André Champalimaud Mello Ventura

Champalimaud e Mello são duas famílias que têm em comum a ligação ao Estado Novo. Receberam de Salazar o favor do tráfico de influências e da corrupção política que não aparecia na estatísticas porque as estatísticas eram aquilo que o regime fascista quisesse.

Não vou maçar-vos com detalhes sobre as ligações e compadrios das duas famílias com a ditadura salazarista ou com o centrão da porta giratória. Existe boa literatura que o fará bem melhor que eu e, querendo, até vos posso sugerir alguma.

Mas vou dizer-vos isto: alguém vai ter que explicar aos chorões do CH, devagarinho e se possível com desenhos, que São Ventura não é anti-sistema, muito menos líder de um partido “contra as elites”. Tal como Salazar nunca o foi. André Ventura e o CH têm entre os principais financiadores vários membros das famílias Champalimaud e Mello, que são tudo menos anti-sistema. São, isso sim, o próprio sistema. São a elite das elites. A elite dos negócios com o Estado em que a elite sai a ganhar e o contribuinte a perder. Basta ver quem anda por aqueles conselhos de administração para perceber isso mesmo. E chegará o dia em que Ventura e seus correligionários lá estarão, juntamente com os utilitários de PS, PSD e CDS. Até porque como agora já sabemos, as famílias Mello e Champalimaud não precisam de continuar a esconder que financiam a extrema-direita que quer brutalizar a democracia, mas que será sempre mansinha e obediente à elite que lhes paga cartazes.

André Ventura, o castrador químico que quer compreensão para décadas de pedofilia abafada pela Igreja Católica

A unipessoal “anti-sistema” do ex-PSD pede compreensão para o maior escândalo de pedofilia nacional da história deste país. Para os restantes pedófilos há histerismo, ódio, castração e prisão perpétua.

Ventura é o produto acabado do sistema: no futebol é lacaio de Vieira, na Igreja tolera pedófilos, na política serve a elite.

3 lições que aprendi no mundo do trabalho

Devemos praticar a consciência sobre o que nos acontece. Pensar nas situações que vivemos e retirar delas lições, ensinamentos, pequenos insights que podemos usar no futuro a nosso proveito.

Tenho pensado muito no aglomerado das minhas experiências profissionais, sobretudo aquelas que envolveram trabalhar para outras pessoas. E penso que aprendi várias coisas, retirando várias lições, de situações que me aconteceram transversalmente. Ou seja, que acabaram por ser familiares com todas as experiências profissionais que tive.

Eis o que aprendi em 8 anos de trabalho para outros.

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Mário Machado, o privilegiado

A extrema-direita, querendo apresentar-se como antissistema, teima em ser o seu pior reflexo. Basta ver o caso de André Ventura, que passa a vida com o sistema na boca, mas também no bolso. Ou no bolso dele, do sistema. Do SL Benfica à CMTV, passando pela elite de milionários com quem se reúne e junto da qual obtém financiamento para o seu partido, não esquecendo as origens políticas do outrora afilhado de Pedro Passos Coelho, que nunca deixou Ventura cair, mesmo quando o próprio CDS se afastou da sua candidatura à autarquia de Loures, nas Autárquicas de 2017. O cheiro a racismo era já demasiadamente nauseabundo para tolerar. E quando abandonou o PSD, um dos partidos que é em si mesmo o sistema, o líder da extrema-direita não veio sozinho. Trouxe e continua a atrair inúmeras figura da casta de privilegiados da São Caetano à Lapa. E do que resta do Caldas.

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O debate do verdadeiro sistema

Vi meia hora do debate entre Costa e Rio e fui interrompido por motivos de força maior: o meu filho não queria ver. E eu sou um tipo que respeita a hierarquia cá de casa, de maneira que mudei a TV para o Panda e nem arrebitei cabelo. Lá voltarei.

No entanto, não posso deixar de constatar o seguinte: este debate é a maior demonstração daquilo que é o sistema. Não o sistema fantasioso da extrema-direita, dos beneficiários de RSI com Mercedes à porta, mas do verdadeiro sistema, aquele que se ocupa de eternizar PS e PSD no poder.

