As vozes do dono não chegam ao céu

A devoção canina pelo império já assaltou os nossos jornais (que ainda não repararam no caso Brasil, como de resto a comunicação social brasileira se esforça como pode por fazer).

Teresa de Sousa não podia faltar à chamada, e no Público inventa que “estamos perante uma realidade nova que coloca problemas muito sérios às democracias. E  que coloca problemas igualmente muito sérios à imprensa livre das democracias.“, isto depois de desvalorizar as revelações já feitas, classificando 5 dos melhores jornais do mundo como simples cuscuvilheiros.  O que já se sabe sobre as pressões para isolar o governo democraticamente eleito da Venezuela, sobre a peculiar forma de a polícia brasileira lidar ao estilo CIA  com suspeitos de terrorismo, não tem importância nenhuma. Dar destaque às verdadeiras cusquices, tipo o que diz um diplomata de Putin, Sarkozy ou do putanheiro italiano, para não se reparar no importante, deve fazer parte das instruções do embaixador em Lisboa aos directores dos jornais portugueses, e ainda nenhum dos 722 documentos ligados a essa embaixada foi publicado. 

Como muito bem resume o Miguel Cardina:

Estamos diante de três regras de ouro da diplomacia realmente existente. A primeira é que é preciso continuar a gabar o vestido do rei não importa o modo como se nos apresenta aos olhos. A segunda é que é preciso desconfiar das aparências, a começar pela enunciada na primeira regra. A terceira é que entre a verdade e a mentira, deve escolher-se o segredo.

A coisa promete.

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