
Quando, na antecâmara da campanha eleitoral pela CM de Lisboa, Beatriz Gomes Dias e João Ferreira avançaram com propostas para que a autarquia garantisse transportes públicos gratuitos na cidade, a direita arrancou as vestes, “monelhos de cavelo”, e guinchou, em uníssono, o conteúdo da cassete que é hoje a sua imagem de marca: comunismo, extrema-esquerda, marxismo cultural.
Agora, que Carlos Moedas reafirma a intenção de garantir transportes públicos gratuitos “para os mais novos e para os mais velhos”, sem contudo clarificar até que idade se é considerado “mais novo” e a partir de que idade se é considerado “mais velho”, dessa direita histérica acima descrita, que se agita ao sabor do vento e sem um plano para o país, nem um pio.
Contudo, sotor Carlos Moedas, se o objectivo é garantir a descarbonização, é fundamental que clarifique também qual será a situação dos principais utilizadores dos automóveis na cidade de Lisboa, que não são nem os mais novos, nem os mais velhos, mas a população trabalhadora que, regra geral, é mãe e pai dos primeiros, filho ou filha dos segundos. Dito isto, avante, camarada Moedas! Os transportes públicos brilharão para todos nós!
Como todas as medidas políticas que têm por base retirar veículos do centro das cidades, por princípio esta medida é boa.
O facto de ser apresentada por Carlos Moedas não a torna menos interessante.
O problema é como se resolverá o problema do excesso de trânsito numa cidade de serviços, onde está instalado o poder político administrativo da Nação, onde a maior parte dos condutores são profissionais liberais, comerciantes, e a estrutura superior da administração pública, com lugares de chefia e direção. Não é de certeza o Assistante Operacional ou o Assistente Técnico da função pública que traz o carro. Temos pelo meio alguns turistas, mas até nem serão em excesso.
Não é por acaso que Lisboa tem o rendimento per capita mais alto do país.
É óbvio que o Engº Carlos Moedas não faz milagres, está sim à espera que o governo injecte milhões do PRR na mobilidade urbana, com investimentos nos transportes públicos, do metro ao transporte rodoviário de passageiros, mudando por completo o paradigma da cidade em matéria de mobilidade urbana. Dessa forma o país investe em Lisboa, sim que o dinheiro é facultado a Portugal e não a Lisboa, e o Engº Carlos Moedas faz um figurão numa matéria que nem sequer depende dele.
De qualquer forma fico para ver. E olhá-la se concretize. Caso contrário daqui a uns anos vamos ter o passa culpas do costume.
O anterior consulado lisboeta primou pela supressão dos arruamentos e escapatórias e pelo estreitamento das principais avenidas, incluindo sentidos obrigatórios perfeitamente loucos, numa tentativa de enlouquecer o desgraçado do condutor que tem a infelicidade de ser obrigado a vir à capital do rectângulo. O novo consul atira com TP gratuitos e suspeito que deve estar a pemsar no seu colega de Cascais que anuncia os ditos a quem pagar €7.
Como aceitar que o líder da maior cidade lusa sequer tenha uma política para o aeroporto, aceitando sem complexos que uma grande capital europeia continue a ter um grande aeroporto internacional bem no meio da cidade, obrigando o people a suportar a tremenda poluição sonora e do ar, bem como o terrível risco de um desatre aéreo????
Responde lá oh Carlinhos…..
Também Barcelona e Viena, bem como retirar estacionamento. Não conheço a capital que chegue, mas, detalhes à parte (que podem ser essenciais, mas não sei mesmo), a diferença foi fazê-lo antes de aumentar a oferta de transportes.
……ora bem….sai umas “moedas”….pró ceguinho…..!!!!
What?
Falar em borlas é hino exaltante para a esquerdalhada!!!!
Exatamente. Ficam todos a salivar com empresas públicas que prestam os seus serviços ao povo de borla.
Não têm em atenção que, com grande probabilidade, se os transportes públicos fossem de borla o que aconteceria seria as pessoas que hoje andam a pé passarem a andar de transportes públicos, e as pessoas que hoje andam de carro… continuariam a andar de carro.
As pessoas andam de carro, não por este ser mais barato do que os transportes públicos, mas sim por considerarem (com razão ou sem ela) o carro como mais confortável, mais digno, mais fiável, ou de facto o único que lhes serve. Não é por os transportes públicos passarem a ser de borla que as pessoas que andam de carro passarão a usá-los.
Falar em dinheiro é hino exaltante para a direitrolhada!!!!
O Naldinho disse o essencial, no tom educadinho e moderadinho à Naldinho. O joseoliveira disse o que faltava. Dito de outro modo:
O Merdina estourou incontáveis milhões em ciclovias e outras obras para inglês ver, cujo único condão foi lixar a pachorra a incontáveis lisboetas (e ingleses). Além, claro, de encher alguns compinchas, na boa tradição xuxo-empreiteira-sucateira.
O Moedas, ansioso por mostrar serviço, fartou-se de prometer: seguros gratuitos para +65, agora transportes gratuitos. Mas na boa tradição laranja podre, isto há-de encher alguns mamões. Jamais a direita daria algo aos pobrezinhos sem que mamões mamem.
Ouro sobre azul será isto ser financiado pelas esmolas europeias: assim mamam a dobrar, no Estado e na UE. O costume.