Curriculite, a doença do século XXI

f3bc5-diploma-canudoSala de consultas num hospital público (porque é fundamental defender o Serviço Nacional de Saúde). O doente (utente para ministros e gestores) entra, cumprimenta o médico e senta-se.

 

MÉDICO (semblante antecipadamente compreensivo, porque a maior parte dos pacientes é um cambada de hipocondríacos ou de chatos com problemas de saúde sem gravidade): Ora diga lá qual é o problema?

DOENTE: Sotôr, acho que me anda a nascer uma licenciatura aqui no currículo…

MÉDICO (chega-se à frente, preocupado): Mas o senhor esteve na Universidade?

DOENTE (levemente enojado): Nááá, sotôr, até evito passar lá perto!

MÉDICO: É que, isso, anda aí uma epidemia e é preciso ter cuidado, homem! Mas como é que isso lhe apareceu?

DOENTE: Foi no outro dia, quando um secretário de Estado foi à minha terra inaugurar um pavilhão polidesportivo.

MÉDICO: Pois, isso dos polidesportivos é muito perigoso, estão cheios de correntes de ar. E então?

DOENTE: Então, cumprimentei o secretário de Estado, assim com um passou-bem, e começou a aparecer-me… aquilo… no currículo… [Read more…]

Cursos Vocacionais

Nuno Crato não é tão incompetente como alguns querem fazer crer. Sabe o que quer e está a tratar de desenvolver a política certa para a sua missão: reduzir a Escola Pública ao espaço de formação das classes trabalhadoras, deixando à esfera privada a formação das elites e da classe média que, diga-se, está cada vez mais pequena.

Só assim se entendem os cortes, brutais, na Escola Pública ao mesmo tempo que se investe mais nas Escola Privadas – no orçamento para 2014 aumenta o dinheiro disponível para os colégios.

Na mesma linha de desinvestimento na Escola Pública segue a opção de Nuno Crato pelos cursos Vocacionais. Começaram por ser uma experiência piloto (pdf) que, sem qualquer tipo de avaliação, se generalizaram. [Read more…]

90% de chumbos ! E do grosso!

Na Ordem dos Advogados os candidatos a estagiários foram corridos a chumbo grosso!

Os alunos dizem que é assim porque a Ordem quer limitar o acesso à profissão. O bastonário diz que os alunos estão mal preparados!

E o que dirá quem passa a licença de abertura dos cursos e autoriza o número de vagas? O Ministério da Educação!

Em outros países decentes costuma funcionar o mercado, mas como o mercado não tem “mão invisivel” os interessados resposáveis regulamentam, analisam e verificam se andam a vender gato por lebre. Aqui quem se lixa é o aluno, o que tem menos força, não está organizado nem tem voz, atraem-no a um curso e depois verifica que o tão desejado curso não tem saídas profissionais.

E se estes alunos todos accionassem judicialmente o Ministério da Educação, exigindo compensações pecuniárias pelos prejuízos? E as Universidades? Seria que todos estes irresponsáveis não teriam mais cuidado em abrir cursos que sabem à partida não terem futuro?

Ou o melhor é os alunos inscreverem-se nas Juventudes partidárias?