Luta dos professores – um vídeo do Ricardo Silva

Mais uma vez, vale a pena ouvir a voz esclarecida e apaixonada do Ricardo Silva.

Apesar de o vídeo ser muito mais interessante do que qualquer coisa que eu escreva, não posso deixar de notar a minha dificuldade de compreensão.

Não compreendo a que sítio esconso se vai buscar uma pergunta em que se insinua que a emotividade possa ser um problema, como se fosse possível uma pessoa ter razões para se revoltar, ficando impassível ou como se sentir ou mostrar emoções nos retirasse necessariamente a razão.

Não compreendo como é que é possível a maior confederação de pais e de encarregados de educação do país estar contra a luta dos professores. Note-se que ‘compreender’, aqui, significa ‘considerar inaceitável’. A CONFAP tem razões que o coração desconhece.

Ide ver o vídeo, ide, que há razão e coração em doses perfeitamente equilibradas.

Luta dos professores – ligações com vídeos

A propósito da luta dos professores, aqui ficam três ligações com vídeos de intervenções do Paulo Prudêncio, do Paulo Guinote e do Ricardo Silva. Em comum, têm a clareza e a informação. Quem vir e ouvir, não poderá ignorar. É de lamentar, no caso do vídeo do Ricardo, a intervenção de um jurista que não apresentou argumentos jurídicos, e que, para cúmulo, acredita ou parece acreditar que é indiferente ser-se professor universitário ou do básico e do secundário.

Sem querer desvalorizar, de maneira nenhuma, outras vozes, é de louvar que as televisões dêem também visibilidade a professores a tempo inteiro. A surpreendente tenacidade da classe docente terá levado a que as televisões sentissem que não era possível ignorar estes contributos, em vez da redundância vazia de outros actores.

O governo, entretanto, continua na senda de fingir que está a negociar, prosseguindo, ao mesmo tempo, um caminho de destruição do sistema educativo. Tudo começou em 2005, no triste consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. A perda da maioria absoluta do PS, em 2009, foi fraca consolação, uma vez que o rolo compressor não parou com Passos Coelho e António Costa, sendo indiferente o nome dos ministros da Educação, simples tarefeiros que se limitam a demolir, cumprindo ordens.