
Suzana Garcia, a candidata recrutada pelo que resta do PSD para concorrer à CM da Amadora, que, segundo o próprio PSD, serve para a Amadora mas seria sujeita a um “crivo de análise” mais exigente caso fosse equacionada para a Assembleia da República, decidiu presentear o concelho vizinho, ao qual não concorre, com este outdoor, que, estranhamente, não é uma montagem. E onde o colocou? Exactamente: em frente à Assembleia da República.
Afirma o cartaz de Garcia que “o sistema vai tremer”, o que é no mínimo notável, se tivermos em conta que Suzana Garcia concorre por um partido do sistema, apesar das semelhanças entre o seu discurso e o de qualquer discípulo de André Ventura, que não lidera um partido do sistema, apesar de politicamente nascido e criado no seu seio, e de o querer ocupar.
Não sei quanto a Rui Rio, e quem diz Rui Rio diz qualquer deputado do PSD, mas aquela ameaça em forma de cartaz também é dirigida aos deputados eleitos pelo partido que legitimou a candidata populista, que saltou do programa de Manuel Luís Goucha – essa prestigiada incubadora de normalização de neofascistas – para os conservadores travestidos de social-democratas, como alguém que representa a moderação e o centro-direita que este PSD ainda diz representar. Mas talvez seja tarde demais para chorar sobre o sumo de laranja derramado. Passos Coelho deu ao país André Ventura, Rui Rio prepara-se para meter mais um prego no caixão do PSD com o palco dado a Suzana Garcia.
Já agora, a alocação deste recurso, que, por estes dias, parece escasso para os lados da São Caetano, diz-nos muito sobre o que está a ser a candidatura de Suzana Garcia: o PSD de Rui Rio é a barriga de aluguer para lhe dar tal palco, mas o foco da candidata não é nem nunca foi a Amadora: é a sua própria carreira política, que passará, mais cedo ou mais tarde, pela Assembleia da República. E não precisará do PSD para nada. Só do eleitorado que, qual André Ventura, lhe irá subtrair. Rui Rio, terminada a carreira política – não deve faltar muito – bem que poderia enveredar pela carreira de coveiro. Se consegue enterrar o PSD desta forma, o céu – ou o inferno, depende da perspectiva – é o limite.
A Suzana Garcia e o André Ventura são o que acontece quando se tolera e se defende, usando o eterno bicho-papão da ‘extrema-direita’ e da ‘longa noite fascista’, uma partidocracia podre.
É este o resultado. E ambos precisam de pouco para ter êxito: basta dizer algumas verdades politicamente incorrectas e atacar o sistema, por muito que dele façam parte. Claro que ter grandes mamas e ar de flausina debochada também não desajuda.
Esta partidocracia é tão podre, tão corrupta e vendida a mamões, e a esquerda tão ‘identitária’ e ineficaz, que o Ventura e a Garcia só têm de aparecer e aproveitar. Mas nem assim a sua esquerda aprende.
A “moderação” do PSD por que o Mendes suspira é precisamente a paz podre e chula de que não precisamos. Mais do mesmo.
Depois de aturada leitura, há três conclusões a tirar:
Primeira: A “partidocracia podre”, quando de defende e tolera, ao fim de uns oitenta anos de uso desbragado de bichos-papões amestrados, dá em Andrés Venturas e Suzanas Garcias.
Segunda: o desfecho foi, no entanto, apressado para metade, devido a um decote que revelou um grande par de mamas e um ar de flausina debochada por parte de um dos citados.
Terceiro: Não admira, portanto, que esta partidocracia tão podre e corrupta esteja vendida a mamões. Se assim não fosse, qual a função das mamas?
O problema é chamar fascista, violento, discriminatório, corporocrata, etc, a quem não tem pejo em sê-lo às claras. Não pode ser a direita ter ganho de tal forma a narrativa que já nem consegue prometer oferecer nada aos eleitores, excepto retirar a quem menos tem, tal como os anos Passos-Portas. Visões.
Se assim não fosse, qual a função das mamas?
Pois não sei. Mas a sua sugestão abaixo para o Jg deixou-me a pensar: a Garcia sentada num museu, só de botas. Seria mesmo o monumento mais visitado do país. Que diabo, até eu ia.