Todos os debates tiveram 25 minutos. Este teve mais de uma hora. Porque é que Costa e Rio têm direito a este tratamento especial? Porque as suas propostas são melhores? Porque são necessariamente melhores governantes? Nada disso. Porque as cadeias televisivas assim o decidiram. E porque o sistema não permite sequer que qualquer outro partido seja considerado alternativa. Porque a sua sobrevivência depende desse status quo.

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O sistema de Ventura

Na passada Sexta-feira, no Parlamento, a criminalização da riqueza injustificada de titulares de cargos públicos e um conjunto de medidas anticorrupção foram aprovados, por unanimidade, por todos os partidos e deputados não-inscritos com assento parlamentar.

Todos?

Quase todos. Houve um deputado, o autoproclamado combatente anti-sistema, que faz da luta contra a corrupção uma bandeira, apesar do seu contributo parlamentar na matéria ser um redondo zero, que esteve ausente. Estava demasiadamente ocupado, com os seus amigos neofascistas, a passear por Bruxelas e a tirar boas fotografias, nomeadamente com Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita RN, que desviou 6,8 milhões de euros de fundos europeus para contratar assistentes para o seu partido, valor que se destinava a dar suporte aos representantes do partido no Parlamento Europeu. [Read more…]

The Loures-Amadora connection

Há quem ainda não tenha percebido isto, em particular a direcção nacional de Rui Rio, mas Suzana Garcia corre em pista própria e o PSD não passa de mero hospedeiro temporário. Garcia é candidata à CM da Amadora, mas tem concentrado parte da sua campanha no concelho de Lisboa, investindo tempo, energia e recursos no ataque aos vários partidos políticos, ao invés de se focar na autarquia que se propõe dirigir, com a qual, de resto, não aparenta ter grande ligação. O objectivo é a notoriedade, é afirmar-se a nível nacional, com outros voos em mente, porque na Amadora, como ela e o PSD bem sabem, não tem a mínima hipótese.

Em campanha, financiada por um dos dois grandes partidos que formam o so called sistema, Suzana Garcia afirma-se anti-sistema, enquanto adjudica mais um outdoor pago com as subvenções que o sistema atribui ao PSD. Rui Rio sorri e garante que Garcia é a pessoa certa para o lugar. E ao invés de se concentrar nesse lugar, opta por fazer marcação cerrada aos diferentes partidos, com cartazes populistas e insultuosos instalados à porta das suas sedes nacionais, como se fossem eles os seus adversários na corrida à CM da Amadora. Todos vão tremer, seja a “direita fofinha” da IL, a “esquerda caviar” do BE, os “eco-fascistas-animalistas” do PAN e nem os “populistas” do Chega, seu principal adversário pós-autárquicas, escapam. A ironia.

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Suzana Garcia: candidata do sistema ameaça o sistema

Suzana Garcia, a candidata recrutada pelo que resta do PSD para concorrer à CM da Amadora, que, segundo o próprio PSD, serve para a Amadora mas seria sujeita a um “crivo de análise” mais exigente caso fosse equacionada para a Assembleia da República, decidiu presentear o concelho vizinho, ao qual não concorre, com este outdoor, que, estranhamente, não é uma montagem. E onde o colocou? Exactamente: em frente à Assembleia da República.

Afirma o cartaz de Garcia que “o sistema vai tremer”, o que é no mínimo notável, se tivermos em conta que Suzana Garcia concorre por um partido do sistema, apesar das semelhanças entre o seu discurso e o de qualquer discípulo de André Ventura, que não lidera um partido do sistema, apesar de politicamente nascido e criado no seu seio, e de o querer ocupar.

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O dia em que André Ventura se rendeu e vendeu ao socialismo

Na narrativa oficial do Chega, os socialistas são inimigos e o socialismo é O alvo a abater. O discurso não podia ser mais agressivo e a generalização é a regra: são todos iguais. Mesmo todos. Ou será que não é bem assim?

Inês Louro, actual presidente da junta de freguesia da Azambuja, eleita pelo PS, onde milita há 31 anos e foi dirigente das Mulheres Socialistas, decidiu desvincular-se do partido para ser candidata à autarquia da qual faz parte a junta que preside, só que desta vez encabeçando a lista do Chega. O início deste processo de transferência já remonta a Abril, mas, estranhamente, pouco ou nada se falou dele.

