O Professor Arnaldo vai leccionar Educação Sexual

Lamentavelmente, no último Conselho de Turma fui o escolhido para leccionar as 12 horas de Educação Sexual a que todas as turmas têm direito em cada ano lectivo. Quase sempre, o Director de Turma é o escolhido, porque tem uma relação mais próxima com os alunos, mas neste caso fui eu. A velhota fugia do assunto como o Diabo da Cruz e os outros elementos do Conselho de Turma também.
Para além de ficar sem 12 horas para a minha disciplina, o que é trágico no 7.º ano, verdadeiramente dramático é mesmo o facto de eu ter de falar de Educação Sexual com crianças de 12 anos. Meu Deus, eu não estou preparado para aquilo! Eu não tenho à vontade com eles para falar dessas coisas. Eu nunca falei de Educação Sexual com ninguém ao longo da minha vida. Eu não sou casado nem tenho filhos. Nem sequer tenho qualquer actividade sexual, a não ser aquela que mantenho diariamente comigo próprio e com os meus 5 amigos.
Eu não percebo nada de Educação Sexual. Só de hardcore 1.º Escalão. As pessoas normais pensam em Júlio Machado Vaz quando pensam em Educação Sexual, eu penso em Rocco Siffredi. As pessoas normais pensam em Marta Crawford quando pensam em Educação Sexual, eu penso em Linda Lovelace e, mais recentemente, em Gina Lynn.
A culpa é do meu pai. A única vez de que me falou em sexo, na vida, foi para me dizer que a masturbação provocava cancro e que eu não devia fazê-lo.
O problema é que agora vou ter de falar do assunto como professor, como um adulto fala com uma criança e como se percebesse muito do assunto. E tem a grande lata, o Secretário de Estado, de dizer que todos os professores foram formados e estão preparados para leccionar Educação Sexual. Formado, eu? Só se for em acariciar o golfinho.

Comments

  1. Excelente crónica! Parabéns! 🙂

    Desejo-lhe boa sorte e aconselho-o, pelo sim pelo não, a verificar se tem na turma filhos de fanáticos religiosos.

  2. é dizer-lhes que «a masturbação provocava cancro e que eu não devem fazê-lo»

  3. Maria Elisa Martins says:

    Bom dia professor…
    Não se preocupe pois se os meninos já tem 12 anos serão eles a ensina-los.

    Um abraço e boa sorte
    Maria Elisa

  4. Isabel Diogo says:

    LOLOLOL

  5. Elias, o Gnomo Coxo says:

    http://www.educacao.te.pt/jovem/index.jsp?p=111&id_art=194

    A Texto Editora vem em seu auxílio! 🙂

    Seja modernaço!

  6. Elias, o Gnomo Coxo says:

    h tt p : //w w w. educacao . t e . p t/ jovem/index.jsp?p=111&id_art=194

    Ora esta! O link da Texto Editora não entrou?

    Cá vai a transcrição:

    “Fazer amor na praia.

    Existem alguns problemas. O primeiro é que, pelo menos no nosso país, é um bocado difícil encontrar uma praia deserta no Verão. Ou seja, depois de encontrar “a” praia, o casal pode enfrentar o risco de ser abruptamente interrompido ou até observado.

    O segundo é que as praias, além de estarem cheias gente, estão também cheias de… areia. Fazer amor acariciado pelas ondas é uma aventura apetecível mas é preciso ter cuidado com a areia: se esta entrar na vagina poderá causar pequenas feridas. E a água do mar poderá afectar a eficiência dos preservativos.

    Se o cenário escolhido for uma piscina ao luar, não se deve esquecer que as piscinas escorregam, logo, cuidado para a noite não acabar na urgência com a cabeça partida e uma daquelas histórias muito estranhas.

    Finalmente, há que não esquecer que os corpos dentro de água (especialmente salgada) flutuam, o que poderá comprometer a exequibilidade de algumas posições ditas “clássicas” mas constituirá um desafio à imaginação dos mais ousados.

    PS – Mas esta é uma experiência que poderá suscitar umas boas gargalhadas e, efectivamente, o riso é um dos melhores afrodisíacos.”

  7. António says:

    Ó Arnaldo embora não acredite em si quando diz que não têm sexo há quase um século, e como os comentários a seguir em nada o ajudaram, disponho-me aqui a dar uma pequena ajuda, têm o meu mail, tenho uma filhota de 13 anos, sei muito bem como eles pensam, cada um é “UM”, vou voltar a dizer cada um é um ser diferente, mas quando estão em grupo, gerem o pensamento através de um líder, ou seja numa sala de aula, num ano lectivo há sempre quem “mande” nesse grupo, eles vão muito pelas ideias dessa personagem, fora da sala, isolados têm as ideias próprias deles. Depois há outras personagens manipuladoras “os pais”, ai essas personagens às vezes tão controladores e não orientadoras, enfim desejo uma paciência de Jó (sabe quem é não sabe? lol).

    Você só tem que ser orientador não manipulador.

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