Não pode ser a direita ter ganho de tal forma a narrativa que já nem consegue prometer oferecer nada aos eleitores…
E que promete a esquerda? Entre a cassete jurássica do PCP e a wokice caviar do Berloque, que modelo de sociedade é proposto? Algum eleitor sabe que país teríamos? V. sabe?
Se votar no PCP em que estou realmente a votar? Na SGTP e na UGT? Em mais função pública? Sei que não serão governo, logo não podem fazer nada à Banca e outros mamões; no máximo podem lobbiar os seus pet projects: sindicatos e FP.
No Berloque a mesma coisa, apenas com mais histeria PC.
Há 40 anos que estamos entalados entre o Centrão Podre e uma esquerda que não passa disto. A solução não será certamente o Chega ou a mamalhuda, mas isto tem de mudar. Outra vez, sei que é duro de ouvido: esta merda tem de mudar.
Está nas leis propostas, passadas ou não, está nas votações, positivas e negativas, está nos piquetes, está nas visitas aos locais de trabalho, etc, a limitar e contrariar ditames neoliberais.
Quer comparar o que é feito com esconder (na publicidade para o povo que vê o resumo das notícias, porque está tudo lá) o continuar da desvalorização interna, com cortar salários e pensões, aumentar rendas, privatizar o SNS e a SS, oferecer o estado em troco de cargos, etc, está no seu direito. Mas continuam a não ter nada a oferecer que não seja mais do mesmo sem contradizer a vitória, o que só pode passar por continuar vender tirar a quem menos tem para depois acabar de destruir a classe média.
Mais uma peixeira no parlamento !
Suzana Garcia, pelo curto período que passou pela TVI, mostrou ser uma pessoa agressiva contra o sistema mas, pelos vistos, não gera consenso, mesmo entre aqueles que reclamam mudanças no sistema. Bem sei que concorre para as autárquicas mas é um teste para mostrar o que vale para uma aventura posterior ao parlamento.Julgo que as suas ideias nada têm a ver com as de André Ventura, salvo algumas semelhanças, mas as suas parecem-me genuínas. Estou enganado? Só o futuro próximo o dirá, não por hábito lançar pedras antes do tempo.
Os ‘da situação’ andam inquietos…
Pois andam!
Porque desde os saudosos tempos do Oliveira da Cerejeira que não se via ninguém fisicamente tão dotado para Presidente do Conselho.
Foi pena não a terem candidatado a Santa Comba. Assim, ao Menos, se perdesse ficava no museu. Só de botas, sentada na cátedra. Seria o monumento mais visitado do país. Mas deixou-se levar nas conversas do Rio…Francamente!
Pois andam!
Pois, alto! Espera aí!!
Isto é o Menos a ser irónico! É, não é?
Ahhhh! Ah! Ahhhh! Ah! Ahhh! Ai que o Menos irónico é tão cómico! Ai que não posso mais!!!! Ah! Ah! Ah!Ahhh!
Já não me ria assim, pelo Menos, desde que um parvo tentou descolar o Trump da direita! Ahhh! Ahh!
E desde que o outro caiu da cadeira! Ahhh! Ah! Ahhh!
Acho que o cartaz acaba por confirmar o que eu já suspeitava.
Que existe uma nova realidade: o “Sistema dos Anti-sistema”.
Aguarda-se a chegada dos “Anti-Sistema dos Anti-sistema”. Pelo Menos um já por aí anda a “descolar”.
“O Sistema Vai Tremer”…c’a ganda slogan!
Atendendo à personagem…não vai tremer mais nada?
PS. Aliás, um “outdoor” a falar de “tremores” em plena Lisboa…não sei se será boa ideia…
Os ‘da situação’ andam inquietos…
Pois andam!
Mas os da Situação da Anti-Situação também estarão um tanto apreensivos. Há várias incertezas no ar.
Qual será a potência da trepidação? E fica-se ali pelos peitos ou transmite-se? Só à Área Metropolitana, ou a todo o país?
E a potência? É mais ou Menos a de 1755?
E o Marquês? Fica lá, ou tem de passar o leão a outra?