Passo pelo TVI24 e de seguida pela RTP3. Fico-me por aí porque a SICN insiste em não ter um player digno, algo que para um emigrante como eu dava jeito. Mas adiante.
Na TVI, Ricardo Sá Fernandes defende com elevação a decisão do Livre face ao convite feito a IL sobre as comemorações do 25 de Abril.
Tudo ia bem até que uma senhora de lilás desata aos berros contra os liberais, atacando-os por entre outras coisas, terem dito que o homofóbico Che Guevara era um homofóbico.
A bacalhoada com todos meteu cotas, listas só com mulheres e o resto não sei porque fugi. Felizmente sei quem é a IL. Felizmente não sei quem é a senhora de lilás. E estou bem assim.
Já dos tímpanos do Sá Fernandes é que não sei…
Passei então para o player da RTP3 esperançado em melhorias. Mas nada. Depois de uns dez segundos de Raquel Varela, entrou uma senhora que acho que é escritora ou algo do cisgénero e conhecida por gerir uma casa de um escritor onde os concursos púbicos ficam todos em casa. Disse a senhora que o fundador da IL é contra o 25 de Abril, mas apesar de tudo a IL deve ir. Assim, com um ar condescente tal avózinha pachorrenta a dar autorização. A IL pode ir? Pode sim senhora, mas apenas porque os bons – incluindo a douta escriba- assim o autorizam. Desliguei, como é óbvio.
Assim como é óbvio que o Livre e a Iniciativa Liberal representam as duas melhores alternativas a mesmice bafienta e pútrida que tem dominado Portugal desde 74. Dois partidos que cometeram erros de percurso (Katar Moreira ou Miguel Quintas) e que têm as suas diferenças. Mas ambos têm apresentado bons diagnósticos, assumido posições com elevação, apresentado propostas com substância e acima de tudo, conservado bom senso e frieza no meio deste lodaçal de cegos entricheirados que vivem a metralhar “esquerdalhos” pr´aqui e “direitolas” pr´acolá.
E mal saio da RTP3, eis que tropeço num comentário que afirmava que o Livre “é servente do Maduro e dá a mão aos faxos (sic) da IL”. Sim, há gente presumivelmente adulta que consegue ver Nicolas Maduro em Rui Tavares e confundir fascismo com liberalismo.
Enfim, o fim de semana mal começou e já há gente com o pipo a meio. Espero que o autor do comentário se acalme na copaneira ou ainda passa o 25 de Abril a gurosan e água das pedras.
Sendo que um Gurosan até me dava jeito depois de dois minutos a levar com a senhora de lilás e a dona escriba. E ouvi-las mais do que isto só mesmo com o resto do pipo.
Bons diagnósticos e propostas com substância é fazer o mesmo, mas mais, negando a realidade (seja a desregulação, seja o europeísmo) a ver se tem oportunidade de funcionar. Certo, extremo bom senso.
Não que esteja errado em relação aos ditos comentadores que só estão lá para apalhaçar a ideia do que é a esquerda, o capital é muito bom a encontrar idiotas úteis.
A IL está para a direita portuguesa, como o vinho frisante está para os restantes vinhos, em especial os brancos. Poucos taninos .
“Tendo por fermentação pouco álcool etílico e pouco gás, é necessário consumir-se no mínimo duas garrafas para que fiquemos com a mente tolhida. Mas ainda assim há que ter cautelas.”
Como quase todos os vinhos frisantes, apesar de refrescantes, aquilo só serve para diurético.
Para quem achasse a IL uma lufada de ar fresco, no denominado pântano partidário, este partido já teve oportunidade de fazer prova de vida nos Açores, contribuindo com a sua parte numa coligação com o Chega, para dar posse a um governo regional com características endognamicas de fazer corar de pasmo os socialistas, acusados e bem, de meter lá a mulher, os filhos e por vezes os irmãos. Mas reconheça-se que ainda nenhum meteu as namoradas.
O IL tem todo o direito de estar presente no desfile do 25 de Abril, caso o desejem. Neste momento é o partido mais à esquerda da nossa direita, procurando demarcar-se pelo menos da beatice hipócrita de certa elite conservadora.
