Trump e a extrema-direita

Recorte: The Guardian

O presidente disse que condenou o “ódio, fanatismo e violência em muitos lados” no sábado. E repetiu a frase “em muitos lados” para enfatizar. Um porta-voz da Casa Branca amplificou mais tarde as declarações do presidente, dizendo ao The Guardian: “O presidente estava condenando o ódio, fanatismo e violência de todas as fontes e de todos os lados. Houve violência entre manifestantes e contra-manifestantes hoje “.

Mas houve uma forte reacção à recusa de Trump em denunciar os radicais de extrema-direita que atravessaram as ruas carregando tochas flamejantes, gritando epítetos raciais e atacando os seus oponentes.

Os confrontos começaram depois dos nacionalistas brancos terem organizado uma reunião em torno de uma estátua do general confederado Robert E Lee, a ser futuramente removida, e culminou com um carro sendo deliberadamente conduzido contra um grupo de pessoas que protestavam pacificamente contra a manifestação da extrema-direita, matando uma pessoa e ferindo pelo menos 19. [The Guardian]

Um carro é conduzido contra aqueles que “protestavam pacificamente” e Trump vem falar, com enfatização, de violência vinda de muitos lados. Evidenciando que foi uma mensagem pensada para assim ser dita, um porta-voz da Casa Branca repetiu o argumento do “ódio, fanatismo e violência de todas as fontes e de todos os lados”. Que não sobrem dúvidas. A presidência norte-americana, ao procurar igualar ambos os lados em termos de violência, optou conscientemente por desvalorizar os actos da extrema-direita.

Tal como escreveu J. K. Rowling, foi um grande dia para Trump se ter esquecido de usar o Twitter.

 

Comments

  1. Anónimo says:

    Sobre este tema, e outros, a informação do The Guardian -e não só a desse Jornal- é tão exacta como a do Avante ou do Povo Unido.
    Se agrada, isso diz muito … sobre o leitor.

    • Naturalmente que a Fox News e o Observador são melhores referências.

      • Rui Naldinho says:

        O país está cheio de Anónimos, de Menos, entre outros putativos artistas,… porque dar a cara, neste caso o nome, por aquilo que se entende ser o bem comum, só mesmo para aqueles que não dependem de nenhum “caché” !

    • Este tipo de táctica é sobejamente conhecida. Ataca-se a fonte, em vez de se focar na mensagem. É ou não factual o que o The Guardian relata? É, o que revela as intenções do comentador.

    • Manuel Félix da Costa says:

      Que tristeza!
      Que falta da noção do ridículo!
      Que falta de bom senso!
      Que extremismos assim nos alertem que nada foi conquistado!
      Que a estupidez seja sempre assim clara, como este comentário o demonstra!

    • caco says:

      É por haver inteligentes como tu ė que este mundo está cheio de Trampa.

  2. caco says:

    Como este Anónimo quero dizer!

  3. JgMenos says:

    Evitar a palavra contra-manifestação era evitável!

    Uma primeira questão resume-se a isto: podem os supremacistas brancos, nazis e racistas manifestar-se livremente?

    • Podem atirar carros para cima das pessoas?

      • JgMenos says:

        Foi isso que questionei?
        Ou é só o mais fácil de dizer?

        • O texto também não foi sobre eles se poderem ou não manifestar.

          • JgMenos says:

            …gritando epítetos raciais e atacando os seus oponentes.
            Havia oponentes aos gritos de epítetos raciais; logo o texto diz respeito a poderem ou não manifestarem-se.

            Mudando de assunto sem mudar de tema: se o MRPP e congéneres tivessem oponentes às suas imbecilidades ainda hoje estaríamos a aturar-lhes os dislates.

            Deixá-los manifestar-se e aplicando-lhes a lei sem hesitações os extremismos tendem a diluir-se; deem-lhes com o politicamente correcto em cima e ponham-lhe pela frente umas contramanifestações e vão perdurar.

  4. Supremacistas?! De quê?! Quem lhes outorgou essa supremacia? A ONU? Não CREIO.

  5. É isto o que Trump deveria ter dito e não disse.

    https://www.facebook.com/Channel4News/videos/10155137556081939/

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