia reféns

E vocês? Ainda são do tempo em que D. Pedro Sebastião Passos Coelho estava refém da ideologia de género e do políticamente correcto?
Do tempo em que propunha “criar mecanismos de sinalização de conteúdos jornalísticos e publicitários sexiatas e estereotipados do ponto de vista do género”?
Do tempo que defendia “monitorizar, de forma permanente e sistemática, os conteúdos mediáticos (jornalísticos e publicitários) identificando mensagens sexistas e estereotipadas”?
Ainda havemos de descobrir que o antigo primeiro-ministro era um sleeper agent da União Soviética, com a missão de arruinar a direita portuguesa, ao serviço do marxismo cultural e da ideologia de género. Leram primeiro aqui.
A Tecnoforma, as golas antifumo e o OLAF entram num bar

Leio por aí que o caso das golas antifumo estará a ser investigado pela UE. A julgar pelo sucesso da investigação do OLAF ao caso Tecnoforma, tem tudo para correr bem. Agora é que eles vão ver que em Bruxelas não é a bandalheira que vemos aqui.
Passismo sem Passos
Luís Montenegro foi finalmente rei e senhor do congresso do seu partido. Teve-o na mão. Subiu várias vezes ao púlpito, com a confiança de quem passou anos a preparar este momento, sorriso de orelha a orelha e muitas ideias para o futuro do país.
É bom que o PSD tenha muitas ideias para o futuro do país. O país precisa sempre de muitas ideias para o futuro, porque costuma ter poucas. E o PSD de Montenegro deve apresentar as suas, que, a julgar pelas escolhas para a nova cúpula da São Caetano, serão, pelo menos em parte, previsíveis.
Montenegro serviu-nos um appetizer do PSD que se segue, logo na sua primeira intervenção. Começou por puxar o partido para a direita, “à velha moda do PPD”. Seguiram-se as demarcações. Primeiro do “socialismo” do PS, com o busto de Sá Carneiro a ver lá atrás, a seguir do “ultraliberalismo”, numa clara alusão à IL, feita, em boa medida, de dissidentes do PSD. Estranhamente, ou talvez não, não se falou no CH, no segmento dedicado aos afastamentos.
Quem se afastou, e fez questão de o dizer com todas as letras no congresso, foi Jorge Moreira da Silva:
Conversas Vadias 52
Na quinquagésima segunda edição das Conversas Vadias, marcaram presença os vadios António de Almeida, Carlos Osório, José Mário Teixeira e Orlando de Sousa, que conversaram sobre programa de Governo, cultura, mérito, esperteza, chico-espertismo, Manuel Pinho, habilidade, tartarugas, Ricardo Salgado, avença, alzheimer, fé, mentalidade, F. C. Porto, marés, bipolaridade, Pedro Passos Coelho, mitologia, infantilidade, individualidade, grupo, sociedade, liberalismo, formação de preço, selvajaria, regulação, ambição, ganância, justiça, prioridades, funções do Estado, administração pública, promiscuidades, democracia, código de conduta, sistema eleitoral, educação, ideologia, radicalismo, programas e Estado de Direito Democrático.
No fim, e para variar, as habituais sugestões:

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The Valongo-Panamá Connection: o regresso de Agostinho Branquinho (e de Marco António Costa)
Ao contrário daquilo que normalmente acontece no PS, onde qualquer militante da mais recôndita freguesia, quando em contacto com alguém que esteve em contacto com alguém que esteve em contacto com Sócrates, corre risco iminente de ser imediatamente infectado com o vírus da corrupção, no PPD-PSD a vida tende a ser mais tranquila. Ou, como um dia lhe chamou Paulo Portas, “O PPD é o Estado em movimento. É a versão carnal, física do Estado”. Em princípio é isto.
Veja-se o caso de Dias Loureiro, que, tal como José Sócrates, não foi ainda condenado por coisa nenhuma, mas que, ao contrário do antigo PM, faz a sua vidinha na descontra, sem que perigosa imprensa controlada pela esquerda e pelo PS ouse incomodar a paz de um dos banqueiros por trás desse grande sucesso de bilheteira que foi o BPN. Tirando um ou outro meme, inócuo, com o qual ocasionalmente nos cruzamos numa qualquer rede, já não me lembro de ouvir ou ler uma linha sobre Dias Loureiro. A última vez que me recordo ouvir falar nele, foi quando Pedro Passos Coelho, nos idos tempos de além-Troika, decidiu elogiá-lo e apresentá-lo ao país como um exemplo de sucesso.