O 25 de Abril é a rua, e a rua é de todos, sem exclusão de partes, desde que não se transforme o espaço público num local de agressão.
Factos:
1. Nos Açores, a IL não fez qualquer coligação com o Chega;
2. Na verdade, não fez qualquer coligação;
3. Fez um acordo unicamente com o PSD.
Desde que o Pedro não seja dos que digam que há geringonça, tem toda a razão. É que senão, bem, decida-se.
Só o posso considerar o seu texto uma anedota. E das anedotas a gente 🤣😂😃
“A Geringonça nunca foi uma coligação. De facto nem sequer era um acordo de governo, quanto mais uma coligação.
Aquilo a que a direita chamou de Geringonça, era na verdade uma “Posição Conjunta entre quatro forças partidárias, no que concerne a um conjunto de medidas políticas específicas, a desenvolver durante a pretérita legislatura”. Nada mais. Nem o PCP faz coligações com o BE, por disputar entre si o mesmo espaço eleitoral.”
https://cdn.impresa.pt/14d/378/9700329/PCP.pdf
A Geringonça foi o meio encontrado pelo Costa para se agarrar ao poleiro e pelo PS para se agarrar ao pote. Os comunas foram incidentais. Aposto, sem medo de perder, que o Costa teria feito o mesmo com o Chega.
Pior: tudo foi feito nas costas dos eleitores e do país. A Geringonça nunca foi a votos; o acordo nunca foi publicado ou validado democraticamente.
Não contentes com serem eleitos por uma minoria cada vez menor, nem os votos dela respeitam: fazem os acordos e arranjinhos que lhes dá na gana.
Pior ainda: pessoas como o Naldinho acham isto normal. E são vocês que (ainda) votam.
Essa do acordo ir a votos, só mesmo para si!
Mas já agora posso garantir-lhe uma coisa, acredite se quiser, isso pouco me importa, não foi o Costa que negociou o poder com a esquerda, até porque nem sequer tinha margem eleitoral para o fazer, por ter ficado em segundo lugar, foi sim, o PCP e o BE que digladiando-se no discurso político, se entenderam e ter si, e resolveram de forma pragmática dar a mão a António Costa, para se livrarem de Passos.
O único que percebeu isso desde o início foi Paulo Portas. Daí saltar fora sem grandes amuos e foi tratar da vida dele. Os outros ficaram todos ressabiados, e vão levar décadas a digerir isso.
Temos pena! É a democracia a funcionar.
Claro: o Costa só ficou com o poleiro e com o pote para ajudar os comunas e correr com o Passos. Uns altruístas, estes sucateiros do PS.
É a democracia a funcionar.
Santo deus. V. é mesmo incapaz de perceber a diferença entre democracia e partidocracia, não é?
Pois…
Pode continuar a repetir o mantra de três em três minutos. Depois passe lá pela sede da IL que tem á sua disposição um torrãozinho de açúcar.
Bem, a IL foi, por enquanto, poupada a males maiores nos Açores porque os deputados do Venturoso Partido já começaram a virar o bico ao prego, deixando o Venturoso Enviado a falar sozinho. Aquilo é malta do sistema que não está para fazer as ondas que lhes poderiam custar os lugarzinhos no Parlamento Regional. Além do mais, ainda estão confiantes numas coligaçõezinhas nas autárquicas que o Bolieiro já lhes prometeu.
Agora que o PAN também se juntou, através da abstenção, ao bloco de Direita, a troco de uns trocos para as associações de Protetores dos Bichinhos e da promoção do copo menstrual nos centros de saúde, a IL ainda se está a tornar menos relevante.
As perguntas incómodas:
a) afinal o Orçamento dos Açores é “mais do mesmo”, ou não? E se é, porque votaram a favor?
b) há ou não uma vaga de “jobs for the oranges-pps-monarchics” nos Açores? Se há, porque não denunciam?
a) a IL fica a ver passar os navios, ou vai propor a liberalização da caça ao cachalote para marcar presença?