No Brasil, foi decretado o adiamento da obrigatoriedade da aplicação do chamado acordo ortográfico (AO90) para 2016. É oficial.
O objectivo deste adiamento não é, ao contrário do que se possa pensar, “alinhar com Portugal a entrada definitiva em vigor do Acordo ortográfico”, tal como explica o Ivo Miguel Barroso e como se poderá confirmar a seguir.
Parece ser, ainda, possível entrever a possibilidade de um adiamento do adiamento, quando se sabe que o Senador Cyro Miranda chega a propor a elaboração de “um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.” É curioso notar, nesta declaração, o reconhecimento explícito de que o processo que levou ao AO90 não foi suficientemente participado, ao contrário do que afirmam muitos acordistas.
Nesta notícia, podem ler-se várias declarações que oscilam entre o delirante e o vácuo, características que, por vezes, se misturam. Entre outras ideias, há quem insista na mentira de que o AO90 – ou o(s) seu(s) sucessor(es) – facilitará “a circulação de livros em português e o ensino do idioma como língua estrangeira.”
Interessa, aqui, realçar, no entanto, o peso que parece ter neste acontecimento o Movimento Acordar Melhor, idealizado pelo professor Ernâni Pimentel. Este movimento defende um aprofundamento da simplificação ortográfica, considerando que as regras ortográficas ainda são muito complicadas e obrigam à memorização, tornando-se factor de exclusão social.
Este é o mesmo espírito que preside a propostas pedagógicas e didácticas e a políticas educativas que, na prática, promovem o facilitismo. Não sendo de excluir uma reflexão sobre a ortografia (ou sobre qualquer outro campo do saber e, portanto, da Educação), o facto de haver uma maioria de pessoas que revelam dificuldades diante de uma matéria deve levar-nos a concluir que o problema está na matéria? As tradicionais dificuldades que os portugueses mostram em Matemática deverá levar-nos a excluir esta disciplina do currículo?
Tudo indica que as instituições políticas e universitárias do Brasil se estão a preparar para impor um acordo ortográfico ainda mais simplificado e, como acontece quase sempre, haverá, em Portugal, um número suficiente de serviçais académicos e políticos que, em nome da lusofonia, do suposto prestígio internacional da língua e da pequena vaidade esperançosa de terem um lugar na História, estarão dispostos a assinar o que lhes puserem à frente.
Graças a isso, haverá cada vez mais razões para que o Manuel, o português das anedotas brasileiras, possa consolidar a sua posição no campo da burrice. Já imagino uma nova adivinha:
– Por que razão o Brasil simplificou a ortografia?
– Para o Manuel entender.
Então os que já escrevem brasilês poderiam voltar atrás um bocadinho e recusar a aceitação – por mim nunca irei aderir ao acordo – mas qual acordo qual carapuça ?’
ainda bem que os lusófonos não aderiram – não têm dinheiroo nem pachoora e pelos vistos mais inteligência para não gastar nem cuspo nem dinheiro para novos livros e escrever mal nos jornais nem nas legendas da TV – interessante a adesão das TV nas legendas a escrever uma lkingua que não reconheço – nem é lingua é uma macaquaação – ai os porgueses obedientes – BOM 20 13 sem acordo em COISA NENHUMA
Foi uma ideia inteligente adiar para 2016 porque bem sabem todos que em 2016 já não existirá Portugal. (Entretanto, os acordistas poderão ir viver para o CCB, é um país independente, com língua própria, governo próprio e moeda própria).