O valor da fala ou do texto político são inseparáveis de quem o produz. Não faltam, por estes tempos, as críticas de esquerda ao Governo. Elas têm origem nas pessoas e forças que pertencem ou apoiam os partidos da solução governamental. Percebe-se a insatisfação quanto aos investimentos públicos, designadamente em áreas especialmente sensíveis a caras à esquerda – saúde, ensino, segurança social, direitos laborais, transportes e obras públicas e tudo o mais. Elas entendem-se e são, na sua maioria, justas.
Mas ouvir críticas semelhantes vindas de quem toda a vida combateu o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social e todas as áreas em que as suas propostas não passaram de tentativas de destruição e privatização do serviço e património públicos e empobrecimento de quem trabalha, quando não é cómico, é revoltante. A direita portuguesa tem-se desdobrado em piedosas lágrimas pela situação do SNS que sempre odiou e, quando foi governo, quase destruiu. O mesmo acontece no que respeita a todas esferas de obrigação social do Estado, as quais deixou exangues.
Mas agora há mais. Comandados pelo espectro Cavaco, resolveram acometer contra os partidos à esquerda do PS por não serem suficientemente agressivos, por – palavras de Cavaco – baixarem a cabeça. Que não fizeram greves suficientes, que não lutaram, enfim, não fizeram nada. Até-deixaram-passar-o-Orçamento! “Amoixaram”, diz um dos seus palermas de serviço. Quer dizer: a direita e as suas várias metástases acusam a esquerda de não ser …esquerda. É exótico. Sobretudo porque esse é o papel da própria esquerda.
Ó almas danadas, tende tino e fazei os vossos ataques à vossa maneira e defendendo os vossos interesses para que se evidenciem as vossas pornográficas intenções – agora acalentadas pelo que julgam ser uma tendência internacional. Não vão as pessoas pensar que o que vos move é apenas uma incomensurável dor de…nas zonas frontais do crânio.
Olha quem fala
27/10/2018 by José Gabriel
Filed Under: política nacional Tagged With: cavaco silva, Estado social, governo, oposição
“Não vão as pessoas pensar que o que vos move é apenas uma incomensurável dor de…nas zonas frontais do crânio.”
E, pensam muito bem!
O que os liberalóides queriam era que a esquerda que apoia o PS, se armasse em intransigente e irrevogável nos seus princípios e, em vez de conseguir as “migalhas” para os desfavorecidos de sempre, abrissem mão disso e deixassem cair o apoio, para virem os abutres acabar com o servicinho que foi interrompido em Outº de 2015!
Isso é que era!!
Mas podem tirar o cavalinho da chuva que o eleitorado já viu que as criancinhas não foram comidas ao pequeno-almoço das esquerdas, e por isso, ainda vai haver muito caminho a percorrer…
“….ouvir críticas semelhantes vindas de quem toda a vida combateu o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social e todas as áreas em que as suas propostas não passaram de tentativas de destruição e privatização do serviço e património públicos e empobrecimento de quem trabalha, quando não é cómico, é revoltante. A direita portuguesa tem-se desdobrado em piedosas lágrimas pela situação do SNS que sempre odiou e, quando foi governo, quase destruiu. O mesmo acontece no que respeita a todas esferas de obrigação social do Estado, as quais deixou exangues….”
Sim, é revoltante e indigno, é uma hipocrisia aviltante e descarada de uma direita em desespero que a pouco e pouco se aproxima também aqui de comportamentos e narrativas bolsonarias salvíficas e obscenas intenções .
….corja !!