O passado bolivariano de Aníbal Cavaco Silva

O ano é 1980.

Aníbal Cavaco Silva é o jovem Ministro das Finanças de Sá Carneiro.

Entre outras medidas, de um pacote destinado a combater a inflação, conta-se esta:

Fixação dos preços dos bens essenciais

O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.

Já a direita chalupa está onde sempre esteve: a alucinar com comunismos que não existem. Fazia-lhes bem, ficar sem os meios de produção durante uma semana ou duas.

Cavaco Silva, o comunista

fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.

Depois do «¿Por qué no te callas?»

do rei de Espanha, eis o “keep your mouth shut” do chefe Acevedo. Eis Trump a fazer de Chávez.

E daquela vez em que Bolsonaro afirmou que Hugo Chávez era uma esperança para a América Latina?

Alguns bolsonazis sentir-se-ão tentados a afirmar que a imagem em cima é uma montagem, um pérfido exemplo das mais odiosas fake news à la Trump. Outros sentir-se-ão deprimidos, já que o único argumento que lhes resta é o “Então e a Venezuela?”. Mas Bolsonaro, não vai muito tempo, achava que Chávez era uma esperança para a América Latina e gostava que a filosofia chavista chegasse ao Brasil. Definia-o como “ímpar” e queria ir à Venezuela conhecê-lo. E isto tem que doer aos milhões de fanáticos fascistas que o seguem como uma divindade messiânica.

O drama venezuelano

A ideia nem era má. Tirar (um bocadinho) aos ricos para dar aos pobres, construir casas para sem-abrigo, escolarizar os bairros de lata. Só que não chegava. Chávez chegou ao poder pela via democrática, foi reeleito duas vezes, a última das quais com números esmagadores, mas nunca teve hipótese nenhuma contra o sistema. O sistema que não gostou de ver a oligarquia venezuelana tomada de assalto por nacionalizações e reformas agrárias. O sistema que não queria mais pólos potencialmente perturbadores para a pax americana. O sistema que tinha (e tem) um império mediático, falível mas extremamente poderoso, que usou para minar a opinião pública. Que desempenhou um papel-chave num golpe de Estado falhado em 2002, patrocinado por Washington, onde à data fazia a lei George W. Bush, esse grande democrata que nunca oprimiu ninguém. Tudo isto, e o muito mais que poderia ser referido, não pode ser ignorado. Tal como não pode servir de justificação para tudo.

[Read more…]

Portugal, um país de chavistas sem vergonha na cara

PortasMaduro

Na imagem, para além do cumprimento caloroso entre Paulo Portas e Nicolás Maduro, podemos ver o embaixador venezuelano em Portugal, Lucas Rincón Romero, o mesmo que, por estes dias, inaugurou uma praça na Amadora com o nome do falecido presidente Hugo Chávez. Surpreendidos? Contem então quantas ruas, avenidas e praças existem neste país com o nome de antigos dirigentes mundiais.

Foi interessante acompanhar a indignação que este episódio causou junto das tropas da direita nacional. No blogue Insurgente, Rui Carmo afirma ter-se tratado de uma “homenagem da geringonça ao ditador Hugo Chávez, a que se seguiu o habitual destilar de ódio e a também habitual análise facciosa que confunde uma eleição por sufrágio com uma ditadura. Algumas pessoas não suportam que se possa usar os recursos de um país para dar uma vida mais digna para quem nunca nada teve. Que rezem um Pai-Nosso à Mão Invisível. [Read more…]

O negacionismo

Há dois anos o último governo de José Sócrates caiu, onde há muito em Portugal não caiam os governos: na rua.

Claro que para os negacionistas do PS fica bem soltar uma gargalhada, e garantir que não foi nada disso, a culpa terá sido de quem posteriormente não votou favoravelmente um PEC  criado e gerido para ser chumbado na AR, no que terão o apoio veemente dos que pensam a História uma cousa de gabinetes, reuniões, políticos, acordos, desacordos, troikas e outras ilusões. Negacionismo que alacançou todo o seu explendor nesta imagem canciana, tão bem titulada de “coisas verdadeiramente inexplicáveis“:

500x500

Ficando a dois passos do ridículo e roçando sempre o caricato, o negacionismo entre nós teve outros esplendores:  o 25 de Abril enquanto golpe de estado não teria sido tão simples se a negação da realidade não estivesse estacionada na Pide/Dgs, que nem a avisos de congéneres estrangeiras ligou importância e viu o Março das Caldas como um ponto final na contestação de meia-dúzia de tropas acometidos de cobardia colonial. [Read more…]

O Grande Morto de Cera (II)

Um boneco para Belém. Ninguém notaria a diferença.

