Para além das bocas

Há quem, ao invés de se entreter com as muitas trivialidades que os candidatos partidários vão arremessando para produzir títulos de jornal, analise os diversos programas eleitorais publicamente disponíveis no que se refere a temáticas específicas.

É o caso da ZERO, que efectuou uma avaliação global de dez temas chave nas áreas do ambiente e sustentabilidade e de três aspectos específicos, tendo por base os programas dos partidos/coligações candidatos com representação parlamentar. Os dez temas gerais de análise foram: o combate às alterações climáticas, promoção de energias renováveis, eficiência energética e pobreza energética, sustentabilidade no sector dos transportes, relevância de políticas de ordenamento do território, desenvolvimento de políticas com impacto na melhoria do ambiente urbano, incentivos a uma verdadeira economia circular, investimentos em conservação da natureza, melhoria da gestão de recursos hídricos e na economia do mar, promoção de uma agricultura mais sustentável e maior resiliência da floresta portuguesa. As três iniciativas específicas avaliadas foram a credibilização da Avaliação de Impacte Ambiental, a decisão sobre o novo aeroporto para a região de Lisboa e a maior transparência e participação da sociedade no Fundo Ambiental.

Também a TROCA – Plataforma por um Comércio Internacional Justo procedeu a uma análise das propostas dos partidos no que toca à temática do Comércio Internacional.

E haverá outras… Seja como for, o propósito destas análises é contribuir para a reflexão e uma escolha fundamentada, pelo que a sua leitura é da maior pertinência e se recomenda.

Comments

  1. Alexandre+Barreira says:

    O ambiente não interessa ser “tocado”.
    O que interessa é o “ambiente” das grandes empresas geradoras de “impacto energético” das contas bancárias !

  2. JgMenos says:

    Não faltam ideias nem grupos de trabalho para enunciar mais despesa publica nas áreas do ambiente.
    Para analisar e criticar o acerto e a produtividade da despesa já existente nas mesmas áreas nunca ouço falar,

    Querer mais é que define o mérito, que trabalho e responsabilidade é muito cansativo.

    • POIS! says:

      Pois não houve falar…

      E a culpa é inteiramente de Vosselência!

      Sendo o maior especialista nacional e até sideral no assunto, com créditos firmados e débitos atirados cuidadosamente para calote, não tem dito uma única palavra sobre o tema.

      Depois queixa-se! Francamente!

  3. Paulo Marques says:

    Sauda-se, mas também não há milagres na informação dos eleitores. A ZERO é demasiado simplista, fica (explicitamente) contente/descontente se determinadas palavras aparecem, mesmo que não haja conteúdo (quem diria que a IL é tão verde!). Já a TROCA obriga à leitura demorada das propostas e resoluções para perceber o que está em causa e tirar alguma conclusão.
    Obviamente, devíamos todos preferir e seguir o segundo método, concordando ou não com as cores; infelizmente, acho que não é viável que os eleitores se preocupem a esse nível.