Quando Lula veio a Portugal, o lado mais juvenil da Iniciativa Liberal veio à tona e deixou clara a sua natureza de partido de protesto. Não há nada de depreciativo nesta avaliação. Ser um partido de protesto é tão legítimo como ser um partido de poder. E tende até a causar menos dano à nação.
No entanto, esta semana, os liberais portugueses regressaram ao jardim de infância, a propósito da vinda do presidente cubano a Portugal. Mostraram, sem rodeios, que as suas motivações ideológicas se sobrepõem à diplomacia. Uma vez mais, nada contra. A IL existe num país livre e democrático e tem todo o direito de se exprimir e agir como bem entender.
Importa, contudo, saber que relações internacionais teremos a partir do momento que a IL governe com o PSD. A julgar pelas reacções às visitas de Lula da Silva e Miguel Díaz-Canel, o futuro das relações diplomáticas portuguesas será radicalmente diferente. Porque, caso não estejamos perante uma simples birra, daquelas com o intuito de chamar a atenção dos papás, então os nossos principais fornecedores de petróleo serão descartados. O Brasil, porque a IL não gosta de Lula, Angola, Argélia e a Nigéria por serem ditaduras, ainda que de baixa intensidade, e o Azerbaijão e a Arábia Saudita por serem regimes totalitários.
Por outro lado, é legítimo assumir que a IL irá, no mínimo, desaconselhar as trocas comerciais com a China, que é proprietária da nossa infraestrutura eléctrica, entre outras empresas estratégicas portuguesas. Os empresários do têxtil, metalurgia e petroquímica enfrentarão graves problemas e perdas imediatas nas suas margens, o que provocará, ironicamente, efeitos colaterais no financiamento da própria IL, que tem em muitos destes empresários, cujos lucros dependem intimamente da mão-de-obra escrava chinesa, a sua principal clientela.
Sinceramente, tenho muitas dúvidas que, uma vez no governo, a IL não se converta à realpolitik. Se João Cotrim Figueiredo andou em tempos a vender vistos gold aos oligarcas russos, não vejo porque Rui Rocha não haverá de seguir as pisadas de Paulo Portas e ir a Caracas dar um abraço fraterno a Nicolás Maduro. Protestar é fácil, principalmente contra pigmeus economicamente irrelevantes como Cuba. Bater de frente com os cães grandes é que não é para todos. Sobretudo num partido com dirigentes que entendem que se vive melhor no regime totalitário dos Emirados Árabes Unidos do que em Portugal. Porque impostos.
o que provocará efeitos colaterais no financiamento da própria IL, que tem em muitos destes empresários [do têxtil, metalurgia e petroquímica] a sua principal clientela.
O que sabe, exatamente, o João Mendes sobre o financiamento da IL e a “clientela” da IL? O João Mendes sabe alguma coisa de concreto, ou está somente a atirar “bocas” para o ar, a fingir que sabe o que não sabe? O João Mendes tem algum acesso às contas da IL, que lhe permita afiançar que ela é substancialmente financiada por “empresários do têxtil, metalurgia e petroquímica”?
tenho muitas dúvidas que, uma vez no governo, a IL não se converta à realpolitik
As “birras” da IL não são muito diferentes das birras que em tempos o Bloco de Esquerda fez contra, por exemplo, o presidente de Angola. Quando o Bloco de Esquerda chegou (mais ou menos) ao governo, isto é, no primeiro governo de António Costa, essas birras em nada influenciaram as boas relações de Portugal com Angola.
Ficamos a saber por este post que os lucros dos “empresários do têxtil, metalurgia e petroquímica” “dependem intimamente da mão-de-obra escrava chinesa”.
Eu não tenho essa impressão. A metalurgia portuguesa, em boa parte localizada na zona de Águeda, e o têxtil português, em boa parte localizado no Minho, dependem sobremaneira da mão-de-obra portuguesa, e não fazem grandes encomendas, que eu saiba, à China. Sobre a petroquímica nada digo, mas não estou bem a ver em que é que a metalurgia e os têxteis portugueses dependam muito de importações baratas da China.
OOOHHHH mulher !!
cala-te!!!
‘Aqui ao leme, sou mais do que eu, sou …’
Ler um pouco de poesia talvez evitasse uns tantos disparates.
Pois claro!
A IL limita-se a retomar a firmeza salazaresca. O Oliveira da Cerejeira, mal ouviu falar de um tal Castro, cortou logo com aquele regime ateu e comunisteiro!
E decretou logo um bloqueio nacional ao regime, não esperou pelos americanos!
Com firmeza, decretou logo três medidas de boicote: nem mais uma rolha de cortiça para Cuba! (deixando esse estado fora da nossa principal exportação, e até porque cá faziam muita falta para a imposição da Lei da Dita); apagamento imediato de todas as referências a tal país nos Lusíadas!; conservas para Cuba só de sardinha em óleo, e este só de fígado de bacalhau!
E nada de embaixadorices e merdas semelhantes! Ou talvez…bem, os cubanos mandaram para cá o Fulgêncio, de bolsos bem aviados e tudo! O Oliveira da Cerejeira era mesmo muito hospitaleiro, coitadinho!
Tá enganado, o único assunto relevante para a Ilusão é o AL, e a banca é toda de países de bem, pelo que estão bem na vida.
Por este andar com os Liberais todos a fazer força para o mesmo lado (PPD+IL+PS+C+BE+RM+…) ainda acabamos como sempre a fazer chapas de aço para os frigoríficos e a montar automóveis sabe-se lá de onde porque o verdadeiro aço vem de todo o mundo, da Índia ao México… dos liberais Nacionais é que não vem nada. Os comunistas chineses até andam na América a comprar sucata boa porque não eles não sabem o que fazer com ela.
Quais chapas de aço, não sabemos fazer disso; serve-se às mesas e faz-se umas bugigangas de moda de luxo e já ficamos contentes.