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Pod do dia – Sistema

Dantes, era a foice contra o sistema. Hoje, foi-se o sistema.

Pod do dia
Pod do dia
Pod do dia - Sistema







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António Barreto e o “sistema”

António Barreto voltou a dar o ar da sua graça na imprensa nacional. Ainda no início de Fevereiro deu uma entrevista à TSF/DN, mas no Sábado passado estava de regresso à capa de um jornal de grande tiragem, desta feita o Sol, que agora se chama Nascer do Sol, excluído, perseguido e censurado como só este eterno barão do bloco central sabe ser.

António Barreto personifica, como poucos, aquilo a que comummente nos referimos que recorremos ao termo “sistema”. Se Olof Palme, sobre quem escrevi há dias, estava sempre do lado certo da luta, António Barreto tende a estar sempre do lado certo do poder, de mãos dadas com ele.

Senão reparem: António Barreto foi comunista durante o declínio do fascismo, quando era moda ser oposição ao Estado Novo, ministro do PS no tempo do soarismo, virou mais tarde à direita, trabalhou no sector público, trabalhou no sector privado, andou por fundações e órgãos de comunicação social, escreveu e escreve regularmente nos principais jornais nacionais, comenta a actualidade nos telejornais, enfim, está – literalmente – em todo o lado. E, curiosamente, nunca – mesmo nunca – é nada com ele. São os outros. É o sistema. O sistema que ele conhece, por dentro, como poucos. Muito poucos.

Mas não é nada com ele.

Rigorosamente nada.

25 razões para não votar André Ventura

Hey, eleitor português revoltado com o estado a que isto chegou, também és daqueles que acha que o Chega é a solução para os nossos problemas? Pois bem, então aqui fica uma lista daquilo que apoias com o teu voto, se o decidires entregar a André Ventura:

