Já se sabe que o Chega é um conjunto heteróclito de descontentes e/ou de oportunistas que, independentemente de tudo, não apreciam o jogo democrático e nem sequer o disfarçam, grunhindo ameaças sob a capa de uma alegada frontalidade politicamente incorrecta que é só vontade de bater em quem tem ideias contrárias.
Os melhores amigos da cheganada estão no Partido Social talvez Democrata e no Partido dito Socialista. As últimas letras das siglas parecem andar a perder força. O PSD continua a namorar o Chega, não vá dar-se o caso de os dois copularem e conceberem maioria; o PS continua a viver dos rendimentos que o namoro dos outros lhe proporciona, esvaziando uma esquerda que não sabe por onde subir.
Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, esteve na convenção do Chega e sentiu-se na obrigação de se justificar. Foi fácil: disse que o Chega estava para a direita como o Bloco de Esquerda estava para a esquerda, uma gente radical e barulhenta. Antevê-se o milagre: o PS aliou-se com o Chega de esquerda? O PSD aliar-se-á com o Bloco de direita.
António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, apresentou no Parlamento um país que parece estar melhor do que as pessoas (nota-se aqui um aroma a Montenegro?). Quando Mariana Mortágua criticou a ausência dos problemas salariais no discurso do ministro, este acusou-a de ser retrógrada, inimiga das tecnologias, no exercício velhinho de confundir alhos com bugalhos. [Read more…]
Comentários Recentes