Não seja piegas, ministra Temido!

Porventura não, ministra Temido: a competência técnica dos médicos é aquilo que permite diagnosticar, prescrever soluções e salvar vidas dos utentes do SNS, essa coisa subfinanciada e com falta de operacionais em toda a linha que está sob sua tutela.
A solução não passa por mais resiliência. Essa solução, em tempos aventada noutras circunstâncias por Pedro Passos Coelho, não serve o país e os portugueses. Chamar piegas aos médicos não resolve nada. O que resolve é contratar mais profissionais de saúde, de todas as áreas, especializações e competências, para reforçar o SNS. É criar condições para garantir a exclusividade destes profissionais. É tratá-los com dignidade e valorizar as suas carreiras. É investir em vez de simular rubricas orçamentais para cativar.
Portanto, senhora ministra, faça lá o seu trabalho, para o qual lhe pagamos muito bem, com todas as condições e regalias com as quais funcionário público algum sonha, seja médico, professor ou técnico camarário, e não seja piegas, ok?
Eu Apoio: Médio-Prazo-Memória-Curta
Dois anos volvidos, o que mudou? Dois anos de distância são curto, médio ou longo prazo? Paulo Rangel estará confuso agora? Ou estaria confuso em 2019? E quando Rui Rio era presidente da CM do Porto e Paulo Rangel auxiliava nos assuntos jurídicos, pondo ao seu serviço a CuatreCasas, sociedade de advogados representada por Rangel? Também estaria confuso?
E é assim, na espuma dos dias e no cavalgar da fraca memória dos portugueses e da opinião pública, que Paulo Rangel montou todo um cenário diabólico acerca de Rui Rio, conseguindo até, no entretanto, jogar a cartada do ‘coitadinho’ (desengane-se quem achar que os timings do vídeo da bebedeira em Bruxelas e da saída do armário – do PSD – foram coincidência) e, com isso, que dele se falasse – a estratégia do “bem ou mal… falem de mim!” é por demais conhecida à direita.
O Partido Popular Democrático caminha, a passos largos, para um enterro cada vez mais inevitável. Uma coisa é certa: Pedro Passos Coelho matou o PPD/PSD, Rui Rio abriu a cova; e agora, só falta que Paulo Rangel, mais um incapaz, comece a atirar-lhe a terra para cima. Mais depressa se apanha um troglodita no PSD do que um santo numa igreja.
Isto faz todo o sentido.
Passos Coelho e o preço dos combustíveis

A direita que suspira por D. Sebastião Passos Coelho passa os dias a vociferar contra os impostos, em particular os que incidem sobre o preço dos combustíveis. E eu quero aqui deixar claro que, no caso específico dos combustíveis (e eventualmente noutros que agora não me ocorrem nem são para aqui chamados) tenho que concordar com essa direita que aguarda, impacientemente, pelo regresso do Dr. Frankenstein do Bolsonaro de Loures. É demais, é um abuso e é um assalto ao bolso do contribuinte, não há volta a dar. O que não invalida que os combustíveis devam ser taxados. Devem, principalmente agora, que temos uma emergência climática em mãos. Mas daí até à extorsão vai ainda um longo caminho.
Mas era precisamente Passos, o “Desejado”, quem em 2013 afirmava, categoricamente, aquilo que pode ser lido ali em baixo, e que transcrevo: “Não podemos pensar em ter combustíveis mais baratos porque iria sair caro em termos ambientais”. E Passos não se referia apenas ao período da intervenção externa, mas também ao “futuro melhor”. O que nos coloca perante uma questão: o que teria feito Passos, caso governasse até hoje? E o que teria dito a direita? Com excepção do IL – honra lhes seja feita, esta malta não brinca na luta conta os impostos, concorde-se ou não com ela, pese embora muitos dos seus dirigentes e militantes mais destacados tenham feito parte da entourage de Passos – a restante direita meteria a viola ao saco e ia atestar o depósito para outra freguesia, de preferência do lado de lá da fronteira. Ventura incluído.