  1. Apoias o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde. Está no programa do Chega. Sim, também estás a votar nisso.
  2. Apoias o desmantelamento da Escola Pública, a privatização de escolas e universidades. Está no programa do Chega. Sim, também estás a votar nisso.
  3. Apoias um partido que quer castração química de pedófilos, apesar de ter proposto, no ano passado, a descriminalização de abusos sexuais a crianças entre os 14 e os 18. Os pedófilos podem ficar sem tesão, mas poderão sempre abusar daquela miúda de 15 anos, que parece ter 20, sem que ninguém se possa chatear por isso. Sim, também estás a votar nisso.
  4. Apoias um candidato que vê com bons olhos que se cortem as mãos aos ladrões, o que é óptimo para os apreciadores da Idade Média e dos maravilhosos regimes totalitários do Médio Oriente, aqueles que financiam terroristas com bombas e tal. Sim, também estás a votar nisso.
  5. Apoias um partido onde existe quem defenda remoção compulsiva de ovários para mulheres que decidam abortar, o que também é espectacular, porque o sexo é só para reprodução e há que castigar essas galdérias que decidem abortar. Lembra-te, contudo, que a próxima proposta poderá passar por te arrancar os tomates pelo mesmo motivo. Sim, também estás a votar nisso.
  6. Apoias um candidato financiado por César DePaço, um português que foi acusado de furto qualificado pela justiça portuguesa e fugiu para os EUA até o crime prescrever. Sim, também estás a votar nisso.
  7. Apoias um candidato que quer acabar com quem anda “a mamar”, mas que não tem tomates para abrir o bico sobre as dívidas do seu amigo Luís Filipe Vieira, top 3 dos maiores caloteiros deste país. Sim, também estás a votar nisso.
  8. Apoias um candidato que fala em 20 ou 30 pedidos anuais de asilo de migrantes do norte de África e do Médio Oriente, como se de uma invasão de milhares se tratasse, não porque seja verdade, mas porque precisa de um inimigo comum para mobilizar pelo medo. Se não forem os migrantes são os ciganos, os negros, as feministas, os gays, a esquerda ou a comunicação social. Apoias, no fundo, um candidato que recuperou a velha técnica de dividir para reinar, que, como sabes, funcionou maravilhosamente com Adolf Hitler. Sim, também estás a votar nisso.
  9. Apoias um candidato que quer confinar uma etnia, censurar o Twitter e derrubar a ordem constitucional. Lembra-te que hoje são os ciganos, o Twitter e a Constituição, amanhã és tu, o Facebook e todos os teus direitos fundamentais, que isto tem que ser uns de cada vez. Sim, também estás a votar nisso.
  10. Apoias um candidato que se diz escolhido por Deus. Se és católico, a heresia em si deveria ser suficiente para te afastares deste aldrabão. Se não és, devias fazê-lo por gozar com a tua inteligência. Sim, também estás a votar nisso.
  11. Apoias um candidato que elogia o salazarismo, que recrutou altos quadros do partido em movimentos neo-nazis, e que tem, dentro de portas, condenados por crimes violentos. Se gostas de ditaduras de extrema-direita, estás no bom caminho. Se vais dizer que também não gostas de ditaduras de extrema-esquerda, digo-te o seguinte: eu também não. Mas o teu whataboutism não vai mudar a realidade. Sim, também estás a votar nisso.
  12. Voltando à comunicação social, que foi quem deu palco a André Ventura e lhe permitiu crescer, caso contrário ainda não tinha saído do PSD, importa sublinhar que apoias um candidato cujo director de campanha classificou a imprensa de inimiga do Chega, na mesma noite em que militantes do Chega vandalizaram uma viatura da RTP. Apoias, no fundo, o regresso da censura e o controle da comunicação social pelo regime, não muito diferente daquilo que faz Nicolás Maduro. Sim, também estás a votar nisso.
  13. Apoias um candidato que tentou convencer o país que metade do país trabalha para sustentar a outra metade. E, perdoa-me a franqueza, e a incorrecção política, mas é preciso ser um bocado alheado da realidade para comer um absurdo destes. Sim, também estás a votar nisso.
  14. Apoias um candidato que ajudou milionários a fugir aos impostos, como o antigo patrão de José Sócrates, Lalanda e Castro, que, com o inestimável contributo de André Ventura, escapou ao pagamento de 1 milhão de euros de IVA. Sim, também estás a votar nisso.
  15. Apoias também um candidato que quer que os ricos paguem menos impostos e que os pobres paguem mais. Repito: mais impostos para os mais pobres, menos impostos para os mais ricos. Ou tu achas que a elite que o apoia e financia o faz porque gosta muito dos seus lindos olhos? Sim, também estás a votar nisso.
  16. Apoias um candidato que quer acabar com os sindicatos. Incluindo os afectos às forças de segurança. Se achas que isto não tem importância, perde cinco minutos da tua vida a investigar a luta que os nossos polícias tiveram pela frente para o conseguir. Ou vê o testemunho do PSP reformado que está na origem do Movimento Zero, que se ofereceu para a segurança pessoal de André Ventura, achando que o deputado o defendia, até ler o programa do Chega e descobrir que o objectivo é acabar com o sindicato pelo qual lutou. Sim, também estás a votar nisso.
  17. Ainda sobre a polícia, essa grande bandeira do Chega, importa recordar que apoias o candidato que não só quer acabar com os sindicatos das forças de segurança, como quer privatizar a Saúde e a Educação. Com os salários que recebem, como irão os policias pagar por Saúde ou pela Educação dos seus filhos, mais ainda quando André Ventura quer acabar com a organização sindical que defende os seus direitos? Sim, pessoa que está a pensar votar no Chega: o Ventura está-se a cagar para os polícias, que, para ele, não passam de um meio para atingir um fim. Sim, também estás a votar nisso.
  18. Apoias um candidato que faz do securitarismo uma bandeira, apesar de vivermos num dos paises mais seguros e com taxas de criminalidade violenta mais baixas do mundo. Lamento, uma vez mais, mas é preciso comer muito sono para engolir esta merda sem mastigar. Sim, também estás a votar nisso.
  19. Apoias um candidato que se diz anti-corrupção e anti-sistema, mas que é dos poucos deputados actualmente sob investigação da Polícia Judiciária, pela alegada contratação de um assessor fantasma. Que tem na cúpula do partido malta ligada ao escândalo BES, aos Panama Papers, a contratos milionários com o Estado, por ajuste directo, e aos mais variados esquemas de evasão fiscal. Que faz reuniões exclusivas, nos melhores hotéis do país, com a nata empresarial e financeira que vive às custas dos teus impostos. Anti-sistema é o Tino de Rans. O Ventura é o sistema, versão salazarismo evangélico. Sim, também estás a votar nisso.
  20. Apoias um candidato que passa a vida a falar sobre aqueles que andam a mamar e que tem, nada mais, nada menos que seis assessores. Seis.
  21. Apoias um candidato que, sobre a corrupção, limita o seu discurso a Sócrates e ao PS. Quantas vezes ouviste André Ventura a falar em grandes casos de corrupção, tráfico de influências ou evasão fiscal, como Monte Branco, Operação Tutti Frutti, Panama Papers ou todos os casos que envolvem o Benfica? Pois foi, ouviste zero. Sim, também estás a votar nisso.
  22. Apoias um candidato que, antes de chegar ao Parlamento, fez campanha contra os deputados que não exerciam a função em exclusividade. E que garantiu que abandonaria todas as outras funções no dia que fosse eleito. E que demorou quase dois anos a cumprir, sendo a empresa onde ajudava milionários a fugir aos impostos, com o conhecimento adquirido nos seus anos na Autoridade Tributária, foi a última que abandonou. Haverá algo mais anti-sistema que ajudar milionários a fugir aos impostos através de paraísos fiscais? Sim, também estás a votar nisso.
  23. Apoias um candidato que, no ano passado, quando o Parlamento votou propostas para agravar penas para criminalidade fiscal e financiamento ao terrorismo, se teve que ausentar do Parlamento. Muito conveniente, não achas? Sim, também estás a votar nisso.
  24. Apoias, aliás, um candidato que passa a vida a faltar ao trabalho, para andar na rua a mandar trabalhar os outros. Sim, também estás a votar nisso.
  25. Apoias um candidato que idolatra Bolsonaro e Trump, o autor moral do atentado terrorista contra o Capitólio, e cujos aliados internacionais são Marine Le Pen, do partido que odeia as centenas de milhares de emigrantes portugueses, chegando mesmo a ameaça-los de morte, e Matteo Salvini, conhecido por ser um fanboy facho de Vladimir Putin (tal como Marine) e de Santiago Abascal, o franquista espanhol. Sabem o que têm em comum todas estas pessoas, para além de beijarem o anel ao Putin? Odeiam a democracia e as instituições que fizeram da Europa o espaço mais próspero do planeta. Sim, também estás a votar nisso.

