A transformação da ortografia em transcrição fonética pode estar mais próxima do que se pensa. Já se sabia que, no Brasil, havia quem defendesse o aprofundamento daquilo a que alguns chamam “simplificação ortográfica”, tendo como base a mirífica ideia de que devemos escrever como falamos.
A Comissão de Educação do Senado Brasileiro prepara-se para apresentar a todos os países lusófonos um projecto cujas bases podem ser lidas na página Simplificando a ortografia, na esteira do movimento Acordar Melhor. Há, pelo menos, um defensor do chamado acordo ortográfico que se opõe a essa ideia. Na minha opinião, acordar melhor é estar a dormir.
Por outro lado, graças a pessoas como a Maria João Marques, já tivemos tempo para aprender que “os portugueses, nisto da língua, devem sujeitar-se à maioria brasileira, porque é do lado de lá do Atlântico que está o “poderio económico e populacional””, o que quer dizer que o Brasil dita e Portugal escreve, que é assim que os países pequenos devem fazer. Com a ajuda Presidente da República e com a a preciosa colaboração da maioria dos alegres deputados de São Bento, já não deve faltar muito para que se possa enviar uma mensagem ao objecto da paixão com a frase “És o omem da minha vida”. Ou “És o omem da minha bida“, se for do Puarto. Ainda poderão escrever “Éj o omem da minha bida.” ou “Éj o ome da minha bida”. É conforme, portantos.
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