Volta, Passos, estás perdoado

O PSD de Rui Rio é uma casa a arder. É uma oposição absolutamente incapaz de acrescentar, de se afirmar e de ombrear com o PS, colocando-se, não raras vezes, no papel de muleta de António Costa, em situações tão degradantes como a partilha das CCDR-N ou o fim dos debates quinzenais no Parlamento. Quando não está a fazer fretes ao governo, ou oposição a roçar a mediocridade, degladia-se com o Chega, que normalizou com o tiro de bazuca nos pés que deu nos Açores, e que custará caro, muito caro ao seu partido. E entre Suzanas Garcias e Isaltinos, iliberalismos e bafio a Estado Novo, o futuro próximo deste PSD parece passar mais por uma luta com o Chega, pelo controle do lado direito do espectro, do que por um embate com António Costa pelo controle do país.
Sou de esquerda, nunca votaria neste PSD (ou no anterior), mas nem por isso retiro qualquer prazer ou satisfação da situação em que o PSD está mergulhado. Acima de tudo porque Portugal precisa de uma alternativa à direita, mais ainda agora que os neofascistas parecem imparáveis no acambarcamento do eleitorado conservador, do qual o PSD ainda é o principal guardião. Mas Rio não está à altura da tarefa. Nem lá para perto. Lidera, de longe, a pior direcção de sempre do PSD. Tão má, tão fraca, tão recheada de nulidades e incompetentes, que me vejo na inesperada situação de afirmar o bizarro: volta, Passos! Estás perdoado.
Moedas, family & friends
Há dias escrevi aqui que Carlos Moedas foi uma boa escolha de Rui Rio para a CM de Lisboa. Uma escolha forte e agregadora. Continuo convencido disso. E a quantidade de partidos que o apoiam parece confirmar a ideia, pelo menos no que ao factor agregador diz respeito: CDS, Aliança, MPT, PPM e até o RIR, do antigo autarca socialista e ex-candidato presidencial, Vitorino Silva, a.k.a Tino de Rans. Só falta a IL. Parece que o Chega foi pré-excluído por Moedas. Tem o meu respeito por isso.
Depois fui confrontado com um:
- Mas tu sabes quem é Carlos Moedas?
Não o conheço, claro está, mas sei umas coisas. Lembro-me do tempo em que era o Secretário de Estado Adjunto de Pedro Passos Coelho, e um dos responsáveis por acompanhar o takeover da Troika. Um dos homens por trás da máxima “ir além da Troika”. Um político que, antes de chegar ao governo, esteve no Deutsche e no Goldman Sachs, dois dos beneficiários da desnecessária privatização dos CTT, com os resultados que se conhecem. Os CTT que, anos mais tarde, convidaram Celine Abecassis-Moedas para a administração da empresa.
Quem?
Exactamente: a esposa de Carlos Moedas.
Por isso sim, sei umas coisas sobre Carlos Moedas. Mas isso não invalida que seja um dos nomes mais fortes que o PSD poderia avançar, mais ainda se considerarmos o período particularmente delicado que o partido atravessa. Pese embora o mau arranque, com a péssima (e desnecessária) encenação do “sonho” e do “projecto de vida” de vir um dia a presidir à CM de Lisboa. Consegui visualizar o jovem Carlos, num banco do liceu de Beja, a sonhar com o dia em que entrava pelos Pacos do Concelho de Lisboa, com o colar ao pescoço. Não havia necessidade…
*
P.S. Estou particularmente curioso para saber se a IL alinha na coligação de direita, encabeçada por Moedas. Se fosse socialista, certamente teria direito a um cartaz @comPrimos. A ver vamos, se isto é uma questão de primos. Ou de socialismos.
À custa das nossas possibilidades
Ricardo Araújo Pereira sintetizou o embuste na perfeição, numa das últimas edições do Governo Sombra: imaginem que eu tenho um quilo de maçãs, que me custou 2€, e vendo-o a uma pessoa, que eu não sei quem é, por 1€. E essa pessoa diz-me assim “tens 1€ que me emprestes?”, para me pagar o euro. Eu empresto, e depois peço ao fundo de resolução o euro que falta.