Era isto, cara pessoa que ainda pondera votar André Ventura. E, antes que digas que os outros são iguais, reflecte sobre isto: se são todos iguais, porque é que escolhes aquele com a agenda mais violenta, o que te quer tirar mais direitos e liberdades e o único determinado em reinstalar uma ditadura?

Pensa nisso. E lembra-te que hoje são os ciganos, os gays e as feministas, amanhã podes muito bem ser tu. E não te esqueças da caneta quando fores votar.

Chega, o filho bastardo do estado a que isto chegou

 

Disse Pedro Norton:

Quando os partidos tradicionais do nosso sistema político começarem a tratar o Chega mais como consequência do que como causa, ter-se-á iniciado a travagem do seu crescimento.

E isto fez-me pensar. Efectivamente, o Chega não é O problema (apesar de ser um problema), ou pelo menos não é a origem dele. O Chega, tal como outros epifenómenos idênticos, é uma consequência directa do estado a que isto chegou. Do Estado em permanente estado de desconfiança, que se funda na percepção, cada vez mais alargada, e não muito desfasada da realidade, da existência de uma enorme rede de corrupção instalada nos vários patamares da governação e da administração pública, que se cruza com a banca, algumas das principais sociedades de advogados portugueses, várias empresas e empresários e, claro, toda uma corja de políticos servis, que manobram a coisa pública a toque de caixa de quem lhe poderá, um dia, dar acesso à tal porta rotativa. De Lisboa até à mais recôndita freguesia deste país. [Read more…]

André Ventura combate o elitismo e o sistema na Quinta do Lago

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O último comício do Chega, o partido que afirma combater as elites e o sistema, realizou-se neste cenário nada elitista e absolutamente anti-sistema do Medusis Club, na popularucha Quinta do Lago. Um cenário exótico e sofisticado que tresanda a povo. O tal que André Ventura quer a pagar os impostos dos clientes habituais do club da Quinta.

