Que comunicação na comunicação de crise em Saúde pública: o papel dos meios de comunicação social (MCS)?

(Autora convidada: Professora Isabel de Santiago, Professora Convidada e Investigadora em Comunicação em Saúde Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UL)

Os dias de pandemia vieram trazer à arena da sociedade politica nacional e mundial os dilemas e os paradigmas sobre os quais os investigadores e teóricos da comunicação em saúde (CS) se debruçam diariamente: sejam em planos de intervenção para reduzir risco em situação epidémica ou pandémica ou, numa esfera mais caseira, na politica de promoção da saúde e prevenção da doença (PSPD), cujo exemplo mais elevado e recente é o do Governo Regional dos Açores, criando um inteligente pilar de desenvolvimento (humano). Veremos aqui, como se desenharam e desenham os caminhos dos MCS.

Nos últimos 50 anos do século XX, desenharam-se grandes teorias de CS que se atravessaram de forma corajosa e invadindo de forma avassaladora os mundos encriptados das ciências da saúde, da medicina, da psicologia, até da enfermagem. A comunicação em saúde não é senão a maior e melhor ferramenta da saúde pública. Pensarmos que todos têm competências para, começa por ser o erro número um. E o erro número 2, e o maior deles, tomar esta área científica como um arremesso de instrumentalização política. O que se aprendeu no terreno com a doença por vírus Ebola, em países lusófonos, dos quais destaco todo o território da Guiné Bissau1, foi  literalmente esquecido com esta pandemia da SARS-CoV2. Ela veio mostrar como a sociologia comportamental dos políticos e a psicologia de determinados egos destruiu aquilo que deveria ser uma mensagem chave singela para os diferentes públicos-alvo, considerando as diferentes idiossincrasias regionais deste País, verdadeiramente vulneráveis. Sem acesso a nada: internet, satélite, televisão por cabo, SMS, jornais ou o que queiram. Os povos deste país, são pobres. São humildes. Sofrem de uma elevada iliteracia em saúde e os maiores responsáveis são os agentes políticos que (des)comunicam saúde para se ouvirem e (des)informarem os seus (inter)pares.

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“A culpa não pode morrer solteira” – Jorge Coelho (1954-2021)

Foi o único político português na minha geração que não deixou a culpa morrer solteira mesmo se, verdade seja dita, não tivesse sido sua a culpa. Assumiu-a enquanto Ministro da tutela. Foi a aventadora Noémia Pinto que nos relembrou esta frase dita por Jorge Coelho na madrugada da queda da ponte de Entre-os-Rios. Faleceu hoje tragicamente.

 

(foto de Sérgio Azenha / Sábado)

Rui Rio não descansa…

…. enquanto não der cabo de vez do PSD.

O que distingue este PSD de Rio/Suzana Garcia do Chega de André Ventura? E escusam de culpar a senhora, ela não está aqui a enganar ninguém, todos sabem (e sabiam quando a convidaram) o que pensa e como pensa. E não serve a desculpa de que foi uma escolha da estrutura local, pois em Coimbra a estrutura local tinha escolhido um candidato e a Nacional vetou.

A candidata do PSD à Amadora, Suzana Garcia, é advogada e foi comentadora da TVI, onde manifestou posições polémicas como o apoio à castração química para pedófilos reincidentes, que tem sido defendida em Portugal pelo partido Chega.

Obviamente, o Chega elogiou esta escolha (pelos vistos a senhora até tinha sido convidada pelo partido de André Ventura) e devem estar a rir-se. Este PSD de Rui Rio é uma caricatura e uma ofensa aos seus fundadores.

Ao contrário do que pensa alguma comunicação social da capital, este é o mesmo Rio que governou a cidade do Porto. Exactamente o mesmo. Só que agora está em Lisboa, sob escrutínio directo. É o mesmo Rio intolerante, uma espécie de tiranetezinho de trazer por casa, um achista que “acha” umas coisas sobre o papel dos agentes culturais, que arrota uns bitaites sobre subsídio-dependência, que persegue (manda perseguir pois Rio sempre foi um cagão) os que discordam dele. Só que quando era presidente da Câmara do Porto, a comunicação de Lisboa achava-lhe piada porque se pegou com Pinto da Costa e ignorava tudo o resto. Não via a forma como destratava a oposição, não via a arrogância própria dos medíocres na forma como lidava com os trabalhadores da sua instituição, não queriam saber dos tiques de tiranete feudal. Nada. O que importava é que o homem enfrentou Pinto da Costa – nem isso é bem verdade, mas não vale a pena explicar pois quem sabe não precisa que lhe explique e quem não sabe não quer ouvir a explicação.

Este Rio é o garante político de António Costa e o melhor adubo do Chega.

Abril é o mês da Liberdade no Aventar

O “Pod Ser ou nem Por Isso” desta semana, que será publicado hoje (18h), conta com a participação de duas grandes figuras da política nacional: Rui Tavares e Adolfo Mesquita Nunes. É com eles que arranca um ciclo de de debates e publicações sobre Liberdade que o Aventar vai lançar durante o mês de Abril com diversas personalidades dos mais diversos quadrantes da nossa sociedade. Celebrar os 47 anos do 25 de Abril de 1974 e os 12 anos de Aventar é celebrar a Liberdade.

Aqui fica um pequeno apontamento do debate a não perder entre Adolfo Mesquita Nunes e Rui Tavares com a moderação do aventador Salvador Figueiredo.

Enquanto não derem cabo de tudo, não estão contentes

Em defesa da Tapada das Necessidades”

Os traidores de 6 Abril e um outro abrilismo que também interessa

Com 45 anos de idade, sou e serei sempre grato ao 25 de Abril e a liberdade que daí resultou. Esse dia encheu de alegria a geração dos meus pais e avós e eu invejo-os por terem vivido esses dias, ainda jovens ou adultos. Este é o Abril deles.

Mas hoje o meu Abril é também outro. É sempre será.

“O Governo decidiu hoje mesmo dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira”
A 6 de Abril de 2011, José Sócrates anunciava a capitulação do país.
A crise não foi causada por portugueses, isso é óbvio. Assim como é óbvio que não foram os mercados os responsáveis pela protecção a banqueiros como Salgado, Oliveira e Costa, Rendeiro ou Armando Vara. Ou Vitor Constâncio. [Read more…]