Não, não é nada estranho. Acontece todos os dias, em todo o lado onde o capitalismo é quem mais ordena. Desta vez soube-se, porque, convenhamos, o Novo Banco é um banco em decadência, desde a sua criação, e há muito dinheiro dos cofres públicos que se perdeu por lá, para não falar no Salgado, no Sócrates e nos restantes indivíduos que pilharam o GES, depois do GES ter pilhado meio mundo. E quando estamos a falar de pessoas e entidades caídas em desgraça, a coragem dos holofotes mediáticos tende a aumenta substancialmente. [Read more…]
Obrigado, Pedro

Foram dezenas de anos, centenas de governantes, milhões e milhões e milhões de euros nossos. Todos lhe disseram que sim. Até aparecer alguém. Alguém para quem integridade não era uma palavra vã. Alguém para quem o interesse nacional era a única razão da sua magistratura. Obrigado Pedro Passos Coelho.
[Read more…]E não é que Maria Luís Albuquerque quase passou despercebida?
Já lá vão algumas semanas e muito pouco se falou sobre o assunto. Lamentavelmente, porque vivemos num país onde a imprensa é totalmente controlada pela (extrema?) esquerda, estes actos de quase censura são uma constante. Só assim se compreende que um livro dedicado a glorificar a ascensão da extrema-direita possa ser apresentado por uma antiga ministra, sem que tal cause grande alarido ou dê origem a um título bombástico. Onde está o Correio da Manhã quando precisamos dele?
Num país onde a extrema-direita inunda diariamente as redes sociais com notícias falsas sobre tudo o que mexe à esquerda do espectro, o grande Satã socialista, é importante dizer ao país que Maria Luís Albuquerque se disponibilizou para apresentar um livro dedicado à nova extrema-direita, em particular a Donald Trump, Jair Bolsonaro e à “nova direita europeia”, ou “direita iliberal”, que é, actualmente, o termo oficial da novilíngua para “extrema-direita”. “Fachos”, para simplificar. Um livro onde não faltam elogios a Olavo de Carvalho, teórico da conspiração e ideólogo do regime de extrema-palermice que impera em Brasília, e Steve Bannon, guia espiritual e líder supremo do neofascismo. [Read more…]
Pedro Passos Coelho, o Dr. Frankenstein de André Ventura
Quando se questionarem sobre quem foi o Dr. Frankenstein de André Ventura, façam um pequeno exercício mental e recuem até à campanha para as Autárquicas de 2017.
Vão ver os elogios que Passos Coelho e respectivos generais lhe fizeram. Os mesmos generais que agora se posicionam para depor Rui Rio e tomar o PSD de assalto.
Vão ler o contorcionismo daqueles que agora o renegam, quando há dois anos o defendiam com unhas e dentes e lhe elogiavam a coragem de ser xenófobo. [Read more…]
Chega: a encenação anti-sistema do partido de André Ventura
Conhecemos André Ventura dos tempos em que foi o candidato apoiado por Pedro Passos Coelho à CM de Loures. Um candidato que, já em 2017, não escondida algum populismo e xenofobia, que hoje encontramos na narrativa do Chega. O discurso de André Ventura foi de tal forma polémico, que o CDS-PP se afastou e retirou o apoio ao candidato do PSD. E é bom recordar que falamos do CDS-PP, que conta nas suas fileiras e órgãos nacionais com elementos da TEM, uma tendência interna muito próxima do pensamento salazarista, liderada por Abel Matos Santos, candidato à liderança do partido. [Read more…]
Era uma vez uma grande empresa, outrora pública, destruída pela ganância e incompetência privada
Imagem via Público
Os CTT eram uma empresa pública rentável, que servia os portugueses e enchia os cofres do Estado, porque chegava a todo o lado e, pasmem-se, dava lucro. Por motivos exclusivamente ideológicos, o governo Passos/Portas decidiu privatiza-la por meia-dúzia de tostões.
