O José Simões foi à página da transparência na Administração Pública, escreveu “novas oportunidades” e saíram-lhe 3.956.176,33 €. Ou melhor: saíram do Orçamento do Estado quase 4 milhões de Euros gastos em publicidade. É fantástico não é?
O esforço de oferecer o 12º ano a toda a gente (e não apenas a quem merecia que lhe fossem reconhecidas competências adquiridas ao longo da vida) não alcançou nem de perto os resultados estatísticos pretendidos: segundo um estudo do Banco de Portugal continuamos a estar na cauda dos países com menos escolaridade da OCDE. O estudo diz que a culpa é transgeracional
Os filhos “têm um trajecto escolar fortemente influenciado pela experiência educativa dos pais. Portugal é um dos países da OCDE em que esta transmissão intergeracional é particularmente marcada”,
ou da
“qualidade do ensino e da formação de professores.”
Nesta última causa é evidente que após o 25 de Abril houve uma entrada massiva na profissão de gente sem qualificações para tal, e não podia ser de outra forma, tal como a baixíssima frequência escolar até aquela data tem um preço que ainda hoje estamos a pagar (qualquer professor sabe que o desinteresse de muitos alunos passa por terem ultrapassado a escolaridade dos progenitores, e acharem que já chega).
As Novas Oportunidades não deixam de ter aspectos positivos, mais que não seja porque garantiram emprego a muitos candidatos à docência, e criaram a economia paralela da fraude em trabalhos de RVCC.
Espero que os Ministérios da Educação e do Trabalho poupem aqui, antes que se volte ao tempo em que os professores pagavam fotocópias do seu bolso, mas devo esperar sentado: tal como o e-escolas, estas foram oportunidades de caçar votos a torto e a direito. E comprar votos compensa, acham eles.
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