O Grande Morto de Cera

«A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um super-caixão lacrado, não é de um ser humano normal, deformado por um terrível câncer. O cadáver seria um boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.» Alerta Total

As solenes exéquias

tintin_picaros_vivasA delegação cubana parte de Caracas

…e regressa à pátria, sobrevoando Havana

tintin_picaros_vivas-1

Sai Baba, entra Maduro

AlvarezDuty

O sucessor de Chávez frequenta Puttaparthi. Não é um hippie nem vai à Índia à procura de parties, mas sim de milagres que lhe possam garantir uma boa e milagrosa gestão dos problemas que a Venezuela enfrenta. De cinzas transformadas em comida, até às bocas que arrotam jóias, Maduro fica assim a dispor de algo mais do que a produção de petróleo.

Não poderá a nossa classe política partir em peso para umas consultas destas? Por cá, cinzas não faltam.

Poio Encomioso do Dia

Poio Encomioso do DiaEstá no JN de hoje, em papel, página 33. Horripilantemente mal escrito e banalóide, conforme seria de esperar.

 

Queixa feita ao provedor do DN

Caro provedor,

Fui leitor e comprador do DN desde que o José Manuel Fernandes liquidou o “Público”. Até hoje. Um jornal que se permite publicar um retrato biográfico/perfil de Hugo Chávez sob o título, na versão on-line, de “Chávez: um caudillo dos tempos modernos” e, na versão  impressa, de “o caudilho do pós-guerra fria que criou a nova Venezuela”, da autoria de Albano Matos, indicia uma falta de seriedade, rigor e isenção com a qual não posso, atento o estatuto editorial do jornal, conviver. Pois uma coisa é opinar acerca da figura de Hugo Chávez ou reportar o modo como alguma opinião pública e publicada o via ou vê, outra é,  desrespeitando não só os valores jornalísticos acima referidos, como o povo que nele livremente votou e por isso a própria democracia, associá-lo a um ditador fascista que se perpetuou no poder pela subjugação violenta.

Sabendo que outros leitores do DN partilham esta opinião (atentos os comentários on-line recolhidos pela dita peça jornalística) e porque não deixarei de manter acesso a recortes de imprensa na área dos media, passando a ler o DN apenas por dever de ofício, gostaria de obter a sua opinião sobre o que entendo ser um atropelo deontológico significativo que põe em causa a integridade do jornal, visto que nos permite pensar que  outros assuntos não serão por ele tratados com a equidistância que se exige.

Grato desde já

E com os melhores cumprimentos

João Pedro Figueiredo

Enfin, se calla

hugo chavez

Hugo Chávez (1954-2013)

1843975_4_3ce2_au-lendemain-de-la-mort-de-hugo-chavez_14a54f774f3af26e2f90226f09945205

Caracas, Venezuela, 6 de Março de 2013

© Reuters

Hugo Chávez versão pt.wikipedia?

Ó João Monge de Gouveia, por amor da santa, experimente a que no caso interessa, e deveria ser fonte dessa.

A Venezuela de Hugo Chávez ou a cegueira ideológica de alguns

venezuela
A democracia que Hugo Chávez implementou na Venezuela não é propriamente o meu tipo de democracia. Censura à imprensa, culto do chefe e por aí fora não fazem parte do meu conceito de liberdade.
No entanto, os números económicos e sociais de Chávez falam por si:
– a pobreza diminuiu cerca de 20%.
– a pobreza extrema diminuíu 73%.
– as desigualdades sociais baixaram de 0,46 para 0,39 – o número mais baixo da América Latina.
– os gastos sociais aumentaram de 8 para 14% do PIB.
– o PIB aumentou de 8 mil para 13 mil dólares.
– o Salário mínimo subiu 26,5%, sendo hoje o maior da América Latina.
– o Subsídio de Refeição passou a ser obrigatório para todos os trablhadores.
– o desemprego baixou de 14,9% para 5,9%.
– a economia informal diminuiu 5%.
– o analfabetismo diminuiu 5% – a UNESCO considera a Venezuela território livre de analfabetismo.
– a mortalidade infantil diminuiu 5%.
– a esperança de vida aumentou 2 anos.
– o Índice de Desenvolvimento Humano aumentou de 0,65 para 0,73.
– os venezuelanos passaram a ter acesso gratuito à Educação e à Saúde, com a construção de mais de 7 mil clínicas populares, cerca de 600 centros de Diagnóstico Integral e Salas de Reabilitação Integral e mais de 20 centros de Alta Tecnologia. 25 mil médicos passaram a trabalhar junto da franja mais pobre da população. O número de médicos aumentou de 1628 para quase 20 mil. [Read more…]

Hugo Chávez, 1954-2013

indice pobreza venezuela

Percentagem de população vivendo abaixo do limiar de pobreza

Gosto pouco de militares, e menos ainda de militares na política. Não aprecio revoluções que vivem de um homem. Mas não posso de admirar este retrato de Hugo Chávez, obtido através de eleições democraticamente ganhas.