Infelizmente, porque o sector privado é tão falível como o público, os CTT são hoje uma sombra daquilo que um dia foram. Fecharam balcões – este ano serão 48, o número de municípios sem um posto dos CTT, todos no interior – despediram centenas de trabalhadores, viram os seus resultados financeiros cair trimestre após trimestre, mas, ainda assim, não deixaram de distribuir milhões aos accionistas. Capitalismo selvagem e predador em todo o seu esplendor. [Read more…]
Começar o dia a comer gelados com a testa, com Duarte Marques
Hoje de manhã, ia eu descansado da vida no meu carro, a caminho de um trabalho sem mil ajudas de custo e outras mordomias auferidas por alguns inúteis pendurados no Estado desde a adolescência, os verdadeiros subsídio-dependentes que não dão um peido sem que o erário público lhes pague qualquer coisa, e eis que dou comigo a levar com uma entrevista matinal ao deputado do PSD Duarte Marques. [Read more…]
Passos Coelho tem razão
Fotografia: ZAP
Fazei soar os sinos! Pedro Passos Coelho apareceu às ovelhinhas, a pairar sobre a torre de observação da direita oprimida, para cantar hossanas a Joana Marques Vidal, que tão gentilmente viu o seu Ministério Público arquivar o processo Tecnoforma, apesar das dúvidas dos deuses de Bruxelas.
Temendo pela saúde dos seus, ex-primeiro desceu à Terra, não sem antes espreitar se o Diabo estaria à espreita, e disparou chumbo grosso contra a decisão de Costa e Marcelo, como compete a um ex-primeiro no exílio. Denunciou a ausência da “decência de assumir com transparência os motivos que conduziram à sua substituição”, indo ainda mais longe ao afirmar que “sobra claro que a vontade de a substituir resulta de outros motivos que ficaram escondidos”. [Read more…]
Estabilidade, responsabilidade e sentido de Estado: a lição de Paulo Portas, cinco anos depois
Na passada Segunda-feira, dia 2 de Julho, assinalaram-se cinco anos desde que Paulo Portas anunciou a sua famosa e irrevogável demissão, que como sabemos durou até que Passos Coelho aceitou ceder mais poder a Portas e ao CDS-PP, entregando-lhe um novo ministério e fazendo dele vice-primeiro-ministro.
Poderia alongar-me sobre o oportunismo desta decisão, que, bem vistas as coisas, nos foi apresentada como uma divergência insanável, gerada pela substituição de Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque, na sequência da demissão do primeiro, mas que na verdade não passou de um assalto ao poder. [Read more…]
O PSD e o CDS-PP já cortaram relações com esta gente?
Na Hungria, laboratório de testes do neofascismo contemporâneo, o governo de Viktor Orbán escolheu o Dia Mundial do Refugiado para anunciar novas medidas anti-imigração, entre elas a criminalização de ONG’s humanitárias que ajudem refugiados sem documentos, cujos representantes podem mesmo ser presos e as organizações as organizações banidas e vistas como uma ameaça à segurança nacional da Hungria. Sim, isto está a acontecer na Europa, o último bastião da democracia mundial. E não, as autoridades europeias ainda não mexeram uma palha para alterar este novo “normal”. [Read more…]
O amianto é fixe!
Fotografia: Carolyn Kaster/Associated Press@El País
Dados indicam que, todos os anos, cerca de 15 mil americanos morrem devido a complicações de saúde causadas pelo contacto com amianto. Em Portugal, onde muitas escolas ainda conservam telhados feitos com esta fibra cancerígena, o jornal Público avançava, em 2014, que morriam cerca de 39 pessoas por ano.
Entretanto, na América estupidificada, o troglodita que governa defende que o amianto é 100% seguro e que os vários estudos clínicos feitos até hoje, que comprovam factualmente a perigosidade da substância, fazem parte de uma conspiração arquitectada pela mafia. Pena não haver por aí um grupo de mafiosos que o enfie numa jaula de amianto durante uns meses, para que o idiota perceba o quão seguro este material é. [Read more…]
Onde estavas tu, passista, quando o teu herói elogiou Dias Loureiro?
Uma turba passista encheu as redes sociais de indignação, por haver uns quantos socialistas a lamentar a saída de Sócrates do PS, socialistas esses que até elogiaram a governação do ex-recluso. Onde é que já se viu tamanha falta de respeito pelos portugueses?
Importa, contudo, saber onde estava esta malta quando Pedro Passos Coelho cumprimentou Dias Loureiro “de forma muito amiga e especial”, durante uma inauguração em Aguiar da Beira, a que se seguiu uma sequência de elogios do então primeiro-ministro a um dos dois grandes responsáveis por uma das maiores fraudes bancárias da história de Portugal, que custou aos contribuintes alguns milhares de milhões de euros. Estariam ocupados a empreender? Estariam a manipular o Fórum da TSF ou a parir perfis falsos no Facebook? Estariam a observar desde o centro de operações liberal-fascista? Estariam no Panamá a contar notas desviadas através de matrioskas de paraísos fiscais? Estariam a visitar a campa de Salazar? Estariam numa acção de formação sobre como escapar ao pagamento da Segurança Social, ministrada pela Tecnoforma?.