Um sapo para o Chega

CH

Eis o sapo que os adeptos do Chega se preparam para engolir, após terem lido a reportagem da Visão e descoberto que o seu herói anti-sistema e anti-elite se reúne com o sistema no nada elitista Hotel Palácio, no Estoril, de onde regressa cheio de dinheiro e apoios de banqueiros e empresários do sistema, alguns deles com passado ligado a instituições tão nobres como o BES.

Chega de quê?

Precário para canhão

CH

Dificilmente seria possível encontrar uma imagem que melhor ilustrasse a ignorância que alimenta André Ventura, o Chega e o neofascismo em geral. Um estafeta de uma Uber Eats desta vida, precário e explorado, faz publicidade gratuita a um partido que advoga o aprofundamento da precarização e a desregulamentação do mercado de trabalho, sem falar nas borlas fiscais que defende para milionários. Se não é ignorância, é masoquismo. Ou, como li por aí algures, mais um “cão de guarda” da elite, que ladra para a proteger mas continua a comer restos e a dormir na rua. É triste. E é também por isso que combater a extrema-direita e a sua narrativa, todos os dias, é cada vez mais um imperativo moral.

Robles, hienas e abutres

Foram de árduo trabalho, estes últimos dias em que as hienas e os abutres saíram à rua para tentar convencer os portugueses que o caso Robles coloca o Bloco de Esquerda no mesmo patamar dos antros de contradições, desonestidade, tráfico de influência e corrupção em que se transformaram, há décadas, os partidos do chamado “arco da governação”, apesar de ainda lá resistirem algumas pessoas de bem.

Foi hercúleo, o esforço empregue pela imprensa arregimentada à direita – que é quase toda, apesar da trampa lusitana que se esforça por aldrabar as ovelhas do contrário – pelos painéis de comentadores televisivos, onde o CDS-PP parece ter a dimensão do PSD e do PS, e pelos opinadores virtuais independentes com cartão de militante, que alternam, quais alternadeiras, entre contas pessoais e perfis falsos de patifaria eleitoral.

Durante os dias quentes da polémica, Ricardo Robles disputou espaço mediático com Cristiano Ronaldo. Sim, chegamos a esse ponto. O sistema não podia perder a oportunidade de tentar destruir o Bloco de Esquerda. Foi o que foi. E só foi porque Robles assim o quis. O agora ex-vereador bloquista, que fez campanha com o foco na oposição à especulação imobiliária, era afinal um especulador imobiliário. Uma vergonha. Uma facada no partido que representa. Um dos piores momentos de sempre do Bloco de Esquerda, talvez o pior. Mas, ainda assim, a anos-luz da canalhice a que nos habituou a fina-flor da elite que vem comandando o bloco central, táxi incluído. [Read more…]

Manufacturing Consent: Noam Chomsky and the Media

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Manufacturing Consent: Noam Chomsky and the Media – documentário de 1992 que explora as ideias do linguista Noam Chomsky sobre a forma como informação é moldada de forma a aparesentar um certo ponto de vista, de uma forma quase orgânica.

Legendado em português. Página IMDB.

Alguém adormece em Kalachi, um autocarro arde em Buenos Aires


Andamos todos uma pilha de nervos. Eu ando. E vós, aposto que também. São injustiças por todo o lado, abusos de poder, é uma carta que chega das Finanças e a gente fica a tremer (ministra Cristas dixit), é a impunidade dos poderosos, é a deterioração de um modo de vida, com direitos que achávamos adquiridos, com garantias que pensávamos inalienáveis. E a revolta que isso nos provoca e que há-de tornar-se uma úlcera, se não coisa pior. O cidadão irritado, espoliado, indignado e de mãos atadas. O cidadão sozinho contra um sistema iníquo que, tal como a serpente que morde a própria cauda, foi o mesmo cidadão que permitiu que se fosse consolidando.

