Serviço público: a lição de demagogia de Miguel Pinto Luz

No rescaldo das eleições espanholas, que tem como desfecho mais provável a repetição do sufrágio, uma boa parte da direita portuguesa viajou no tempo, até 2015, e perdeu-se na boa velha ignorância sobre o funcionamento da democracia representativa. Ou então, influenciada pelos seus novos potenciais parceiros, deixou-se levar pelo populismo mais básico e infantil.

E porque chora essa direita?

Chora porque os seus amigos do PP venceram as eleições, mas não têm uma maioria para governar. Apesar do contributo dos neofranquistas do Vox.

É uma daquelas coisas chatas da democracia representativa: não governa quem fica à frente. Governa quem tem maioria no Parlamento. Porque são deputados que se elegem em Legislativas, não governos.

Aliás, não existe eleição alguma, em Espanha ou Portugal, para eleger um governo. Os governos, cá como lá, são uma emanação da arquitectura parlamentar. Governa quem consegue apoio maioritário para ser investido, no hemiciclo ou nas cortes.

E de pouco interessa, caras pessoas, se existem “pessoas que acham que votam em governos”. Também existem pessoas que acham que podem estacionar em cima do passeio, que o fazem impunemente, mas isso não as livra de levar uma multa. Mesmo que seja a primeira vez. [Read more…]