Ninguém sabe.
Fácil demais para António Costa
Na sequência das Legislativas de 2015, o Partido Socialista chegou a acordo com BE e PCP/PEV para liderar um governo minoritário. Perante este acordo histórico e inesperado, PSD e CDS ficaram muito aborrecidos, porque a democracia representativa pode ser uma grande maçada, e amuaram durante uns meses.
Depois de vários meses a carpir, o CDS decidiu fazer o moving on e procurou mudar ligeiramente o discurso, aproveitando o grande vazio em que o PSD se havia transformado, apesar de na realidade nada ter mudado. Utópica, Assunção Cristas começou por se assumir como alternativa para liderar a direita, apesar de não o poder ser sem o PSD, e já fala em ser primeira-ministra. Já dizia o poeta que o sonho comanda a vida, e Cristas também tem o direito de sonhar, coitada!
Na São Caetano à Lapa, enquanto o partido definhava nas sondagens, Pedro Passos Coelho viu as várias teorias da conspiração serem reduzidas a pó, umas atrás das outras, até não restar discurso, coerência, credibilidade, sanção ou diabo para contar história. Defunto que estava o passismo, Rui Rio lá decidiu sair da poltrona e avançar, cumprido finalmente uma promessa de longa data, e derrotou a barriga de aluguer que o passismo havia entretanto desencantado para se perpetuar no poder.
Discurso do catedrático a haver
(em quadrinhas de mal dizer, para cantar à esquina)
I
Com todo este saber
(Isto é axiomático)
Quando for grande vou ser
Um professor catedrático.
Não sou de grande ciência
Mas sou muito carismático
Vou ser, tenham paciência,
Um professor catedrático
Graças a vistosa finta
Com um drible burocrático
Vou ser, e com grande pinta,
Um professor catedrático.
Não tenho modos de mestre
Sou mais para o autocrático
Mas vou, ao jeito rupestre,
Ser professor catedrático.
A gestão da Tecnoforma
De um modo automático
Só por si, já me transforma
Em professor catedrático. [Read more…]
Obrigado, Passos Coelho. O PC Chinês nunca esquecerá o importante contributo para a revolução socialista
Fotografia via Expresso
O Partido Comunista Chinês não integrará, com toda a certeza, o lote dos ingratos que se recusa a agradecer as virtudes da governação de Pedro Passos Coelho. Compraram a EDP a preço de saldos, entre outras aquisições, e agora é vê-los colher os dividendos da pechincha.
A EDP terminou o ano de 2017 com um crescimento e 16%, o que corresponde a lucros na casa dos 1113 milhões de euros, dos quais 21,35% voarão directamente para o bolso dos oligarcas e para os cofres centrais de Pequim. Considerando que a empresa estatal chinesa pagou 2700 milhões de euros pela participação na eléctrica “portuguesa”, recuperar o simbólico investimento inicial não demorará muito tempo. E a torneira dificilmente se fechará. O verdadeiro negócio da China.
Elina Fraga, a faca longa de Rui Rio
Fotografia: Miguel Manso@Público
Para surpresa de muitos portugueses, onde me incluo, Rui Rio convidou Elina Fraga para sua vice-presidente. Importa recordar que a anterior bastonária da Ordem dos Advogados teceu duras críticas ao governo de Passos Coelho, em particular à ministra Paula Teixeira da Cruz. Sob sua direcção, a Ordem dos Advogados apresentou mesmo uma queixa-crime contra membros do executivo passista, por causa das alterações no mapa judiciário.
Para a antiga ministra da Justiça de Pedro Passos Coelho, a escolha de Elina Fraga representa uma traição de Rui Rio. E Paula Teixeira da Cruz não parece ser a única incomodada, pelo menos a julgar pela reacção dos congressistas do PSD no momento do anúncio. Foi uma facada profunda que deixou os restos do passismo ligados às máquinas. E não é para menos. Rui Rio não terá vida fácil nos corredores da São Caetano mas também não parece muito preocupado com isso. Antes pelo contrário.
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