Por tudo isto, a cidadã pilha de nervos que sou eu gostou de conhecer, há pouco, a personagem do grande actor Ricardo Darín numa das curtas-metragens do filme argentino “Relatos Selvagens”, um engenheiro a quem passam uma multa de estacionamento indevida e que por isso se lança numa cruzada contra o sistema. Pelo meio, perde o emprego, a sua mulher pede o divórcio, a filha afasta-se dele, e até acaba por perder a liberdade. Depois de embater na arbitrariedade de quem manda e na apatia e falta de solidariedade de quem, como ele, deve obedecer, acaba por decidir mandar pelos ares (ele é um especialista em implosões) as instalações da empresa que lhe havia cobrado indevidamente, e, por isso, é detido mas transforma-se num herói popular, alvo de atenção da imprensa e das redes sociais. O povo baptiza-o de “engenheiro Bombita”. [Read more…]

O Boy e o Sistema: uma história de correspondência   interceptada

por Zacarias Orwell.

Prontos para o apocalipse

A história de uma “ilha utopia de inspiração pirata”, preparada para a grande crise.

O chip da crise!

Estamos a viver pior, vêm aí mais cortes nos salários e nas pensões, aumento de impostos? A resposta é o chip! Negócio calculado ,por alto de 150ME, são as portagens e mais umas quantas coisas que ninguem explica. Carro estacionado, transmite o tempo de estacionamento, segundo carro na garagem, abre mais um negócio para as seguradoras, o seguro começa a contar a partir do momento que o carro arranca, carros fora do ambiente urbano, por onde anda, mais umas portagens daqui a uns tempos, agora por uma razão qualquer que vamos descobrir deixa aí a porta aberta…

Depois é preciso montar todo o sistema que nós todos vamos pagar, mais serviços de controlo e pagamento, é um ver se te avias, agora é a ocasião certa, os gajos estão por tudo, saca que eles nem dão por nada, grande medida de ajuda a quem vive pior.

Mas o negócio chega para alguns afinal são um milhão a pagar e dois ou três a receber, 25 euros por chip, dá muito chispe, desculpem, muito dinheiro, empresas de tecnologia, bancos, seguradoras, estamos a precisar de chispe ,perdão, de chip como de pão para a boca , nadamos em dinheiro, 25 euros? andamos nós a discutir o aumento do IVA  e do IRS…

Saia uma chispalhada aqui para a mesa do canto!

Antropologia no ISCTE-IUL, segunda parte

Bronislaw Malinowski, fundador da Antropologia Britânica, nosso antecedente

Falava ontem de recrutamento dos docentes do Departamento de Antropologia Social do ISCTE, ou Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, hoje IUL ou Instituto Universitário de Lisboa. Os dois, quase universidades. Por outras palavras, nem Universidades formais nem institutos politécnicos. O problema não era o nome da instituição, o problema era a licença para manter e sustentar mais uma Universidade Pública ao longo do país.

Universidades privadas haviam muitos, mas eram sustentadas pelas altas propinas de matrícula que os estuantes deviam pagar e com o apoio, mais diminuído que o outorgado as 12 universidades públicas, da parte, nesses anos, do Ministério da Educação. Nesses anos, digo, porque hoje em dia o ensino superior, é dizer Universidades e Institutos de ensino Superior, encontram-se baixo a alçada do novo Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

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Medo

É a palavra que justifica tanta preocupação!

São 25 anos sobre a morte de Pedroto, de que fala sua eminência?
É o aniversário de não sei o quê em Espinho, de que fala sua eminência?

Obviamente, a gente agradece tanta atenção!
São óptimos sinais!

O Sistema de Saúde avança com Obama

Mais um passo de gigante, agora no Senado, em direcção a um sistema de saúde que proteja os cidadãos dos US.

Todos os senadores Democratas e mais dois senadores Republicanos, fizeram aprovar a proposta que já tinha passado no Congresso.

Ainda falta muita luta e coragem para se conseguir que 95% dos cidadão americanos tenham, enfim, o direito de serem tratados num qualquer hospital. Para isso, as empresas vão ter apólices de seguros para os seus empregados e os desempregados serão abrangidos por seguros pagos pelo governo.

Entretanto, os conservadores invadem a Comunicação Social anunciando a bancarrota, afirmando que este esquema vai custar ao governo tanto como uma guerra no Afganistão. Não consegui eximir-me a pensar que há aí outra razão para acabarem com a guerra rapidamente.

Como tenho afirmado aqui no Aventar várias vezes, é absolutamente inconcebível que no país mais rico do planeta , os cidadãos não tenham direito a serem tratados na sua doença.

O CO2 sempre é o mau da fita?

