Não, não é. A castração química não resolve um problema: não resolve a pedofilia. Porquê? Porque nem todos os pedófilos consumam o acto sexual em si, até porque quem pratica a pedofilia tem um problema do foro psicológico que se apresenta como um desvio sexual. Sem querer entrar em pormenores desnecessários, um pedófilo não usa, necessariamente, a penetração como forma de violar alguma criança, pois a pedofilia é mais do que o acto sexual consumado. A castração não retirará o impulso ao pedófilo, que sendo um doente mental, continuará a sê-lo mesmo que castrado. Ou seja: castrar pedófilos não impede pedófilos de o serem, nem tampouco acaba com a pedofilia.
Exemplo: nos países onde existe castração química de pedófilos, continuam a haver crimes de pedofilia.
A solução? Haver mais e melhores redes de captação destas práticas, aposta na prevenção, ensino da sexualidade para que tantos meninos e meninas se saibam defender quando expostas a este nojo, aposta na reabilitação através da aposta na saúde mental. Demora mais, custa mais dinheiro, mas tenho a certeza que será mais eficaz do que propostas avulsas vindas de populistas que, pasmem-se, passam a vida penetrados nas Igrejas (no pun intended).
Propor a castração química de pedófilos como solução mágica para acabar com a pedofilia, seria o mesmo que propor o corte de mãos a quem rouba (o que já foi, aliás, sugerido pelo líder da extrema-direita) ou a lobotomia a quem assassina. Tal como tudo o que rodeia a Igreja, a extrema-direita ainda vive na Idade Média.
Tenho outra ideia: castrar políticos que têm ideias estúpidas.
Para combater o populismo, usemos factos: “Pedofilia: estudos confirmam reincidência baixa”
São montras para exibir a marca “Ventura, Unipessoal ~ Política e seus derivados”,
Aliás, este meu comentário já é, de certo e comedido reflexo, resultado da inquinação de tal marca…
Eu percebo o argumento e a hesitação perante o “dar palco”.
Mas, na minha visão, se os deixarmos a falar sozinhos sem haver um contraditório, eles também ganham. No fundo, vistas bem as coisas e perante o panorama actual, eles ganham de qualquer maneira, infelizmente.
E a culpa também é nossa, dos democratas, que deixamos a política entrar no lodo que é a praia desta gente.
Por esse luminoso critério, drogar loucos furiosos é como cortar mãos por ladroagem.
Esta gentinha não tem noção da decência e do racional!
Ó Menos, não precisas de assinar com o teu pseudónimo!
E, no entanto, nem é uma questão de serem loucos furiosos, nem o pastorinho ou o seu lambe-botas disseram que o queriam obrigatório para o sacerdócio.