Este retrato tem vivos que não foram mortos antes de tempo, gente, homens, mulheres e crianças. Este retrato é o quadro que muitos ricos nunca terão em casa. Este é o retrato que ficará para a História de Hugo Rafael Chávez Frías, um homem que lutou para acabar com os pobres, combatendo todas as calúnias, campanhas, golpismos, daqueles que precisam da existência de muitos pobres para serem muito ricos.

Hasta siempre, compañero.

gráfico via Ladrões de Bicicletas

Hoje dá na net: The Revolution Will Not Be Televised

The Revolution Will Not Be Televised, documentário com a história do golpe de estado de 2002 na Venezuela. Página no IMDB. Página na Wikipédia. O programa está legendado em português.

Constituição amiga de Chávez

chavez_adiado_afp
©Leo Ramirez/AFP

O artigo 231 da Constituição venezuelana permite que Hugo Chávez se apresente mais tarde.
Parlamento aprovou adiamento. Apoiantes de Chávez regozijam-se. Mas há quem conteste.

Pesadelo na Casa Branca

Hugo Chavez reeleito presidente da Venezuela.

Vem aí a esquerda comer criancinhas ao pequeno-almoço, valha-nos Deus!

Tudo indica que a Europa mudou, virando à esquerda, seduzida, mesmo que não apaixonada, por um discurso que torna evidente a evidência: durante os últimos anos, acentuou-se uma governação submetida ao poder financeiro e à visão macroeconómica pura e dura, em detrimento do bem-estar dos cidadãos. Como é óbvio, porque o ensina a pedagogia do bom senso, a virtude está no meio e governar implicará sempre a procura do equilíbrio entre o individual e o colectivo, equilíbrio difícil que não se alcança, com certeza, governando contra as empresas ou contra os trabalhadores.

Tudo truísmos, dirão. É verdade, mas, por vezes, tendemos a esquecer o óbvio. Por falar em óbvio, está à vista o resultado da obsessão pela austeridade: as contas públicas continuam a derrapar, o desemprego aumenta, a dívida cresce, o nível de vida dos cidadãos regrediu. Como se de uma religião se tratasse, os responsáveis por estas políticas garantem um futuro paraíso aos que agora sofrem. [Read more…]

As vozes do dono não chegam ao céu

A devoção canina pelo império já assaltou os nossos jornais (que ainda não repararam no caso Brasil, como de resto a comunicação social brasileira se esforça como pode por fazer).

Teresa de Sousa não podia faltar à chamada, e no Público inventa que “estamos perante uma realidade nova que coloca problemas muito sérios às democracias. E  que coloca problemas igualmente muito sérios à imprensa livre das democracias.“, isto depois de desvalorizar as revelações já feitas, classificando 5 dos melhores jornais do mundo como simples cuscuvilheiros.  O que já se sabe sobre as pressões para isolar o governo democraticamente eleito da Venezuela, sobre a peculiar forma de a polícia brasileira lidar ao estilo CIA  com suspeitos de terrorismo, não tem importância nenhuma. Dar destaque às verdadeiras cusquices, tipo o que diz um diplomata de Putin, Sarkozy ou do putanheiro italiano, para não se reparar no importante, deve fazer parte das instruções do embaixador em Lisboa aos directores dos jornais portugueses, e ainda nenhum dos 722 documentos ligados a essa embaixada foi publicado.  [Read more…]

Maior eclipse do milénio foi provocado pelos EUA

Faz hoje uma semana, ocorreu o maior eclipse do milénio, o qual, como todos sabem, foi provocado pelos E.U.A., tendo  lançado na obscuridade e frio o Centro e o Leste de África. Poucos dias antes, o mesmo país tinha provocado o sismo no Haiti. Prevê-se agora que um meteoro de grandes proporções, controlado pela aviação americana, aniquile completamente a Venezuela nos próximos dias.

O governo de Chavez, contra o que é habitual, denunciou apenas um destes crimes. Receará, porventura, que o mundo não acredite na veracidade dos outros dois?

Hugo Chávez discursa na cimeira de Copenhaga