Já sabem: “(…) Por isso o nosso cérebro filtra tudo o que é complicado, impenetrável e incalculável. O que resta é um aspecto parcial – aquilo que já conhecemos.  Porém, como este aspecto parcial se encontra entrelaçado

com o todo que não queremos ver, cometemos muitos erros – o fracasso é logicamente programado… todos os pequenos, cómodos e tão humanos erros de pensamento pelos quais, no melhor dos casos, só paga um e, no pior, todo o globo (..)”.

No presente caso, o dinamarquês Björn Lomborg têm razão, pois evita cair no paralogismo da maioria que “querendo o bom, cria o caos” of. Dörner – “The Logic Of Failure: Recognizing And Avoiding Error In Complex Situations”).

Quanto ao especialista português Filipe Duarte Santos, pode ser que ele tenha razão que a culpa é do CO2, para mim uma hipótese dúbia. Todavia, quando à hipótese defendida por ele – “é essencial a reflexão sobre a possibilidade de prosperidade sem continuar com o crescimento económico, crescimento esse que tem uma elevada responsabilidade no aumento das emissões de CO2” –, isto segundo as leis sistémicas da evolução não faz sentido. É um daqueles paralogismos pelos quais no pior dos casos paga todo o globo. [Read more…]

Dia 20 de Dezembro

Será antes?

O John vai morrer, sem assistência médica, no país mais rico do mundo!

Tive violentas discussões na blogoesfera por causa do Sistema de Saúde nos USA.  Que deixa de fora, sem assistência médica, 40 milhões de pessoas. É uma luta que está a ser travada pelo presidente americano contra os interesses das seguradoras e dos Republicanos.

 

No (i) vem a história de John Brodniak, contada por Nicolas Kristof.

 

O John é um jovem de vinte e três anos, que começou há dois anos a ter violentas dores de cabeça. TACs e outros exames revelaram a existência de um tumor que pode ser operado. Isto é, o John pode ser salvo. Mas o Jonh, que trabalhava numa carpintaria na cidade natal, teve que ir para casa por causa da sua doença. Quando tem as violentas dores de cabeça, o John dirige-se ao hospital onde lhe ministram uns medicamentos contra as dores e mandam-no para casa.

 

Ninguem está disposto a operá-lo porque o John perdeu o seguro de saúde quando saiu da empresa, e não há, nem cirurgião nem hospital que o opere sem seguro, ou melhor, sem dinheiro. O John vai morrer. Candidatou-se a um programa Medicaid do Oregon mas não encontra um médico que aceite operá-lo por um preço tão baixo. O Medicaid é um programa de saúde governamental.

 

Se um senador, que se opõe à reforma do sistema de saúde, passasse na rua quando o Jonh desmaia com as dores lacinantes, nós acharíamos que se tratava de um monstro se nada fizesse.

 

Não será igualmente um criminoso alguem que  recusa a cobertura de saúde a milhares de cidadãos como o John?

Obama ganha batalha do sistema de saúde

Por 220 votos contra 215 Obama consegue uma vitória extraordinária que terá repercussão em todo o mundo.

 

Desde Roosevelt que nenhum presidente americano tinha conseguido fazer passar uma reforma na saúde, incluindo Clinton que teve que recuar.

 

Do que se trata é trazer para dentro do sistema 40 milhões de americanos que não têm qualquer cobertura de cuidados de saúde. Isto que parece ser, e é, um acto de humanismo e de bom senso, tem contra as seguradoras americanas que defendem o negócio com unhas e dentes.

 

O sistema americano, que deixa de fora 40 milhões de cidadãos pobres é, mesmo assim ,mais caro que o europeu e com prestações de saúde de menos qualidade. As próprias empresas, que pagam estes seguros aos seus trabalhadores, têm dificuldade em os suportar e constituem uma pesada factura na competitividade externa dessas empresas.

 

Contra o capitalismo sem rosto e ganancioso que leva ao desespero milhões de pessoas em todo o mundo, esta medida do governo americano aproveita a actual fraqueza para fazer vingar um objectivo de grande alcance politico e social.

 

Não esqueçamos que este mesmo governo, que tem contra si  o grande capital, é o mesmo que injectou milhões de dólares para salvar as grandes empresas em falência, após a ganância sem freio dos últimos dez anos.

 

Mas não havia dinheiro para a saúde dos cidadãos !