Para Ricardo Sá Fernandes, os baixos salários dos autarcas ajudam a explicar a corrupção nos municípios. O argumento poderá servir os interesses de alguns dos seus clientes, em particular os autarcas corruptos e/ou acusados de corrupção, mas é, recorrendo ao cancioneiro humorístico nacional, gozar com quem trabalha.
O salário mais baixo que um autarca pode auferir em Portugal ronda os 2900€. Só alguém que vive numa bolha de privilégio, totalmente alheio à realidade do país, poderá achar que este é um salário baixo. E não estou aqui a contabilizar ajudas de custo, viaturas de serviço, que dispensam inúmeros autarcas de terem carro próprio (e restantes despesas que daí decorrem), e outros benefícios como almoços – literalmente – grátis e viagens-passeio.
Os autarcas não são mal pagos. E também não são corruptos por terem baixos salários.
São corruptos porque podem.
São corruptos porque a maioria das concelhias dos dois partidos controlam o mapa autárquico funcionam como máfias.
São corruptos porque a justiça não lhes toca, e, se lhes tentar tocar, logo surgem grandes advogados, como Ricardo Sá Fernandes, pagos a peso de ouro para derrotar a frágil senhora da venda.
São corruptos porque os empresários que gravitam em torno dessas autarquias são igualmente corruptos.
São corruptos porque a publicidade paga aos jornais, que mantém muitos deles vivos, abafa tudo a troco de duas páginas na edição de Sábado e um banner no online.
E são corruptos porque o poder local português é estruturalmente corrupto.
E a pequena elite local que o controla, dos partidos, das empresas e dos interesses locais, não é escrutinada e destrói – ou tenta destruir – a vida de quem denuncia os seus esquemas.
Perante o silêncio ensurdecedor e cúmplice da maioria. E do abanar de pompons dos histéricos cheerleaders do “rouba mas faz”.
Os autarcas não são corruptos por terem baixos salários. São corruptos porque querem, porque podem e porque o povo deixa.
“São corruptos porque podem.”
Nem mais. Num país onde a investigação criminal e a justiça funcionassem, a história seria outra.
Ainda estou para descobrir um, embora, obviamente, haja melhor neste aspecto.
A falta de dignidade, de uma boa educação, a falta de carácter, a vaidade, o oportunismo, isso sim , são as causas da corrupção, da merda de alguns políticos que temos transversalmente por aí. Tolerância zero para a sacanagem impõe-se !!
Sim, realmente é inédito alguém com posses ser corrompido. Só quem ganha mal se deixa levar.
O verdadeiro Centrão
da RTP
A RTP apurou que os indícios recolhidos pela PJ durante a investigação da Operação Vortex apontam para o pagamento de vários milhares de euros a Miguel Reis, até agora autarca de Espinho, e a Pinto Moreira, anterior presidente da Câmara. Os indícios estão sustentados em escutas telefónicas a Francisco Pessegueiro, CEO da empresa Pessegueiro.
Se só fossem estes 2 estávamos nós bem
Já agora sobre o Centrão, para que não se diga que é só o PS que é corrupto, como os senhores do chamado PSD têm muito gosto em ressalvar.
Têm razão quanto a isso mas têm telhados de vidro.
Há um “Espinho” na pata do PSD, mas depois desse começam a aparecer mais casos. O mais surpreendente, para mim claro, não para eles, foi deputado pela Madeira Sérgio Marques, se ter demitido depois de ter denunciado caldeiradas das grandes.
da RTP
https://www.rtp.pt/noticias/politica/deputado-do-psd-sergio-marques-renuncia-ao-mandato_n1460912
O cluster PSD em Espinho e Ovar trabalhava sincronizado
Da RTP
#O Ministério Público acredita que, enquanto deputado, Joaquim Pinto Moreira reuniu-se com o vereador de Ovar, sugeriu fazer contactos junto do presidente da autarquia, Salvador Malheiro, e pressionou uma técnica da Autoridade Nacional de Proteção Civil para favorecer um projeto do empresário Francisco Pessegueiro, outro arguido da Operação Vórtex.
O pouco que ganham, como dizem, é compatível com a função que desempenham. A corrupção não resulta do “baixo” salário mas sim, da ambição de querem mais e mais , para poderem satisfazerem os seus caprichos.
E alguém corrompe, já agora, que cria empregos e faz crescer a economia, por isso é melhor continuar a legalizar a transferência, desde que regulada, que a moral fica resolvida.
Era mau para o negócio se contractar funcionários ou melhorar as condições laborais fosse sexy, mas não há nada mais sensual do que ser dominado pelo capital estrangeiro a dizer-nos que não.
Este à pala do broco de esquerdalhos mamou muito na câmara de Lisboa
Pois é, ó burreiro!
A carola de Vosselência está bué de queimadinha!
A dieta, à base de moelas que vai desviando lá no matadouro, também não ajuda!
Cada tiro, seu melro!
O irmão, José Sá Fernandes, vale mais.