De Espanha chega o aviso….

O jornalista António Moura, na sua página de facebook, abordou quatro artigos do El Pais deste fim de semana, citando-o:

“Quatro artigos do El País de hoje (título+introdução) sobre os tremendos problemas com que estamos confrontados. Não, não é so em Portugal! E, estes sim, são problemas graves. Pode ser que a minha geração escape ao tsunami que aí vem… Mas as gerações que vêm atrás vão-se lixar, e muito, a menos que se mude o paradigma económico. Lê-se no primeiro artigo que “a crise orçamental dos Estados” é uma das causas. Mas a mim parece-me que o problema de fundo reside na própria natureza do sistema capitalista, crescentemente iníquo. Há um problema grave com a distribuição da riqueza.

1 — Estado de bienestar: historia y crisis de una idea revolucionaria: La idea de proteger al ciudadano desde la cuna hasta la tumba está en apuros. Una de las causas es la crisis presupuestaria de los Estados, con una población envejecida sostenida por menos trabajadores en peores condiciones.

2– La sufrida clase media-baja es cada día menos media y más baja
La tenaza económica aprieta a las familias modestas: los Ruiz-Medel aguantan recortando gastos gracias a la estabilidad laboral. Los Pardal-Pérez acabaron ahogados en deudas y pidiendo comida.
3– La masiva manifestación por la sanidad en Madrid se revuelve contra Ayuso
Los manifestantes, 250.000 según la Delegación del Gobierno, protestan contra el “empeño” del Gobierno regional en “desmantelar” la atención primaria y en apoyo a la huelga de médicos de familia y pediatras.
4 — Europa discute cómo se jubilan sus ciudadanos
El envejecimiento empuja a los países del continente a aumentar la edad de retiro. Los sistemas de pensiones son muy diferentes, pero todos comparten el reto mayúsculo de acertar en los cambios para ser sostenibles- Europa discute cómo se jubilan sus ciudadanos.

Fim de citação.
Ora, acresce a tudo isto que em Espanha, a exemplo de Portugal, existe uma profunda crise na habitação. Segundo os últimos dados, as rendas de habitação cresceram cerca de 25% em diversas regiões de Espanha (nomeadamente na Catalunha e nas Baleares) e em média 20% em boa parte das restantes. Em Portugal não é diferente. Quer dizer, existe uma diferença enorme em termos salariais: se é verdade que o salário mínimo em Espanha já está nos €1055 também o é que na área dos chamados negócios ligados ao turismo (Hotelaria e Restauração) dificilmente se encontra um salário inferior a €1350 mensais. Uma realidade bem distante da portuguesa. Agravada pelo facto de os preços do cabaz de bens essenciais ser idêntico ou até ligeiramente mais baixo em Espanha. Assim como o preço dos combustíveis ou dos automóveis.
Em suma, se em Espanha o problema é grave em Portugal é insustentável. Temos estado entretidos com os palcos, com o entra e sai de membros do governo, com o fora de jogo mal assinalado e outras tricas do género.
Se, como nos refere António Moura, “o problema de fundo reside na própria natureza do sistema capitalista” entendo que existe um problema anterior: a nossa falta de exigência. Não somos exigentes com os nossos responsáveis políticos e somos mansos.
Entretanto, porque isto está tudo ligado, em Espanha e no grupo Inditex depois de inúmeras queixas e da luta dos trabalhadores foi assinado um acordo entre a empresa e os sindicatos. Se seguirem o link da notícia podem verificar que as novas regras representam actualizações salariais que podem atingir entre os 20 e os 40%. E em Portugal, está tudo bem?

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Em Portugal gostamos de ser servente se mordomos, com provas dadas a ingleses e americanos, entre outros, tal como amanhã poderemos ser fonte de trabalho barato para a China. Somos boa gente!

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